Já não é mais novidade para ninguém que a Ford resolveu estender sua tecnologia global, apelidada de EcoBoost, ao New Fiesta.
Muitos gostaram da novidade, outros não. Mas a verdade é que a montadora tem um baita desafio pela frente.
Pra começar que o rótulo de 1.0 faz com que os brasileiros já enxerguem o New Fiesta com certo preconceito. Mesmo tratando-se de um motor turbo super econômico que entrega 125cv, 17,3 kgfm de torque e que acelera de 0 a 100km/h em 9,6 segundos. Pra piorar ele estará disponível apenas na versão Titanium, que é a topo de linha do modelo, portanto custará R$ 71.990.
Então como fazer para justificar esse valor, se tratando de um 1.0? O problema é que estes dois números divididos por um ponto é símbolo de pouco rendimento e baixa potência há anos. Sem contar que esteve sempre ligado a veículos populares.
Mas o fato é que o New Fiesta turbo vem para brigar no grupo dos compactos premium, portanto longe dos veículos de entrada das outras montadoras.
Na versão Titanium, além do novo motor 1.0 EcoBoost, continua disponível a opção de motor 1.6 Sigma. Só não consigo imaginar alguém levando um deste, ao invés do novo 1.0 turbo, que acelera mais e consome menos. Ah, talvez pela pequena diferença de R$ 1.300? Acho que não.
O que eu realmente acho, é que precisamos deixar de lado o fato de ele ser 1.0, porque uma coisa é certa: ao dirigir o New Fiesta EcoBoost você até se convence de que está acelerando um carro com motor de 1.6 pra cima.
Ele traz de série sete airbags, sistema de partida sem chave Ford Power, chave com sensor de presença, bancos em couro, controle de estabilidade e de tração, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, piloto automático e ar condicionado digital. Outra novidade que demorou mas chegou, são os cintos de segurança traseiros de três pontos, o encosto de cabeça para o passageiro do meio e banco bipartido. Ou seja, é um carro bem completo.
Agora pra quem ainda tem preconceito com motores 1.0, saiba que o EcoBoost 1.0 foi o único na história a vencer três anos consecutivos como “Motor do Ano” entre todas as categorias.
Segundo a montadora ele é também o mais econômico, fazendo 12,2 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada. Ganhou até nota A no Inmetro.
Alem da potencia invejável, o novo motor da Ford se destaca pelo alto torque que atinge em baixa rotação. São 90% do torque total a partir de 1500rpm.
Tive a oportunidade de dirigir o New Fiesta Ecoboost por um trecho de 30km na estrada e ele definitivamente não se comporta como um 1.0. Além de acelerar bem, é super silencioso.
Depois foi a vez de testá-lo na pista, mais especificamente no Autódromo Velo Cittá, onde percebi que o pequeno motor tem fôlego de sobra. O alto torque agindo em rotações mais baixas tornou as votas mais divertidas. Os pneus pareciam não ter muita aderência, mas com o controle de estabilidade e tração foi fácil se manter na pista.
O que eu realmente senti falta foi de um câmbio mais esperto ou da possibilidade de trocas de marchas através de borboletas atrás do volante. O câmbio PowerShift até conta com a opção Sport que deixa o carro mais um pouco mais agressivo, mas não é a mesma coisa.
Pra finalizar, achei a iniciativa da Ford de trazer o motor 1.0 EcoBoost ao Brasil muito bacana. É sem dúvidas um grande avanço em tecnologia que deve servir de exemplo a outras montadoras que ainda não entraram na onda do “downsizing”. Agora se o New Fiesta com o novo motor EcoBoost vai vingar ou não, é uma boa pergunta. Mas que o carro é legal pra caramba, eu não tenho dúvidas.
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