Ao abrir redes sociais como o LinkedIn, é muito comum ver publicações exaltando o trabalho duro, a ambição e sempre seguir a linha da perfeição. Geralmente, esse tipo de postura não admite erros, por ter como chave para o sucesso uma postura exemplar a todo custo.
Por outro lado, também vemos pessoas que valorizam muito os próprios erros. Em vez de tentar beirar a perfeição, elas abraçam seus defeitos e tentam aprender aos poucos com eles. Segundo pesquisadores, esse pode ser o melhor caminho para o sucesso.
De acordo com um artigo publicado na revista científica Personality and Social Psychology Bulletin, tratar-se com autocompaixão, sabendo que erros são partes naturais de qualquer processo e reconhecendo suas falhas, pode dar resultado: maior motivação.
Os pesquisadores escrevem que, por mais paradoxal que pareça, adotar uma abordagem de aceitação do fracasso pode tornar as pessoas mais motivadas para melhorarem os defeitos em si mesmas.
O que sabemos é que uma mente resiliente é fundamental para o sucesso a longo prazo. Outro estudo, feito por psicólogos da Universidade de Sheffield (Inglaterra), mostra que o estresse vindo de autocríticas pode aumentar a procrastinação. Isso mostra como as cobranças excessivas podem ter um preço caro no final.
Autocompaixão como estratégia de crescimento
A princípio, a autocompaixão pode parecer uma rota meio estranha para aprimorar o rendimento. Há também outras coisas que nos motivam a sempre buscar coisas novas e tentar o melhor.
Em entrevista ao jornal The Chronicle of High Reputation, a psicóloga Carol Dweck explicou que as pessoas tendem a adotar duas abordagens mentais para o talento:
- Mentalidade fixa: A crença que inteligência e habilidade são coisas que nascem conosco. Pessoas com essa mentalidade costumam dizer coisas como “Não sou tão inteligente” ou “Matemática não é minha praia”.
- Mentalidade de crescimento: A crença que inteligência e habilidade podem ser desenvolvidas por meio do esforço, pois somos o que trabalhamos para nos tornar. Pessoas com essa mentalidade costumam dizer coisas como “Se eu continuar trabalhando vou conseguir” ou “Tudo bem, só preciso tentar de novo”.
Quando você assume quem é e as coisas começam a complicar, você pode começar a ficar abalado por pensar que seu “eu” não é bom o suficiente (mesmo que sua autoestima seja boa).
É por conta disso que pessoas com mentalidade de crescimento tendem a pegar leve consigo mesmas, mas sem perder o foco pelos seus objetivos. Em vez de se diminuírem, elas tentam olhar pelo lado positivo do esforço feito e ver o que podem tirar dele.
Autocompaixão não significa diminuir expectativas ou procurar metas menores. Na verdade, significa aceitar que falhas são coisas naturais, presentes em todos os seres humanos. Porque todo mundo comete erros, mas aqueles que atingem o sucesso que procuram são os que têm a persistência necessária para continuar tentando.
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