9 lições para discordar sem brigar no trabalho

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Não nascemos preparados para debater. Por isso, desenvolver a habilidade de manejar a contradição, persuadindo em favor de um ponto de vista, torna-se um valioso diferencial para a carreira.

Infelizmente, muita gente acaba se complicando na hora de discordar de alguém – o chefe, um colega, um cliente ou mesmo alguém de casa. Via de regra, as pessoas tendem a se refugiar em duas posições extremas e desaconselháveis: a passividade e a agressividade.

PASSIVOS: Os passivos fazem tudo para fugir do embate, evitando possíveis desgastes emocionais, exposição ou mesmo o risco de desagradar o outro. Baixa autoconfiança e problemas de autoestima também contribuem para desestimular a propensão a expor posições discordantes. Muitos até ficam desapontados consigo mesmos, pois julgam que foram covardes por não terem se posicionado como deveriam diante de decisões absurdas.

AGRESSIVOS: Já os agressivos veem qualquer situação de debate como uma batalha que precisará ser vencida a qualquer custo. Quando não há argumentos consistentes, o agressivo procura cortar o diálogo e parte para o uso da força por meio da intimidação, do grito como formas de prevalecer e sair vitorioso ao impor aquilo que considera certo. Para eles, não importa muito o resultado do debate. O que vale é mostrar supremacia diante do outro.

DISSIMULADOS: Também não podemos nos esquecer dos dissimulados, que lançam uma “cortina de fumaça” de falsa passividade para esconder a agressividade. Todos lembramos de gente que gosta de dizer que “Ótimo. Está tudo bem! Não há problema…” e nos bastidores manipulam pessoas e situações para sabotar aquilo que acabaram de concordar ou até assinar?

A exemplo das demais habilidades, alcançar a excelência em gerenciar situações de contradição requer vontade, dedicação e, fundamentalmente, treino. Que tal experimentar algumas dicas simples para aprender a discordar sem entrar em crise?

1# Conheça antecipadamente o perfil do seu interlocutor: Mapeie forças, fraquezas e particularidades da outra parte a fim de evitar surpresas e sustos durante o debate.

2# Mobilize aliados para entrar fortalecido no debate: Contar com a concordância de referências externas dará mais consistência a seus posicionamentos.

3# Mantenha as emoções sob controle. Euforia ou irritação irão bloquear a racionalidade na hora de ouvir e argumentar.

4# Estabeleça uma boa linha de argumentação: Use argumentos lógicos, éticos, racionais e que tenham um objetivo definido. Tenha causas, consequências e resultados práticos bem definidos em sua mente. Eles serão elementos decisivos para defender sua posição.

5# Reúna fatos, documentos e evidências a favor dos seus argumentos: Apresentar elementos concretas dará peso e credibilidade à sua retórica.

6# Defenda seu ponto de vista com entusiasmo e segurança: Acima de tudo, é preciso aprender a gostar de argumentar. Lembre-se de que o corpo fala por meio de uma linguagem não verbal que envolve gestos, expressões faciais e posturas. Use-os para reforçar seu discurso.

7# Ouça com atenção os posicionamentos contrários: Isso é uma demonstração de respeito ao seu interlocutor, além de possibilitar o estudo pormenorizado dos argumentos contrários dele, a fim de articular respostas inteligentes.

8# Seja flexível e busque o acordo: Discordar não significa se ancorar radicalmente a uma posição. No decorrer do diálogo, esteja preparado para mostrar-se aberto a fazer concessões em nome da resolução eficaz da divergência sem subverter seus valores, princípios e convicções.

9# Não leve a debate para o lado pessoal, nem desqualifique seu oponente: Discorde de argumentos e pontos de vista, não de pessoas. Conduza o debate na dimensão técnica, concreta e factual. Quando o contraditório extrapola para ofensas, ironias ou acusações, não se chegará a um fim proveitoso para nenhuma das partes envolvidas.

Flávio Emílio Cavalcanti

Flávio Emílio Cavalcanti é professor universitário, consultor organizacional, administrador e mestre em Gestão de Recursos Humanos.

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