Segundo a mitologia grega, as sereias são seres com parte do corpo de mulher e outra parte de peixe. Continuam a ser muito populares até hoje e povoam o imaginário de adultos e crianças em várias partes do mundo.
Diz a lenda que as sereias habitavam os rochedos entre a Ilha de Capri e a Itália. Eram muito bonitas e entoavam um belo e suave canto que seduzia os navegantes os quais, atraídos pela melodia, eram levados a naufragar quando seus barcos atingiam as pedras, arrastando seus tripulantes para a morte. Por isso, a expressão “canto da sereia” passou a ser usada popularmente para designar propostas fantasiosas e enganosas.
A lenda do canto das sereias encontra um paralelo curioso com situações que ocorrem na trajetória profissional de muita gente. Refiro-me a propostas de trabalho – geralmente direcionadas a quem está empregado que se revelam tão tentadoras quanto as míticas sereias, mas que terminam numa triste história de engano e naufrágio profissional.
Infelizmente há profissionais ingênuos que se deixam seduzir por propostas de salário mais alto, ganhos variáveis fáceis, pacotes de benefícios, trabalho leve e flexível e promessas de ascensão rápida.
Mas tudo na vida e na carreira tem um preço. Vários se deixam levar por tais promessas sem, antes, tomar o cuidado de checar se as promessas são condizentes com a realidade. Da mesma forma que a empresa analisa currículos dos candidatos, estes devem analisar a imagem das empresas. Isso se aplica, principalmente, aos que estão trabalhando, foram convidados a participar de um processo seletivo e que, em tese, não estariam desesperados em busca de uma vaga no mercado.
De fato há empresas que fazem ofertas verdadeiramente tentadoras. Mas o que elas escondem, e que os incautos candidatos só vão descobrir depois da contratação, são condições de trabalho bem ruins, tais como:
Em muitos casos, quando o profissional que foi atraído pelo canto de uma linda sereia descobre a dura realidade do rochedo que ele acaba de colidir já será tarde demais para retroceder. Há quem tente, em vão, voltar para o emprego anterior. Não será fácil, pois a essa altura, a vaga deixada para trás já deverá estar preenchida. Ele passará, então, a engrossar a estatística de desemprego do país.
Diante de riscos como esse e histórias com final triste, só me resta recomendar cautela na hora de tomar decisões. Decidir por impulso, com o coração ou se encantar com elogios ditos pela empresa é se deixar levar pelo canto da sereia. Como já disse, pesquisar o perfil dessa empresa no mercado é fundamental. Além disso, há de se ponderar que além de salário, outros aspectos pesam na hora de decidir, como: ambiente de trabalho, perfil dos sócios e da liderança, espírito de equipe, possibilidades de crescimento, além da localização.
Lembre-se de valorizar o que tem nas mãos e só tomar uma decisão tão radical de mudar de empresa abruptamente, se os riscos forem conscientemente controlados. Assim você navegará cada vez melhor em águas tranquilas.
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