A academia se tornou algo tão generalizado que, muitas vezes, sinto que estamos menosprezando os cuidados necessários na hora de realizar os exercícios físicos. Os instrutores perderam o valor e até mesmo o planejamento (traçado naquela ficha amarela que nunca saiu do arquivo desde a avaliação física) ganhou tons de capricho inútil. Se você se identificou com esse tipo de pensamento, aconselho fortemente a leitura da lista abaixo com bastante atenção antes, de sair reclamando que Deus te deu um corpo que não desenvolve.
O fato de muitas pessoas não terem ideia do que estão fazendo ao realizar um movimento não é surpresa para ninguém. Acontece que o problema não está somente com os alunos, mas também com professores e instrutores, que orientam equivocadamente os movimentos mais complexos como o agachamento e o terra. Perigo à vista. Isso coloca a integridade física da pessoa em risco.
A velha frase do “sem dor, sem ganho” começa a ganhar novos limites. Recentemente, vi uma pessoa na academia fazendo 4-5 exercícios de bíceps com o maior esforço do mundo utilizando 14-16 kgs em uma rosca alternada – quando o ideal seria algo em torno da metade dessa carga. Não, isso não é produtivo. É preciso aliar inteligência ao treinamento.
É comum observarmos pessoas (que acham) que sabem mais que os professores nas academias. Eles são formados em áreas não relacionadas à saúde e fizeram seus PHDs em fóruns da internet. Parece confiável, não?
Nos dias atuais, o exercício funcional caiu na rotina: todos realizam algum tipo de movimento “funcional” em seu treinamento. Com isso, alguns entusiastas estão se superando nas invenções — e não estou me referindo à novos equipamentos ou modalidades. A criatividade humana surpreende e é capaz de gerar exercícios como, por exemplo, uma remada serrote com a mão de apoio na bola (sim, somente a outra mão na bola). Mas, ei, isso não é um exercício funcional.
Quando pesquisamos filosofias de treinamento, encontramos alguns pensamentos que valorizam execuções mega-lentas, concentradas, com muita consciência corporal e carga baixa. Por outro lado, existem as que pregam cargas elevadas, execuções roubadas e saúde articular zero. Mas se você quer resultados a curto, médio ou longo prazo, procure achar um equilíbrio entre ambos os pensamentos.
A valorização das máquinas é evidente: a academia com as máquinas mais bonitas é a melhor. Talvez por isso as pessoas estão cada vez menos realizando exercícios multi-articulares e livres. É comum observarmos pessoas que realizam cadeiras extensoras com toda a carga da máquina não ser capaz de fazer um agachamento. É uma pena, pois os exercícios livres são ótimos para adquirir consciência corporal e, principalmente, gerar um ganho de massa muscular e/ou auxiliar no emagrecimento.
Todas as pessoas possuem algum desvio postural ou falta de mobilidade causado por um encurtamento, falta de força, genética ou hábitos inadequados. A verdade é que você pode treinar, ficar mais forte, aumentar sua massa muscular, emagrecer, sem melhorar a postura. Mas também é verdade que você se lesionará no caminho e sentirá dor e desconforto nas articulações. Para solucionar o problema, dedique-se a uma reeducação completa. Você pode achar bobagem, mas é melhor do que viver com dor quando ficar mais velho.
Nada mais comum do que pesquisar no YouTube sobre algum exercício que está gerando dúvidas. Mas muito cuidado com os vídeos que assiste. Procure ter certeza de que o que está sendo ensinado está correto. Assista a mais de um vídeo sobre o assunto, se informe sobre os autores. Não seja mais um na triste estatística do “eu vi um bodybuilder dizendo num vídeo que assim é melhor”.
Já ouviu alguém dizer que você tem que sentir o exercício? Isso não é filosofia barata. Se você está treinando adequadamente, sentirá as musculaturas que aquele movimento trabalha. Existem algumas pessoas que só sentem os músculos quando realizam exercícios isolados e outras que nunca sentem nada, já que a execução é péssima. Uma dica: não se encaixe em nenhum dos dois perfis.
A corrida é um esporte cada vez mais popular, Isso está, em parte, relacionado a um dos grandes problemas mundial: o sobrepeso. Por isso, é fundamental salientarmos que, antes de sair correndo igual a um maratonista, é preciso desenvolver um fortalecimento muscular, obter postura adequada e, no geral, aprender a fazer o exercício de forma correta. Mas o que vemos é o oposto: pessoas que já começam em nível profissional e só vão aprender o básico depois que se lesionam.
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