Galera aí que gosta de filosofia e de aprender lições de vida milenares, esse texto é pra vocês! Quem aí já ouviu falar no estoicismo? Trata-se de uma filosofia fundada na Grécia antiga, em Atenas, por Zenão de Cítio, no século III, a.C.
Muitos acreditam que o estoicismo é uma espécie de “manual da vida”, livre de dogmas, misticismos, doutrinas e burocracias. É como se fosse possível viver de uma forma equilibrada, racional, objetiva e feliz.
Para os estóicos, devemos construir uma vida virtuosa. Segundo a filosofia, tudo o que enfrentamos é uma oportunidade para desenvolvermos virtudes, até mesmo as situações ruins e dolorosas. Se agirmos virtuosamente, tudo o que é mais importante poderia ser alcançado, como felicidade, sucesso, significado, reputação, honra, amor e por aí vai.
“O homem que tem virtude, não precisa de nada para viver” disse Cícero, o maior orador de Roma. E essa é a principal mensagem do estoicismo.
Ok, agora você deve estar se perguntando, o que realmente seria virtude para os estóicos e como era fundamentada essa filosofia?
A teoria do estoicismo afirma que vivemos conectados a uma lei de causa e efeito, que eles chamam de “Logos”. É uma espécie de estrutura racional na qual o universo foi criado. Bem parecido com a lei de ação e reação, ou seja, o que você fizer hoje, haverá uma consequência futura, ou a teoria de que a gente colhe o que planta.
Nós não temos controle de como os eventos nos afetarão, mas temos controle sobre como lidamos com eles. Não conseguimos controlar fatores externos, mas podemos definir a maneira como reagimos a eles, basicamente é isso. É o que eles chamam de dicotomia do controle, um dos pilares da filosofia estóica.
Outro pilar é baseado nas virtudes fundamentais: Sabedoria, coragem, justiça e temperança! Calma, por mais complicado que pareça ser, é fácil de entender e vamos te explicar.
Para os estóicos, é preciso sabermos lidar com o mundo da forma como ele é e para isso precisamos aprender a controlar nossos julgamentos em relação aos eventos da vida. O caminho para isso é o desenvolvimento pessoal. Para chegarmos a esse aperfeiçoamento o estoicismo fala nestas 4 virtudes fundamentais. Bora analisar cada uma delas:
É a habilidade de compreender coisas complexas da vida de forma organizada e lógica e saber aplicá-las de maneira prática e inteligente. É ter conhecimento das coisas, saber fazer as escolhas certas e ter cautela com o que lhe for indiferente. Como disse Sêneca uma vez: “não trabalha palavras”, ou seja, a sabedoria é aproveitar o que a filosofia tem a ensinar e depois manejar esses aprendizados no mundo real, colocá-los em prática.
Para os estóicos, não bastava ter somente coragem física, era necessário ter coragem moral e assumir a responsabilidade e postura de fazer sempre a coisa certa, enfrentando as situações com clareza, ética e integridade, deixando de lado qualquer traço de medo, receio ou insegurança.
Quando questionado sobre quais palavras ajudariam uma pessoa a prosperar, Epiteto disse o seguinte: “duas palavras devem ser comprometidas com a memória e obedecidas – persistir e resistir”. Enfrentar o infortúnio, a morte, arriscar-se pelo bem do próximo, manter seus princípios e valores, dizer o que pensa e insistir na verdade. Isso é coragem estóica, senhores!
Seria a virtude de viver em equilíbrio e exercer o autocontrole, vivendo com moderação em todos os aspectos da vida. Aristóteles chamava isso de “média de ouro”, ou seja, a verdadeira virtude da temperança está no meio, entre o excesso e a escassez.
A temperança é o conhecimento de que abundância não é ter mais do que você precisa, mas sim ter o que é essencial. E isso não é apenas para bens materiais, mas, também, para harmonia e disciplina entre o prazer e a dor, admiração e desprezo, fracasso e triunfo, ou seja, a dualidade da vida!
Epiteto disse certa vez: “limite seu desejo – não coloque seu coração em tantas coisas e você obterá o que precisa” e Sêneca completou dizendo: “você pergunta qual é o limite adequado para a riqueza? Primeiro, ter o essencial e, segundo ter o suficiente”.
Quem aí já assistiu o desenho “Mogli – o menino lobo”? Lembra do urso Babu? Ele cantava uma música carregada de energia estóica – “Necessário, somente o necessário. O extraordinário é demais”. Um exemplo de que a filosofia estóica está mais presente na sociedade do que imaginamos, rsrs!
Para o Imperador Romano, Marco Aurélio, justiça era a mais importante virtude do estoicismo. Segundo ele, do que adianta a sabedoria se não for colocada em prática em prol de todos? Quão impressionante é a coragem se é usada apenas para interesse próprio? Do que vale a temperança se não for pensada no coletivo?
Justiça é entendermos o que é certo e tratarmos todos de forma justa. É uma crença de que existe uma interdependência mútua entre tudo no universo, de que somos todos um só. É um senso coletivo de justiça, como diz o estoicismo “o que fere a colmei, fere a abelha”, por tanto, somos todo iguais diante de uma mesma realidade em comum.
Para os estóicos a virtude é uma forma de conhecimento que proporciona viver bem em todos os sentidos. E essas 4 virtudes representam as principais áreas da vida. Segundo eles, todas as virtudes estão interligadas e para você ter êxito na execução de alguma delas, precisa possuir as outras.
Qualquer pessoa pode desenvolver essas virtudes. É uma questão de habilidade e não de dom. Basta você ter a disposição de querer melhorar a cada dia e construir sua melhor versão de forma constante. Desenvolvimento pessoal, senhores, é a chave para a felicidade!
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