A Consumer Electronics Show (CES) 2015 começou nesta terça-feira, 6 de janeiro, em Las Vegas, com várias novidades tecnológicas para computadores, smartphones, TVs, relógios e até óculos de realidade virtual.
A feira manteve seu caráter abrangente em Las Vegas, sem focar em nenhum setor eletrônico específico, e trouxe novidades tanto do mundo quanto do Brasil.
Então, hombre, resolvemos adivinhar o futuro partindo daquilo que a feira nos oferece esse ano. E essas 5 novidades têm muito a dizer sobre isso:
1# Óculos virtual
A CES deste ano está repleta de novos óculos de realidade virtual para diferentes gostos e bolsos. O Oculus Rift, que surgiu como um projeto de crowdfunding e foi comprado pelo Facebook, tem o preço médio de US$ 350 (R$ 945 sem impostos) e agora ganhou a versão Crescent Bay, ainda em testes.
Na mesma feira americana, a Razer anunciou seus óculos Android OSVR, cujo código de programação é aberto, pela bagatela de US$ 199 (R$ 537), um preço similar ao Gear VR, aparelho de realidade virtual da Samsung que funciona com ajuda dos smartphones Galaxy.
Mas o grande destaque entre os óculos foi um modelo brasileiro chamado Beenoculus. O aparelho foi lançado no dia 6 de janeiro e entrará em pré-venda a partir do dia 9 por cerca de R$ 100. Ou seja, nosso produto nacional é o mais barato do setor, o que pode ajudar a derrubar os preços e a baratear o mercado.
A ideia foi de um homem chamado José Evangelista Terrabuio Junior, que montou uma startup em Curitiba e pretende, com o lançamento do Beenoculus, também anunciar em breve uma loja de apps digitais. A pequena empresa já criou, sozinha, cinco aplicativos.
Essas novidades mostram que, embora os americanos tenham saído na frente, o Brasil está começando a oferecer opções mais baratas e viáveis dentro da tecnologia.
O Oculus Rift pode mudar a história dos videogames ao ser usado junto de jogos imersivos, como simuladores de corrida, de voo e até jogos de tiro. Em games que funcionam em primeira pessoa, esse gadget funciona para amplificar a experiência de sensações físicas.
Por fim, o mesmo aparelho pode ser utilizado para ver filmes 3D sem sair de casa.
2# Televisões de alta qualidade
Dentro da CES, a LG anunciou um monitor curvo de 34 polegadas e com resolução 4K que foi desenvolvido especificamente para jogos eletrônicos. Chamado de UltraWide, o televisor pode ser conectado a outras telas nas laterais e acima para ampliar o campo de visão.
Já a Samsung anunciou, para a sua linha de smart TVs, o uso do sistema PlayStation Now para rodar jogos do PlayStation 3 sem a necessidade do console físico. O recurso já estava disponível antes, mas era exclusivo dos televisores da Sony.
Por este motivo, a iniciativa aponta mesmo que, aos poucos, deixaremos de ter tantos hardware em casa. O futuro realmente está na nuvem.
A gigante japonesa Sony surpreendeu com uma televisão chamada X900C, com apenas 4,9 milímetros de espessura, mais fina do que seus smartphones da linha Xperia – que ficam em cerca de sete milímetros.
A TV tem 65 polegadas e consegue se manter estável com tamanha portabilidade, mas sem nenhum recurso específico para os gamers.
O que podemos entender desta CES sobre esse ramo é que, com televisores que por si só são capazes de processar videogames completos, a ideia de um aparelho que faça tudo pode não ficar restrita ao celular. Em breve teremos TVs que fazem a conexão com a internet, rodam jogos digitais e até podem ser transportadas com muito mais facilidade do que alguns dispositivos móveis, como notebooks mais espessos.
3# “Internet das Coisas”
Nas palestras da CES 2015 o Google Glass nem é mencionado e poucas pessoas o utilizam no evento. Mas outros gadgets diferentes são mostrados pelas empresas.
