Nosso editor completou 15 semanas de Freeletics

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Pronto: 15 semanas de Freeletics. Promessa cumprida. Ok, não foi com a precisão que eu gostaria, afinal, realizei o treinamento, rigorosamente, em 16 semanas e 2 dias. Mas tudo bem.

Então deixa eu contar minha experiência.

Nos propusemos, eu e o Lex, a fazer o Freeletics pois ele está bombando mundo afora. Então compramos o pacote e mandamos bala. As primeiras sete semanas e meia – metade do treino – eu já contei como foi aqui.

Nessa altura, mais ou menos, o Lex desistiu do desafio. Não sei quais foram os seus motivos exatamente. Então eu estava sozinho na empreitada.

A segunda parte do Freeletics não foi mais fácil do que a primeira. Muito por conta do aspecto psicológico, é verdade. Como já disse no outro texto, acho que não teria levado adiante o plano se não tivesse me comprometido a escrever aqui sobre essa experiência. Isso me motivou durante todo o tempo.

Superei todos os obstáculos para treinar. Em dezembro e boa parte de janeiro estava tranquilo, pois a faculdade ainda não tinha começado. Por isso eu tinha bastante tempo para organizar os treinos.

Mas quando os estudos se iniciaram, essa organização passou a ser um grande problema. Eu estudo de manhã e trabalho na parte da tarde e da noite. Então a maioria dos treinos que fiz foram depois das 22h30. Também malhei algumas vezes depois da meia-noite, antes da faculdade (7h), debaixo de chuva e quando não estava com a menor vontade de sair do sofá.

Freeletics é isso, superação, porque se você deixa de treinar um, dois, três dias você atrasa todo o planejamento e então se perde e desmotiva. Acho que foi isso que aconteceu com o Lex.

Um aspecto positivo desse treinamento é a praticidade. Por trabalhar somente com o peso do corpo, a única coisa que você precisa é uma barra e um espaço de 40 metros em alguns workouts. Isso facilita bastante e simplificou minha vida.

O treino

Por trabalhar somente com o peso do corpo sinto que o Freeletics é limitado. Por conta disso, sua principal arma é a intensidade. Os treinos são realmente intensos. Até porque o conselho é para você fazer o mais rápido que conseguir. Só que as cargas não evoluem – será sempre o peso do seu corpo. Então o único estímulo diferente que você tem é a intensidade e a variação de exercícios.

O Freeletics trabalha pouquíssimo o bíceps (pelo que pude perceber, somente com as barras), mas ele exercita muito bem o peitoral e as pernas. Mesmo pedalando rotineiramente (uso bike como meio de transporte), teve um workout (Kentauros) que fez meus membros inferiores doerem por alguns dias.

Assim como o Kentauros, alguns workouts são bem desafiadores. Mas, conforme você vai treinando, eles vão se tornando menos difíceis (veja bem, não é mais fácil). A primeira vez que fiz o Aphrodite levei 50 minutos para completá-lo. Na última vez eu terminei em 27 minutos.

O workout mais difícil que eu fiz foi o Kronos, que levei 1 hora e 6 minutos para completar e apareceu para mim somente na última semana. Ele foi, inclusive, o treino mais longo que realizei. A média de cada workout, calculo eu, foi algo em torno de 45 minutos.

Teve um workout de musculação (digo “de musculação” pois têm workouts “de cardio”) que não foi incluso no meu planejamento – o Helios. Eu acho que é o workout de musculação mais difícil que tem no Freeletics.

Teve também um exercício que eu não consegui fazer da maneira completa (todos os exercícios podem ser realizados da maneira completa ou da maneira facilitada): a flexão de ponta cabeça. Em todos os treinos que ela apareceu (foram poucos), eu a realizei da maneira facilitada.

Segurança

Falamos nos outros textos sobre a questão da segurança no Freeletics. Não há ninguém para observar e orientar seus movimentos. É você com você mesmo. Portanto, se estiver fazendo algum exercício errado, nunca vai saber. A única coisa que eles oferecem nesse sentido são vídeos demonstrando como cada movimento deve ser feito.

Por conta dessa falta de orientação e da alta intensidade do treinamento, considero o Freeletics relativamente perigoso. Eu não tive nenhum problema nessas 15 semanas. Fiz todos as sessions (um dia de treinamento) em alta intensidade e tudo correu bem.

