A emoção da primeira paixão, aquele misto de insegurança, descobertas, redescobertas e os rituais do primeiro amor…
Esses são temas universais que atravessam culturas, décadas e até séculos. Ao longo dos anos, numerosos escritores e escritoras tentaram capturar a essência do primeiro amor em suas páginas, evocando lembranças vívidas e poderosas para seus leitores.
Vamos mergulhar em 10 desses livros inesquecíveis que celebram a beleza e a complexidade desse sentimento que pode florescer tanto de maneira produtiva quanto negativa, rancorosa e cruel.
“O Morro dos Ventos Uivantes”, da vitoriana Emily Brontë, transporta-nos para os páramos sombrios de Yorkshire, um cenário no qual a paixão avassaladora entre Heathcliff e Catherine desafia convenções sociais e fronteiras entre a vida e a morte. Esta obra-prima da literatura explora a natureza obsessiva do primeiro amor, tecendo uma narrativa sombria, intensa e inesquecível que ressoa através das gerações.
“Bloodchild” é, na realidade, um livro de contos de uma das maiores – talvez a maior – escritoras de ficção científica de todos os tempos, a americana Octavia E. Butler. Mas, entre esses contos, o que dá o título ao livro, “Bloodchild”, é o que escolhi para essa lista. Ambientada em um planeta alienígena no qual os humanos desenvolveram um relacionamento no mínimo complexo com os locais, esta obra destaca o compromisso e as nuances do primeiro amor em circunstâncias extremas, combinando ficção científica e emoção para explorar temas de consenso e coexistência.
“Como Água Para Chocolate”, de Laura Esquivel, mistura amor, tradição e culinária em uma história de amor ardente. A narrativa segue Tita, uma jovem cujas emoções influenciam os pratos que ela cria, tornando-os transbordantes de paixão e de desejo. Esquivel oferece um relato cativante sobre o poder transformador do primeiro amor, e da dor que este pode causar nos corações envolvidos, entrelaçado com receitas e rituais familiares, evocando a intensidade e sabor da paixão em cada página.
Tendo dado origem a um musical maravilhoso, “Gigi”, de Colette, é uma incursão cintilante na Belle Époque parisiense, onde uma jovem é meticulosamente treinada para se tornar cortesã. Entretanto, no coração da narrativa, reside a inocente e resiliente Gigi, que desafia convenções e escolhe o amor verdadeiro acima das expectativas sociais. Colette habilmente ilustra a transformação do primeiro amor, da infância à maturidade, em um cenário de glamour e sedução.
“O Chapéu Verde”, de Michael Arlen, é um mergulho nas intricadas relações amorosas da alta sociedade europeia pós-Primeira Guerra. Ao seguir a enigmática Iris Storm, com seu icônico chapéu verde, Arlen desvenda as complexidades do primeiro amor em meio a escândalos e reputações. Com um estilo narrativo requintado, este romance captura a essência efêmera da paixão em um mundo em constante mudança.
“Maurice”, de E.M. Forster, é uma exploração corajosa e comovente do amor e autoaceitação na Inglaterra Edwardiana, onde a homossexualidade era proibida. Através dos olhos do protagonista Maurice, Forster nos apresenta uma jornada de autodescoberta e a luta pelo direito de amar genuinamente. Esta obra-prima, publicada postumamente, retrata essa busca intrépida por identidade em um mundo repleto de preconceitos.
“Não Me Abandone Jamais”, de Kazuo Ishiguro, é uma obra melancólica sobre memória, identidade e o inescapável peso da efemeridade. Situado em uma Inglaterra distópica, o romance segue a trajetória de três amigos, cujas vidas estão predestinadas desde o início. Ishiguro habilmente tece temas do primeiro amor e da perda em um enredo sobre humanidade, oferecendo um olhar poético e perturbador sobre o que significa verdadeiramente amar e ser amado.
“Eleanor & Park”, de Rainbow Rowell, é uma ode vibrante ao doce tormento do primeiro amor na adolescência. O livro se passa nos anos 80, e acompanha dois jovens desajustados – Eleanor, fruto de uma família abusiva e dona de uma vasta cabeleira ruiva, e Park, meio coreano e amante de quadrinhos – enquanto navegam pelas águas tumultuadas do ensino médio. Com uma narrativa envolvente e diálogos pontuais, Rowell captura a intensidade, a vulnerabilidade e a magia do amor jovem em sua forma mais pura e complicada.
Podemos incluir um mangá no meio de livros? Acredito que sim. Afinal, ao seu modo, é literatura. Em Anohana, temos um retrato pungente da nostalgia, culpa e redenção na adolescência. A história gira em torno de um grupo de amigos que se afastaram há muitos anos, mas são reunidos pela aparição fantasmagórica de de Menma, uma amiga cuja morte presenciaram. Enquanto enfrentam traumas passados e desentendimentos não resolvidos, o tema do primeiro amor emerge de forma sutil e tocante. Izami habilmente explora a interseção de amizade e de amor em uma narrativa que ressoa com emoção e autenticidade, e que – admito – me tirou lágrimas.
“Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, é a quintessência do drama do primeiro amor. Ambientado na Verona renascentista, este épico narra a história de dois jovens apaixonados de famílias rivais, cujo amor desafia o destino e, infelizmente, culmina em tragédia. Com sua prosa poética inigualável e personagens icônicos, Shakespeare oferece um retrato intemporal das paixões juvenis, das consequências do ódio e do preço devastador do amor verdadeiro em face do conflito.
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