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Como a Alemanha reformou seu futebol

Se você, hombre, é um daqueles que irá torcer pela seleção alemã para não ver o nosso maior arquirrival – a Argentina – comemorar um título mundial em nossa casa pode ficar tranquilo.

A Alemanha tem inúmeros motivos para conquistar este mundial. É a merecedora da taça da Copa de 2014 e o verdadeiro país do futebol na atualidade:

  • Um futebol consolidado no país
  • O campeonato nacional de altíssima qualidade
  • Um projeto iniciado na seleção com respaldo logo após a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, pelo técnico Joachim Low
  • Uma seleção com craques e não feita de apenas um grande atleta
  • Uma geração nova e já campeã desde as categorias de base

A base da finalista alemã contra a Argentina fora formada em 2009. Seis jogadores da atual seleção (Neuer, Boateng, Hummels, Höwedes, Khedira e Özil) foram campeões do Campeonato Europeu Sub-21 há cinco anos.

Em 2010 adquiriram experiência na Copa da África do Sul e, agora, estão prontos para levantar a taça. Tudo reflexo da boa administração do futebol do país.

De 2002 em diante, a Associação Alemã de Futebol (DFB, esta que é a CBF deles) investiu cerca de US$ 1 bilhão em academias e centros de treinamentos para jovens.

Ela é ligada ao governo e detêm 366 centros de treinamentos futebolísticos, sem vínculo algum com clubes onde empregam também 25 mil profissionais. São criados para a seleção e não para clubes, com o intuito de serem vendidos para o exterior como mercadoria.

Esta mesma DFB reformulou a Bundesliga, o Brasileirão deles. Com uma política financeira rigorosa, sem espaço para corrupção ou para orçamentos no débito nos clubes, a Bundelsiga tornou-se potência mundial com a melhor média de público do mundo: 45 mil pessoas por jogo (40% são mulheres).

A da segunda divisão alemã tem média de 17 mil – dois mil a mais que o público do Brasileirão que é 15 mil pessoas.

Com a mesma postura de estruturação da DFB. Este é o lema do técnico Joachim Low.

Ex-auxiliar técnico do Klinsmann (atual técnico da seleção dos EUA), Low assumiu o comando técnico alemão em 2006, logo após a Copa, e teve liberdade para trabalhar. Principalmente sem pressão. Sempre bateu na trave em campeonatos e, mesmo assim, seguiu com respaldo da torcida e dos dirigentes.

Não à toa hoje a Alemanha desfruta deste bom preparo com mais uma final de Copas em seu currículo. Por tudo isso, tomara que vença.

E, hombre, torço pela Alemanha nesta finalíssima por toda sua estrutura dentro do esporte e não pela mera rivalidade com a Argentina.

Se não bastasse tudo isso, a seleção tem uma coincidência do passado para chegar ao tetracampeonato mundial. O Brasil demorou de 1970 até 1994 para conquistar o tetra. Foram 24 anos.

Os mesmos que a Itália demorou do Tri para o Tetra. Foi de 1982 até 2006. A Alemanha venceu o tri em 1990 e agora, 24 anos depois, pode levar o Tetra assim como os outros países que conquistaram quatro vezes a Copa.

Felipe Piccoli
Felipe Piccoli
Felipe Piccoli é especializado em jornalismo esportivo desde 2008. Com passagens pela Rádio Bandeirantes e pelo jornal Marca Brasil, hoje ele é coordenador de reportagem da Band.