A discussão sempre é grande quando o objetivo é eleger o supercarro que ocuparia o trono de melhor automóvel do mundo. A disputa é ferrenha. São muitas variáveis, muitos aspectos e além de tudo isso ainda existe a velha máxima de que gosto é algo indiscutível.
No entanto, até mesmo os fervorosos ferraristas concordam que há algo de mágico nos extraordinários bólidos produzidos pela Lamborghini.
E como toda e qualquer empresa multimilionária detentora de uma marca deste porte, a fábrica de supercarros também tem uma história recheada de fatos inusitados e quase inverossímeis. Quando olhamos hoje em dia para o gigante em que a Lamborghini se tornou e tudo o que ela representa no cenário automobilístico mundial, quase não conseguimos acreditar que tudo começou com uma grande mente genial e uma pilha de ferro velho.
Eis algumas curiosidades interessantes sobre essa fábrica de sonhos :
1# Ferruccio Lamborghini
Ferruccio foi fundador e a grande mente que deu vida à empresa. Durante a segunda grande guerra, ele era o responsável pela manutenção dos veículos da Força Aérea Real Italiana. O problema disso tudo é que o cara trabalhava isolado na longínqua ilha de Rhodes.
A localização remota e o cenário de guerra fez com que Ferruccio fosse obrigado cada vez mais a usar a criatividade para manter tudo funcionando por lá, uma vez que conseguir peças novas era quase impossível. E neste caso, usar a criatividade significava reutilizar o que se tinha em mãos – em outras palavras, sucata.
2# Os primeiros Lambos
Após retornar para a Itália, Ferruccio usou a experiência que adquiriu durante a guerra e começou a montar tratores a partir de sucata e partes usadas de outros veículos. E assim surgiam os primeiros modelos da marca que eram, isso mesmo, tratores! E o mais curioso é que até hoje eles são fabricados, porém por outra companhia. Mas, mesmo assim, atualmente são desenhados pelo mesmo estúdio que deu vida à lendas como o Lamborghini Gallardo e o Maseratti MC12.
3# A centelha da criação
Com os negócios indo muito bem, Ferruccio se deu ao luxo de comprar uma Ferrari 250GT. Reza a lenda que um dia o italiano precisou repor a embreagem do carro e descobriu que a peça era semelhante ao modelo que ele usava em sua própria linha de produção de tratores.
Logo, foi até Maranello conversar com o Sr. Enzo e pedir uma peça de reposição. E quando chegou lá ouviu de Enzo a seguinte pergunta : “Afinal, que diabos um simplório fabricante de tratores sabe sobre carros esporte ?”. Desnecessário dizer que Ferruccio saiu de lá indignado. E quatro meses depois a Lamborghini apresentava ao mundo seu primeiro modelo esportivo, o 350 GTV. Estava declarada a guerra.
4# Sem coração
O lançamento do Lamborghini 350GTV não só trouxe uma nova marca para o mercado como também foi o responsável pela criação do gênero “supercarro”. Só que no começo nem tudo era assim tão lindo. Quando a máquina foi apresentada ao público no Turin Auto Show ela simplesmente não tinha motor! A solução que encontraram foi bizarra: encheram o carro com tijolos no espaço onde o motor deveria estar, fecharam o capô e não o abriram mais até que a feira acabasse.
5# O símbolo
Ferruccio nasceu no dia 28 de abril, portanto, é um Taurino. Eis aí o motivo pelo qual os logotipos estampam a figura de um touro. Na verdade há controvérsias sobre essa estória. Alguns contam que Ferruccio decidiu usar o touro como símbolo após visitar um rancho na Espanha onde eram criados touros de briga e se impressionar com os bichos.
Na verdade, é bem provável que ambas as versões estejam corretas visto que um dos modelos da Lamborghini, o Islero, foi batizado com esse nome em homenagem a um touro famoso que trucidou um toureiro, igualmente famoso, na arena.
6# Lamborghini Countach
O Lamborghini Countach foi um dos modelos mais icônicos já criados pela marca italiana. Ele trazia um desenho reto, bem diferente dos atuais designs fluidos, mas continua a encantar por onde quer que passe. No filme “O Lobo de Wall Street”, vemos Leonardo di Caprio destruir um desses em uma sequencia onde dirigia sob forte efeito de drogas (ainda bem que devia ser uma réplica).
O curioso desse modelo está em seu nome. A palavra vem do dialeto piemontês, região de origem do chefe da equipe de design da Bertone Design House, criadora do projeto. Quando ele viu o desenho do protótipo que mais tarde viria a se tornar realidade, ele simplesmente exclamou “Countach!”. Não existe tradução para isso. Foi como se ele tivesse dito algo como “Minha Nossa”, “Puxa vida”, “Caramba” ou algo assim. E assim ficou.
7# Doando órgãos
No final da década de oitenta, nascia uma nova lenda da indústria automobilista, o Dodge Viper. O que muita gente não sabe é que, naquela época, a Chrysler era a proprietária da Lamborghini, o que fez com que o primeiro protótipo do Viper utilizasse um coração italiano. Infelizmente, esse não foi o mesmo motor utilizado na versão final, mas muito dele foi inspirado neste modelo. Acredita-se que em algum lugar, em algum canto, de alguma fábrica da Chrysler por aí, esse mito deve estar repousando.
Ainda hoje a “rixa” entre os cavalinhos rampantes de Maranello e os touros dourados de Modena tem rendido clássicos cada vez mais exclusivos e indescritíveis. Ótimo para quem adora carros. Melhor ainda para aqueles que têm a felicidade de poder ter ambos em suas fazendas.
