Better Call Saul é tão bom que fará você esquecer Walter White

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Em setembro de 2013, os fãs de “Breaking Bad” ficaram órfãos de Walter White, com o final da série após 5 temporadas.

O luto chegou ao fim.

Estreou ontem no Brasil, pelo Netflix, o tão aguardado “Better Call Saul”.

O spin-off mostra a história do advogado fanfarrão Saul Goodman antes de conhecer (e ter sua vida arruinada por) Walter White.

Antes do lançamento oficial, os principais críticos dos EUA tiveram a chance de ver dois episódios em primeiro mão.

E alguns disseram que “Better Call Saul” era tão bom quanto “Breaking Bad”.

Mas seria possível?

Como um ex-coadjuvante (por melhor que fosse) poderia igualar a série do seu velho protagonista, considerada por muitos a melhor da história?

Admito que, antes de ver o primeiro episódio, eu tinha minhas ressalvas.

Mas fui surpreendido.

Ao final dos 53 minutos de episódio, pensei: “Puta que pariu. Isso é bom mesmo.”

A atuação de Bob Odenkirk (Saul) dispensa comentários; quem viu “Breaking Bad” sabe o quanto ele é bom.

O que realmente me chocou foi o seguinte: você não sente falta de Walter White.

Para mim, isso seria inevitável. Como olhar Saul em cena e automaticamente não pensar em seu velho cliente?

Por este único (e fundamental) detalhe eu achava que “Better Call Saul” nunca poderia ser tão bom quanto “Breaking Bad”.

Mas o que ocorre é exatamente o contrário.

Saul é tão carismático (e o roteiro tão forte) que você nem lembra que a metanfetamina azul já existiu (ou vai existir) no seu mundo.

Falando em roteiro, deixe-me explicar um pouco melhor a trama, ok? O foco da série é Saul num momento de crise em sua carreira.

Ainda advogando com seu nome real Jimmy McGill, ele está falido, desiludido e longe de ser o poderoso Saul Goodman.

Eis que, num momento de desespero, ele flerta com a ideia de utilizar-se de uma pequena trapaça para conseguir um trabalho.

O resultado disso, como os fãs de “Breaking Bad” sabem, é o nascimento de um novo Saul mais interessado em quebrar a lei do que segui-la.

Apesar do foco ser o passado de Saul, temos também uma visão dele pós-Breaking Bad, depois de fugir para o Alaska.

E isso me deixou muito animado: será que teremos mais nos próximos episódios? Será que voltaremos a ver Jesse Pinkman?

Falando em personagens de “Breaking Bad”, alguns já marcaram presença no piloto: o inesquecível Mike e o psicótico Tuco.

Será curioso, também, entender como Mike foi de caixa de estacionamento para faz-tudo de traficante.

Para resumir, “Better Call Saul” começou com o pé direito: recorde de audiência para uma estreia na TV fechada americana (6,9 milhões de pessoas), a mesma nota de “Breaking Bad” no IMDB (9,5) e 100% de aprovação entre os críticos segundo o “Rotten Tomatoes”.

Por ser apenas um episódio, ainda não dá para colocar “Better Call Saul” entre as maiores séries da história.

Mas que eles têm tudo para chegar lá, têm.

PS: O segundo episódio de “Better Call Saul” foi lançado hoje, apenas 24 horas após o piloto. Depois a série adotará frequência semanal.

Pedro Nogueira

Fundador e editor-chefe do "El Hombre" e do "Moda Masculina". Adora jogar tênis, ler livros e passear com seus pets.

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