As mulheres, conforme vão envelhecendo, contam com dois poderosos recursos para amenizar os efeitos da gravidade sobre o corpo: a maquiagem e a plástica. Salvo raras exceções, os homens não compartilham dessas estratégias.
É bem verdade não nos preocupamos tanto com as consequências da idade sobre a estética como as moças, mas se pudermos evitá-las de forma natural e saudável, por que não?
Uma forma efetiva de combater o envelhecimento sem o auxílio de cosméticos ou bisturis é a alimentação. E o melhor de tudo é que não há segredo nesse processo – basta consumirmos fontes de antioxidantes. Já o funcionamento disso é um pouco mais complexo.
Radicais livres
Radicais livres são moléculas com número ímpar de elétrons. Porque a grande maioria das moléculas precisam ter elétrons pareados para permanecerem estáveis, boa parte dos radicais livres estão constantemente a procura de um elétron que os estabilizem.
Portanto, eles não pensam duas vezes antes de “roubar” ou “doar” uma partícula negativa de qualquer, ou a qualquer, molécula que atravesse seu caminho – fenômeno conhecido como oxidorredução (vulgarmente chamado de oxidação).
Os radicais livres são produzidos pelo próprio organismo durante o processo de respiração e também é possível formar essas substâncias a partir de fatores externos como o cigarro, a poluição ou o estresse. O nosso corpo produz enzimas que neutralizam 99% dos malefícios causados pela oxidação produzida pelos radicais livres. Portanto, num organismo saudável eles não são fonte problemas.
Essa substância, apesar da conotação pejorativa que normalmente recebe, exerce alguns papeis importantes no nosso organismo, como a vasodilatação e o combate a inflamações.
O problema é quando os radicais livres estão em números elevados no organismo – aí eles passam a ser prejudiciais. A sua alta reatividade pode provocar danos celulares permanentes, pois desestabiliza moléculas de estruturas orgânicas importantes do nosso corpo, como, por exemplo, o DNA. Esses “ataques” constantes às células do corpo caracterizam o estresse oxidativo, fenômeno associado ao envelhecimento.
Dr. Denham Harman é um biogerentologista (profissional da biogerentologia, ciência que trata do envelhecimento) autor da teoria dos radicais livres. É esse trabalho o responsável por disseminar pelo mundo a associação positiva entre radicais livres e o envelhecimento, e também a ideia de que antioxidantes podem amenizar a ação do tempo sobre nós.
Isso é tão fortemente propagado que o mercado de produtos antienvelhecimento utilizam essa substância para divulgar a efetividade de suas mercadorias. Além disso, a aceitação por parte dos especialista do ramo sempre foi geral.
Mas não há necessidade de gastar fortunas por um pote de creme para obter resultados rejuvenescedores – encontra-se antioxidantes (como a vitamina A, C, E e os carotenóides) com facilidade em alimentos. Veja abaixo as opções mais ricas em antioxidantes segundo uma tabela desenvolvida pela Instituição Nacional do Envelhecimento, dos Estados Unidos.
Além da ação antioxidante, existem outros fatores que podem ajudar a manter o corpo com um aspecto jovial como a produção de melanina, por exemplo, que conserva a cor dos cabelos por mais tempo.
As controvérsias
A bem da verdade, quando falamos da total aceitação dos especialistas pelo material publicado pelo Dr. Harman nos meados do século passado, estávamos nos referindo até pouco tempo atrás, pois hoje em dia já existem estudos que o colocam em cheque.
Segundo uma matéria publicada pela BBC, uma pesquisa britânica provou que a teoria dos radicais livres está equivocada, e que não são essas substâncias as destrutivas, mas sim algumas enzimas. Também encontramos um artigo publicado pela Revista da Associação Médica Brasileira que relata que não há evidências importantes que demonstrem que o processo oxidativo explica o envelhecimento.
O site Diário da Saúde vai ainda mais longe e divulga que um estudo da Universidade de Minho, em Portugal, diz que os radicais livres podem – olha só – ter efeito antienvelhecimento. É justamente o oposto!
Na realidade, a teoria de Denham Harman nunca foi comprovada cientificamente, mas acabou se tornando uma verdade científica sabe-se lá como e o porquê. Contudo, mesmo que o velho trabalho esteja equivocado, os benefícios dos alimentos supracitados passam longe de qualquer suspeita. Na pior das hipóteses, então, você ainda estará se alimentando de uma maneira saudável.
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