Apenas num workout que trabalhava muito perna (o tal do Kentauros) eu fiquei com o joelho esquerdo doendo nas primeiras vezes. Foi a única coisa que me preocupou um pouco.

Mas não aconselharia o Freeletics para quem (1) está totalmente fora de forma e (2) não tem o mínimo de noção corporal. E não digo em tom pejorativo, mas é porque penso que pode realmente ser perigoso.

Organização dos treinos

Até o último texto eu não sabia como os treinos eram organizados. Mas agora eles explicam no site (o Freeletics cresceu muito nessas 15 semanas e várias coisas foram acrescentadas desde o momento em que fizemos nossa inscrição).

Eles dizem que vão calculando os treinos seguintes de acordo com o seu desempenho nos treinos anteriores, como eu suspeitava. Além disso, eles têm a informação de seu tamanho e peso, e se você quer emagrecer, ganhar músculo ou os dois.

Mesmo assim, o planejamento não é algo pessoal, como acontece numa academia com os orientadores ou com um pesronal trainer.

Particularmente, eu achei que eles poderiam ter variado mais a organização do treinamento que me deram. Como contei no post passado, eu tive uma sequência de 10 workouts em que 8 foram Aphrodite. Não aguentava mais.

Até agora esse mecanismo de organização não me convenceu.

Os resultados

Enfim chegando ao que todos querem saber: os resultados.

Houve resultado. Meu corpo se modificou, eu me sinto muito mais disposto e muito mais confortável estéticamente.

Sabe aquela sensação corporal do dia seguinte à malhação? Não no dia seguinte ao primeiro treino depois de um ano, em que mal conseguimos andar. Mas aquela sensação de sentir que o corpo está trabalhado, de senti-lo “vivo”, “pegando”. Eu senti isso todos os dias. Todos. Até porque você malha dia sim, dia não, não há tempo para o corpo ficar sem estímulos.

Durante todo o processo apenas duas pessoas disseram alguma coisa espontaneamente sobre os resultados. Mas vocês poderão tirar as próprias conclusões nas imagens no final do texto.

Fizemos um esquema para que não houvesse problemas com “manipulação de resultados”. Nós sabemos que muitas vezes esses registros de antes e depois, ainda que não sejam alterados em programas de arte, são favorecidos por postura, luz e outros fatores.

Então fizemos o seguinte: preparamos um “antes e depois” com fatores que favorecem os resultados e outro sem.

No primeiro nós utilizamos a luz a favor (nesse dia, ironicamente, acabou a energia na redação e tivemos que usar a luz do celular, o que funcionou para a proposta), eu forcei os músculos, sorri (o que pode dar uma sensação de algo mais positivo), o corpo estava suado (o que favorece o jogo de luzes) e a foto ainda foi tirada logo após o último treino. Então favorecemos de todas as formas que conseguimos imaginar.

No segundo, a foto foi tirada três dias depois do último workout (sendo que eu não malhei nesse período) e procuramos manter a mesma luz e postura.

Acho que é válido mencionar aqui que eu não organizei minha alimentação. Penso que se tivesse feito um planejamento nutricional os resultados teriam sido consideravelmente melhores.

Conclusão

Gostei bastante da experiência. O Freeletics me mostrou que o meu limite é muito além do que eu imaginava – tanto psicológicamente, quanto fisicamente. Apesar de algumas “falhas” que citei acima, penso que vale a pena o treinamento, considerando custo x benefício. Mais uma vez: nunca se esquecendo dos perigos de treinar por conta própria.

E, agora, a pergunta que todos fazem: e aí, vai continuar? Certamente não vou comprar o My Coach de novo e por isso não terei mais um planejamento oferecido por eles. Mas é possível que utilize alguns workouts vez ou outra. Mas treinar como o Freeletics recomenda? Não tenho motivação para tanta disciplina. A única que eu tinha terminou com esse texto.

Favorecendo de frente…
… e de lado
Sem favorecer de frente…
… e de lado

Thiago Sievers

Co-fundador do El Hombre, é responsável pelo canal do YouTube e pelas parcerias comerciais. Vem trabalhar todo dia de bicicleta e tem um condicionamento de atleta olímpico. É editor também do "Moda Masculina Journal".

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