Há um momento intensamente filosófico, sábio em “O Mágico de Oz”.
O momento filosófico se dá quando os amigos de Dorothy se queixam de suas limitações. Um deles se acha burro.
Diz o mágico: “Em minha terra as pessoas não são mais inteligentes que você. Mas têm uma coisa que você não tem: um diploma.” E então passa ao infeliz um diploma, que prontamente eleva sua autoestima.
Um outro lamenta ser covarde.
Diz o mágico: “Em minha terra as pessoas não são mais corajosas que você. Mas têm uma coisa que você não tem: uma medalha.” E então passa ao infeliz uma medalha, que prontamente eleva sua autoestima.
A sabedoria do mágico é digna de Sócrates.
Tendemos a achar que somos piores que os outros. Não somos. Quase sempre apenas não temos os adornos que são a marca do mundo em que vivemos – diplomas, medalhas e outras coisas que nos fazem pensar que nos elevamos sem que, na verdade, saiamos do chão.
O que o mágico estava dizendo aos sofredores era no fundo isso: “Vocês não são piores do que ninguém. Mas também não são melhores.”
É uma maneira perfeita de encarar a vida.