Não dá pra negar: o sexo dessa geração é diferente (naturalmente) do sexo da geração dos meus pais, por exemplo – e isso não é necessariamente bom (ou ruim), é só diferente. É daquelas coisas que se transformam e precisam necessariamente nos transformar junto para que nos adaptemos a elas.
Nessa geração, em que tudo é rápido e igualmente efêmero, em que existem aplicativos para encontrar parceiros sexuais, em que dar no primeiro encontro é cada vez mais natural – amém! – em que poliamorismo ou poligamia vem se tornando um comportamento cada vez mais latente, é natural e absolutamente justificável que as pessoas sejam mais diretas: um exército de parceiros sexuais curtos e grossos, que abrem mão – muitas vezes – de diversos “rituais de acasalamento” em nome de um prazer final rápido e eficiente.
Mas existem detalhes sexuais que de fato não podem e não devem ser desprezados – para que se tenha uma experiência completa de prazer a dois – e que têm sido esquecidos por alguns tripulantes:
1# Beijo
Se as pessoas soubessem o poder de excitação de um beijo bem dado, não desprezariam esse detalhe tão importante. E não falo daquele beijinho meia-boca – aquele que a gente dá só pra não dizerem que fomos diretos demais –, falo do beijo de verdade.
O beijo que, em vez de pura e simplesmente anteceder um prazer principal, se propõe a ser o próprio prazer; porque, antes de ser ato preparatório para o sexo, o beijo é troca de energia íntima e uma carícia daquelas que – antes mesmo de conhecermos o sexo, lembra? – já nos arrancava arrepios.
2# Preliminares
Se eu pudesse dar um só conselho a um filho ou filha, esqueceria o protetor solar, a ortografia e as boas maneiras à mesa: “Preliminares, querido (a), se importe com as preliminares!”.
A excitação – aquela genuína, que vai além de pau duro e bocetas molhadas – é um processo lento que exige um pouco de paciência e algum conhecimento sobre aproveitar o presente e esquecer o porvir: porque toda preliminar pode ser, por si, orgásmica.
3# Conversa
Pois é, o mundo mudou – e as conquistas mudaram também. As pessoas, na verdade, já não se importam – e não precisam – com a conquista.
Nessa geração, conhecemos alguém tendo ideia de seus gostos, de sua vida e de seu círculo social, porque, antes mesmo de apertarmos sua mão, já conhecíamos seu perfil em alguma rede social.
As conversas ficaram mais curtas porque tudo é sabido, e acaba-se indo mesmo direto ao ponto. Antes de “qual a viagem mais legal que você já fez?” vem o “e aí, vamos no japa hoje à noite?”. A geração dos apressados desaprendeu a trocar palavras num mundo onde tudo é dito sem elas.
A conversa, a meu ver, é um dos ingredientes mais sensacionais e afrodisíacos de que duas presas em potencial dispõem: saber quais as experiências sexuais – e de vida – do outro, como ele vê o prazer e a vida, suas preferências, etc, nos aproxima e nos garante intimidade e aquela fase gostosa de, de fato, conhecer o outro – o que faz uma diferença inacreditável para o prazer propriamente dito.
4# Sexo oral bem feito (e bem aproveitado)
Esse é um item que dispensa explicações. Quem não gosta de um oral bem feito? Não necessariamente demorado, mas bem feito, por favor. Mesmo assim, o reclame geral da nação são aquelas chupadinhas marotas de dois minutos que não dizem a que veio.
Por um mundo em que sexo oral seja bem aproveitado por quem recebe e – sim! – por quem faz. Em que as pessoas conversem, se conheçam, se beijem, se aproveitem e só então – depois de tantos pequenos e excitantes prazeres – se preocupem com o tal prazer final.
Veja o guia de como conduzir um bom oral.
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