A Seleção caiu, enfim, nos braços do povo.
Estamos vendo a garra e a alegria de volta à nossa Seleção nesta Copa das Confederações.
A brasilidade e o espírito da torcida nos jogos contra o Japão e, sobretudo, diante do México incorporaram as ações dos jogadores dentro de campo.
Vou além: a entrega do povo pela causa das manifestações ao redor do Brasil enraizou-se também no estilo de jogo de nossos atletas. Eles correram, gritaram, se jogaram e batalharam. Pediram apoio e apoiaram.
Da mesma forma que acredito que vamos, com a força do povo nas ruas, ganhar a luta contra as injustiças e corrupções do governo, entendo que conquistaremos o caneco da Copa das Confederações no Brasil.
O espírito de luta está por todas as partes e no futebol não é diferente.
A emoção foi vista nos olhos de cada atleta e no choro de Felipão com o golaço de Jô, após a linda jogada do craque Neymar, que selou a vitória brasileira diante do México por 2 a 0 — Neymar fez o primeiro, por sinal. O triunfo deu ainda a vaga antecipada para a nossa Seleção. Teremos agora, contra a Itália, no sábado, a nossa prova de fogo para mostrar que estamos no caminho certo. Será o desafio para ver quem fica em primeiro lugar no grupo.
E Neymar, enfim, foi diante dos mexicanos o verdadeiro craque que esperamos deste menino atrevido. Ele jogou nesta tarde de quarta-feira com ousadia e energia — como os milhares de manifestantes que tomaram as ruas do país para clamar por mudanças na desigual sociedade brasileira.
