Um dos filmes mais aguardados do ano está entre nós, mas será que é tudo isso mesmo? Coringa: Delírio a Dois traz de volta o icônico Arthur Fleck, interpretado por Joaquin Phoenix, agora acompanhado de Lady Gaga no papel de Lee Quinzel, em uma narrativa que mistura delírio, música e amor. Desta vez, o Coringa está preso em Arkham, enfrentando seus próprios demônios enquanto aguarda julgamento por seus crimes. No meio da escuridão, ele não apenas se depara com o amor verdadeiro, como encontra a música que sempre esteve dentro de si.
Já conferimos Coringa: Delírio a Dois e listamos 5 motivos para você assistir (ou não) o filme que pode ser o mais polêmico do ano – e dividir opiniões.
Se você não esperava um musical, prepare-se para a surpresa. Coringa: Delírio a Dois utiliza as sequências musicais como parte dos delírios de Arthur e Lee. Para alguns, essa mistura pode parecer corajosa e inovadora (assim como quem vos escreve), mas para outros, as cenas musicais podem soar deslocadas e um tanto quanto excessivas. A tentativa de homenagear clássicos do gênero pode não agradar todos, especialmente os que esperavam uma continuação mais sombria do primeiro filme, que não acontece.
O grande trunfo de Coringa: Delírio a Dois são as atuações de Joaquin Phoenix e Lady Gaga. Phoenix continua a entregar uma performance densa e perturbadora, enquanto Gaga traz uma intensidade emocional que se destaca nas cenas musicais. Ambos conseguem explorar a complexidade de seus personagens, criando uma química insana e envolvente. No entanto, nem mesmo a excelência de suas atuações é suficiente para salvar alguns momentos do roteiro que se perdem na própria loucura, principalmente no desenvolvimento de Lee Quinzel (Lady Gaga), que certamente merecia mais profundidade.
Visualmente, Coringa: Delírio a Dois é impressionante. A fotografia é estonteante, usando a estética opressiva de Arkham para ampliar o clima sombrio e confuso. Muitas cenas são verdadeiros quadros em movimento – principalmente nos “delírios” – com uma composição que mistura surrealismo e o expressionismo, elevando o filme a um nível artístico interessante. Apesar disso, a beleza visual não consegue sustentar a narrativa em alguns momentos, deixando a impressão de que o estilo sobrepõe a história.
O filme apresenta boas ideias e tenta aprofundar a psicose compartilhada entre Arthur e Lee, mas o roteiro frequentemente se perde na execução. Todd Phillips tenta misturar drama psicológico com musical, mas a falta de equilíbrio entre os gêneros faz o filme parecer desconexo em alguns pontos. As intenções são boas, mas o resultado final é um tanto caótico, que pode deixar o espectador confuso sobre a real mensagem que a história quer passar. É como se víssemos a mesma história do filme anterior, mas agora de forma mais bagunçada.
Se há algo que Coringa: Delírio a Dois certamente vai fazer é dividir opiniões. Alguns vão amar a ousadia e a transformação do filme em um musical com camadas psicológicas, enquanto outros podem achar que a continuação não era necessária. O filme se esforça para ser diferente, mas essa tentativa de inovar pode não agradar aqueles que esperavam algo mais fiel ao tom do primeiro filme. De qualquer forma, é uma obra que vale a pena ser vista, justamente para gerar debates e reflexões.
OBS 1: Coringa: Delírio a Dois já está em exibição nos cinemas.
OBS 2: Lembrando que a classificação indicativa do filme é 16 anos.
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