Na maior parte das vezes nas quais conhecemos uma pessoa e gostamos dela, mas não temos meios de explicar especificamente o porquê dessa preferência, em geral é porque ela tem carisma.
Conta-se que, certa vez, Marilyn Monroe foi com um fotógrafo à Estação Grand Central, em Nova York, no horário de pico. Havia gente em todo canto, mas a atriz não foi reconhecida.
Em seguida, na calçada, Marilyn fitou o fotógrafo com um sorriso provocativo e perguntou: “Quer vê-la? Ver a Marilyn?” E, balançando o cabelo e fazendo uma pose, ela se tornou a Marilyn – uma aura apoderou-se dela, e de repente as pessoas ao seu redor reconheceram-na: a estrela, a diva, a personalidade magnética.
O carisma é, em parte, fruto da nossa autenticidade; e, em parte, uma atuação e uma espécie de projeção cuidadosa de determinadas qualidades capazes de atrair atenção e de surtir um efeito em específico.
O nosso subconsciente, sinais sociais, expressões físicas e a maneira como tratamos as outras pessoas fazem parte do desenvolvimento de nosso carisma. E embora certas pessoas tenham um carisma natural, podemos também treinar para que adquiramos esta qualidade. Como afirma o célebre adágio taoísta, “a jornada de mil milhas é iniciada com o único passo”.
John Neffinger e Matthew Kohut, professores de Harvard, pesquisaram durante seis anos a arte do carisma, convivendo com políticos, CEOs, personalidades da mídia, comandantes da NASA e vencedores do prêmio Nobel.
Eles concluíram que o carisma é formado por duas qualidades: força e calor:
A nossa força é a nossa capacidade de fazer com que as coisas ocorram, através de nossas habilidades e de nossa força de vontade. Quando as pessoas projetam força, exigem nosso respeito. O calor é o sentido de que uma pessoa divide nossos sentimentos, interesses e pontos de vista. Quando as pessoas projetam calor, gostamos delas e as apoiamos.
Curiosamente, certas expressões que denotam força fazem com que não pareçamos nem um pouco calorosos, ao passo que expressões que denotam calor podem fazer com que passemos a impressão de não sermos fortes.
E é por isso que as pessoas que conseguem unir essas duas coisas são poucas, e é por isso que tanto nos impressionam, passando-nos a impressão de que “estão dispostas (calor) e são capazes (força) de proteger os nossos interesses, de maneira que desejamos tê-las como líderes e nos sentimos confortáveis quando estão no comando”.
Ao escrever sobre os samurais, o especialista em artes marciais Haha Lung afirmou que, por trás do ferro letal da katana (tradicional espada japonesa por eles usada) encontrava-se uma reserva desmedida de discernimento, de inteligência e de generosidade, de vontade de promover o bem maior: “Dentro deste universo dos samurais, havia o componente necessário de seda para complementar e balancear o ferro”.
Como dissemos, podemos sempre nos tornar mais carismáticos.
E, para que isso aconteça, precisamos nos concentrar nos seguintes tópicos:
Quando estiver conversando com uma pessoa, demonstre que está inteiramente focado nela, prestando atenção a todas as suas palavras. Uma tática muito útil é imaginar que está lendo um livro ou assistindo a um filme, e que está aprendendo tudo sobre o personagem principal.
Ninguém gosta de pessoas arrogantes, mas gente excessivamente assustadiça ou tímida não passa uma impressão de força. Portanto, procure o equilíbrio – ou, como diria Aristóteles, o “justo meio” – entre essas duas coisas: a autoconfiança serena.
Pratique o básico: como começar uma conversa, como dar a ela um bom rumo, como deixar a pessoa ao seu lado confortável. Para começar, leia o nosso texto sobre as melhores questões a se fazer em uma conversa.
Uma pessoa inexpressiva raramente será considerada magnética ou interessante. Utilize o seu corpo e a sua face a seu favor. Mantenha contato visual, movimente-se, sorria. Faça você mesmo o seguinte experimento: sorria mais em suas atividades cotidianas. Você certamente perceberá que as pessoas estarão mais dispostas a se aproximar de você.
Uma das maneiras mais simples de se conquistar a simpatia alheia é estando “em sincronia” com o outro, espelhando deliberadamente as atitudes, as emoções, a voz e mesmo a inflexão dessa pessoa. Isso faz com que penetremos no mundo em que vive, levando-a a relaxar e, na maioria dos casos, a nos aceitar em sua vida e em sua mente. Você também pode espelhar as qualidades que considera admiráveis em outra pessoas – não necessariamente as copiando, e sim aprendendo os seus segredos, testando-os e ajustando-os até se encaixarem em você.
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