A Qualcomm apresentou, em parceria com a LIFX, um módulo de conectividade para lâmpadas que transforma as luzes comuns em objetos conectáveis com a internet. A plataforma permite que objetos analógicos se conectem via Wi-Fi com a ajuda de um protocolo chamado AllJoyn.
Os módulos de lâmpadas inteligentes são capazes de detectar a iluminação de outras luzes comuns e, por meio de comandos comandos pela internet sem fio, podem ligar ou desligar os equipamentos. Ou seja, os módulos tornam digital o uso de lâmpadas comuns.
A ideia por trás dessa tecnologia é um conceito chamado “Internet das Coisas”, que permitiria conectar geladeiras, alarmes de segurança e televisores com a rede e com dispositivos móveis, como smartphones. A proposta está cada vez mais presente em casas high-tech.
Embora esses recursos ainda sejam caros, componentes separados estão ficando mais baratos aos poucos. Hoje já é possível equipar um domicílio com recursos tecnológicos por cerca de 10 mil reais. A tendência é que estes custos caiam no longo prazo, pelo menos em relação a componentes mais simples. E o Google Glass nós ainda não sabemos se irá pegar.
Essa tecnologia vai mudar a forma como interagimos com nossas próprias casas. Um exemplo simples seria comandar sua geladeira para repor os suprimentos domésticos automaticamente sem precisar sair de casa e fazendo compras automáticas pela internet.
Você também poderá, futuramente, ligar a sua televisão antes mesmo de estacionar o carro ao chegar em seu domicílio.
4# Geolocalização
Uma tecnologia que já é popular entre humanos está ganhando espaço até com nossos cachorros e gatos. Foi possível ver, dentro da CES 2015, animais equipados com coleiras e vestimentas especiais que permitem localizá-los via GPS, como já fazemos pelo app Foursquare.
O Hexo+ é, por exemplo, um drone que funciona essencialmente conectado por geolocalização. Com seis hélices que o mantém no ar, ele te persegue através do GPS do celular. Capaz de carregar câmeras GoPro, o aparelho pode fazer aquela selfie aérea que você sempre quis.
Parece que existe mesmo um futuro tenebroso em que seremos todos rastreáveis e teremos equipamentos tecnológicos correndo atrás de nós.
5# Smartwatches com preço de gente normal
Os smartwatches não estão baratos, mas estão começando a reduzir de preço. A marca francesa Withings lançou na feira americana o relógio Activité Pop, que tem cara de aparelho normal, sem as telas grandes do Galaxy Gear da Samsung.
Disponível em diferentes cores, ele entrará em um preço promocional nos dias da CES 2015 no BestBuy por US$ 150 (R$ 405 sem impostos). Depois o montante subirá para US$ 450 (R$ 1,2 mil).
O aparelho, portanto, está longe de ser barato, mas inicialmente atrai quem nem considerava chegar perto dos relógios tecnológicos. O aparelho também é à prova d’água doce (30 metros de profundidade) e de pó. Ele funciona com o sistema iOS dos iPhones, mas em breve terá integração com Android, de acordo com o fabricante.
O Onetouch Watch da Alcatel também apresentou um design simples, mas com cara de smartphone, e integração com iOS e Android. Seu preço é US$ 149 (R$ 375).
A vida no futuro provavelmente terá relógios altamente tecnológicos, mas eles precisam ficar ainda mais baratos para realmente se tornarem atraentes ao público, porque seus recursos são bastante escassos se comparados aos smartphones ou mesmo às TVs.
Os relógios serão úteis, sobretudo para atletas, pelos recursos de medição de passos e pressão cardíaca, além de informações do Facebook e do Twitter para pessoas aficionadas pelas redes sociais.
A integração com smartphones também permitirá que mais pessoas utilizem o aparelho de pulso e não o celular para fazer ligações. Mas essas mudanças dependem também das transformações dos nossos próprios hábitos.
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