Tudo que é bom precisa ser cultivado. Assim como não dá pra esperar que uma planta cresça se você não rega e que um amor vingue se você não cuida, não se pode querer que o tesão aflore sem que o alimentemos.
Não existe uma fonte inesgotável de tesão dentro de cada pessoa – ao menos não das pessoas ditas normais. Não dá pra passar o dia inteiro pensando nas contas atrasadas, em passar no supermercado ou no resultado do futebol, e querer um erotismo latente todas as noites.
Desejo sexual não é completamente físico. É espírito, é desejo, é pensamento. Portanto, é preciso que se pense – e que se fale – sobre sexo. Principalmente, é preciso que se fale. O desejo se esconde da timidez.
Portanto, não esconda do seu parceiro os seus desejos mais pervertidos – é saudável que se compartilhe as vontades, que se estabeleça uma comunicação sexual sem restrições – com o outro e, também e principalmente, com você mesmo. Conhecer o próprio corpo, aceitar as próprias preferências e conviver com as próprias fantasias são os indispensáveis ingredientes do tesão.
Pensar em sexo e falar sobre sexo não deixam de ser ótimas maneiras de praticá-lo, mesmo que não no plano físico. Compreender-se enquanto um ser sexual – física e espiritualmente falando – é a única coisa capaz de nos colocar nesta condição.
O prazer não foi feito para ser deliberadamente desfrutado – mas cultivado, aflorado, aprimorado. Tornar-se sexual por natureza é a mais afrodisíaca preliminar.
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