Carro voador da Embraer promete trajeto Faria Lima–Guarulhos em 13 minutos

Veículo elétrico da Eve Air Mobility foi apresentado em evento na capital paulista

Carro voador da Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, fez um voo experimental em São Paulo.

• O trajeto partiu da região da Faria Lima e simulou uma viagem até o aeroporto de Guarulhos.

• A Embraer confirmou que pretende iniciar as operações comerciais com esse tipo de veículo até 2026.

A paisagem da cidade de São Paulo ganhou um toque futurista nesta semana. A Embraer, por meio de sua subsidiária Eve Air Mobility, realizou o primeiro voo de demonstração do carro voador que vem desenvolvendo há anos. A rota simulada foi de um dos centros financeiros da capital, a Faria Lima, até o aeroporto de Guarulhos, usando um helicóptero adaptado para representar o futuro veículo elétrico de decolagem vertical (eVTOL).

Embora o veículo definitivo ainda esteja em fase de construção, a simulação visou demonstrar o potencial de integração desse novo modal à malha urbana, com foco em deslocamentos rápidos e sustentáveis em grandes centros urbanos. A ideia da empresa é iniciar as operações comerciais com os eVTOLs até 2026, com voos curtos e frequentes, voltados principalmente ao transporte executivo.

A proposta da Embraer com o carro voador

Segundo a Autoesporte, o voo de demonstração durou 6 minutos e percorreu cerca de 30 quilômetros, simulando o trajeto mais rápido entre a Zona Oeste e o aeroporto de Guarulhos. A experiência, embora feita com um helicóptero convencional, reproduziu as condições de voo, embarque e desembarque planejadas para os futuros veículos elétricos. A estrutura de embarque foi montada no heliponto da Azul Conecta, na Faria Lima, e a de chegada, no heliponto da Voom no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

O veículo definitivo, que está sendo desenvolvido pela Eve, será 100% elétrico, com capacidade para quatro passageiros e um piloto. O objetivo é que ele seja mais silencioso, leve e econômico do que um helicóptero tradicional, com emissões zero de carbono. A proposta da Embraer é posicionar-se como uma das líderes na chamada “mobilidade aérea urbana”, segmento que vem atraindo o interesse de empresas do mundo inteiro, como Airbus, Joby Aviation e Lilium.

A operação é pensada para funcionar por meio de aplicativos, como os serviços de transporte por aplicativo já existentes, com reservas antecipadas e valores ainda não divulgados. A promessa é de tarifas mais acessíveis do que as de táxis aéreos convencionais, facilitando o uso frequente por um público mais amplo.

Parceria com empresas e investimentos no setor

A Eve tem buscado parcerias estratégicas para viabilizar a operação dos eVTOLs. De acordo com a Autoesporte, a empresa já firmou acordos com companhias como Azul, Helisul e Flapper, que poderão atuar na operação dos voos. Além disso, tem investido em pesquisas com foco em infraestrutura, como a criação dos chamados “vertiportos”, pontos de pouso e decolagem adaptados para esse novo tipo de aeronave.

O modelo que está sendo desenvolvido ainda precisa passar por certificações nacionais e internacionais. A Eve informou que já trabalha com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e outras autoridades regulatórias para garantir a homologação necessária até 2026. Segundo a Embraer, a montagem do primeiro protótipo já começou em Taubaté, no interior de São Paulo, e os testes com o veículo real devem ocorrer ao longo do próximo ano.

Internacionalmente, os eVTOLs também estão sendo testados em países como Estados Unidos, Alemanha e Emirados Árabes. A corrida tecnológica envolve desafios como autonomia de voo, segurança, integração com o espaço aéreo urbano e aceitação social. Mesmo assim, o setor tem atraído bilhões de dólares em investimentos, com a promessa de revolucionar o transporte em cidades congestionadas.

Planejamento urbano e impacto na mobilidade

Além da inovação tecnológica, o uso de carros voadores depende de uma profunda transformação na logística urbana. De acordo com o G1, a Eve já iniciou conversas com a Prefeitura de São Paulo para estudar a integração desses veículos à mobilidade urbana da cidade. O planejamento prevê a utilização de helipontos já existentes e a construção de novos pontos de embarque e desembarque em regiões estratégicas da capital.

O impacto na mobilidade urbana pode ser significativo. Estima-se que um trajeto como Faria Lima–Guarulhos, que pode levar mais de uma hora em horários de pico, seja feito em poucos minutos por eVTOL. A proposta também mira a sustentabilidade: os veículos são elétricos e prometem operar com baixo ruído, o que reduziria o impacto sonoro nas áreas residenciais.

Mesmo com o entusiasmo, especialistas alertam para a complexidade da implantação desse tipo de transporte. Segundo a CNN Brasil, será preciso adaptar o tráfego aéreo urbano, criar regras específicas de segurança, garantir o treinamento de pilotos e fiscalizar os operadores. Também há o desafio de tornar o serviço financeiramente viável e acessível, para não se limitar a um público de alta renda.

A expectativa da Embraer é realizar os primeiros voos comerciais no Brasil, aproveitando a ampla rede de helipontos já existente em São Paulo, que abriga mais de 400 locais homologados. A cidade também é considerada um dos maiores mercados de táxi aéreo do mundo, o que torna o ambiente propício para a adoção dessa tecnologia.

Curiosidades

• A Embraer foi fundada em 1969 e é uma das maiores fabricantes de jatos comerciais do mundo. A criação da Eve marca sua entrada no setor de mobilidade aérea urbana.

• Os eVTOLs são projetados para ter autonomia de até 100 km com uma única carga. Eles usam múltiplos rotores elétricos, o que aumenta a estabilidade do voo.

• A região da Faria Lima é um dos principais polos financeiros do Brasil. Por isso, foi escolhida como ponto de partida simbólico para a demonstração do carro voador.

Redação El Hombre
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