Aparar, raspar ou depilar?

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No final do ano passado, rolou uma aposta na redação. E, para o perdedor, fomos atrás de um pagamento bem cruel. O que decidimos? Depilação da virilha. Isso mesmo – quem perdesse teria que depilar a virilha, tirar tudinho. A verdade é que até agora, para infelicidade daqueles que estavam apenas observando quem iria se ferrar (como eu), o vencedor não cobrou o que é de seu direito. Mas, com sorte, ele vai se sentir incentivado após este parágrafo inicial.

No entanto, o que serviu como pagamento de aposta para nós, é opção deliberada para outros. A depiladora Leila Rosa, do salão de beleza Garagem Estética, exclusivo para homens, disse numa entrevista à revista Vip: “De cada dez clientes que atendo, quatro ou cinco depilam a virilha.” E segundo Leila, geralmente é a mulher ou a namorada que os levam. Bem, sabendo disso, talvez a palavra “deliberada” não seja a mais exata. Mas ao menos não é uma aposta.

Se a depilação na zona pubiana ainda soa muito radical aos ouvidos masculinos, uma pesquisa feita pela Philips mostrou que ao menos alguma intervenção aos pelos dessa área é bem comum de acontecer entre os homens. Os resultados apontam que 72% dos brasileiros aparam, raspam ou depilam os pelos pubianos. Esse número parece até modesto se você pensar que 28% deixam a mata crescer aleatoriamente.

Uma outra pesquisa realizada pela Alfa, que ouviu quase cinco mil homens, apresentou resultados ainda inferiores: apenas 57% dizem aparar os pelos (não necessariamente os pubianos). É possível que, alguns anos atrás, esses números fossem considerados altos – mas hoje a relação entre homens e pelos não é mais de amor e orgulho. Se isso acontece com você, oferecemos algumas dicas para lidar com o que se tornou um problema.

Lâmina de barbear

É a opção mais básica e pode servir para tirar os pelos de outras partes do corpo que não o rosto, como, por exemplo, peito, virilha, axilas e até a cabeça. O site da Gillette tem um material com vídeos e textos explicativos e bem humorados de grande utilidade. O ideal é aparar os pelos quando eles estão muito grandes antes de raspá-los, sempre aplicar o gel de barbear e enxaguar a lâmina com frequência. O problema do barbear é que os pelos crescem em pouco tempo – o que faz com que o processo tenha de ser repetido, dependendo do caso, no mínimo duas vezes por semana. Se fazer a barba já enche o saco, imagine o corpo inteiro.

Barbeador elétrico

Esse é um equipamento bem prático e – talvez o mais importante – totalmente indolor. Diferentemente da lâmina de barbear, o barbeador elétrico permite a regulação do tamanho dos pelos. Para quem não se convenceu de que corpo pelado não é exclusividade das mulheres, essa é a opção perfeita. Contudo, assim como a opção acima, também não promove resultados duradores, obrigando-nos a utilizá-lo semanalmente. Mas, em contrapartida, por não entrar em contato direto com a pele, é menos agressivo do que a lâmina.

Creme depilatório

Esse é um método que visa a eliminação total dos pelos. Se comparado à lâmina, dá um pouco mais de trabalho, mas em uma pele em condições normais, não é nada agressivo. Existem cremes depilatórios específicos para o público masculinos. O processo inicia-se com a limpeza da pele (pode ser com uma loção pré-depilatória) e, após secar o local, segue com a aplicação do creme. Depois espera-se de cinco a dez minutos para o produto fazer efeito e então, com uma espátula ou uma esponja, retira-se os pelos. O produto não age na raiz e, por isso, a duração do resultado é parecida com a da lâmina. Antes de utilizar o creme depilatório faça um teste aplicando o produto em uma pequena região do corpo para verificar se tem alergia a ele.

Cera

Arrepiou, né? O pesadelo de quase todos os homens é a depilação com cera – contudo, por arrancar o pelo pela raiz, ela traz resultados muito mais duradouros do que as opções anteriores. A não ser que você saiba (ou tenha alguém em casa que saiba) muito bem o que está fazendo, não realize a depilação em seu próprio lar. Procure uma clínica profissionalizada no assunto. Mas e a dor? Bom, a promessa é que após algumas sessões a dor fique mais amena. E outra – se as mulheres conseguem, nós não conseguiremos? (Mas se quiser uma dica, opte pela cera quente, que dói menos).

Laser

Para esse método é preciso paciência (dura em média 10 sessões), dinheiro (o valor varia conforme o local da aplicação, mas uma sessão pode custar 300 reais, por exemplo) e coragem (muita gente diz que dói mais do que cera). Mas, como recompensa, você pode se livrar dos pelos para sempre. No entanto, ela é mais efetiva para quem tem pele clara e pelos escuros, pois o laser é atraído pela melanina. Não é recomendado para quem tem pele negra, já que o processo pode machucar o órgão.

Fotodepilação

É uma opção mais suave para o laser. Os pontos mais positivos são: agride menos e provoca menos dor. Contudo, por conta da luz emitida ser menos intensa, também é menos eficaz. Ufa, quanto “menos”. A preocupação com as peles escuras também fazem parte do pacote desse método.

Eletrólise

Aqui utiliza-se a eletricidade para soltar o pelo da raiz. Uma agulha é introduzida no folículo piloso (de cada fio) para que seja aplicada uma descarga elétrica no local e desconectar o pelo da pele. Sim, é bem dolorido. Esse método ficou ultrapassado com a chegada da depilação a laser – mas pode servir como um complemento para eliminar os pelos claros que ela for incapaz de remover. Entretanto, tome cuidado, essa é uma técnica que pede domínio e conhecimento total do profissional, pois oferece grandes riscos à integridade do maior órgão humano: a pele.

É sempre bom lembrar que os pelos têm funções de proteção em nosso corpo e, portanto, a eliminação deles deve ser feita de forma consciente. Atenção também para aqueles que têm problemas de pele como acnes e foliculite. Nesse caso o recomendado é consultar um dermatologista antes de tomar qualquer providência.

Thiago Sievers

Co-fundador do El Hombre, é responsável pelo canal do YouTube e pelas parcerias comerciais. Vem trabalhar todo dia de bicicleta e tem um condicionamento de atleta olímpico. É editor também do "Moda Masculina Journal".

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