O legado de Anderson Silva, mesmo após 10 defesas de cinturão do UFC, ficou abalado.
Não há como apagar da memória a pífia apresentação do lutador, pelas brincadeiras no octógono, diante do americano Chris Weidman, que tirou o seu título dos pesos-médios após 7 anos de vitórias consecutivas.
A memória do povo brasileiro, quando se diz respeito ao esporte, pesa mais em relação aos piores momentos do que pelos melhores. Anderson talvez não saiba, mas tomou um duro golpe, do qual precisará de muita força para se levantar.
Quem se lembra, por exemplo, que Rubens Barrichello foi o piloto que mais tempo permaneceu na Fórmula 1 na história da modalidade? Ao invés disso, ele ficou marcado como o homem que abriu passagem para o alemão Michael Schumacher vencer uma prova. E o atacante Adriano, o Imperador, é lembrado por qual feito: bebedeiras ou títulos com a Seleção e carreira meteórica no futebol italiano?
Durante a última semana, após a palhaçada de Anderson, os amantes do esporte e a mídia deram destaque, de forma 100% negativa, para o que aconteceu nos Estados Unidos. Até mesmo fãs do lutador, tido por muitos como o maior da história, o criticaram duramente.
O maior desafio da incrivelmente vitoriosa carreira de Anderson, portanto, está por vir. Saiu esta semana a notícia da revanche para o fim de dezembro. Mesmo após tantas conquistas, está será a sua grande provação no octógono, pois em jogo não estará apenas o cinturão — mas, também, a sua herança.
Para não ter sua carreira com uma mancha definitiva, o Spider terá na revanche que lutar por dois motivos: recuperar o cinturão e colocar fim às dúvidas (de ser arrogante demais ou até mesmo de entregar a luta) que pairam após a sua vexatória derrota no UFC 162.
Um desafio que, aos 38 anos, não sei se Anderson conseguirá dar conta.