“Como é o príncipe encantado que elas querem?”

Converso com uma amiga e ela me diz: “Estou saindo com um cara que é bonzinho. Mas que mulher gosta de homem bonzinho?” Não respondi, só ouvi.

Esta noite sonhei com o príncipe Harry, a gente estava se divertindo horrores, bebendo e conversando. Lembrei então de uma entrevista que vi na BBC de Londres. Os príncipes William e Harry falando sobre a vida.

William sempre com as mãos educadamente cruzadas sobre o colo. Já Harry senta com as pernas cruzadas, não como Caetano Veloso faz, mas com as pernas abertas. Os braços? Ficam também abertos, um no braço do sofá, o outro no encosto das costas. Ele está claramente mais a vontade que o irmão.

A diferença de personalidade é nítida. William é o bonzinho e apesar de muito engraçado as piadas são calculadas para não criar polêmica. Ele não pode. Quando o repórter pergunta: “O que vocês queriam ser quando eram pequenos?”. William responde: “Policial”. Harry ri e diz: “Você não pode escolher, nasceu para ser rei.”

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Harry causa polêmica. Saiu de balada na Turquia e se jogou dentro da piscina depois de muitos goles de vodka, continuou dançando ensopado. Na Escócia a foto do garoto molhado estava na primeira página dos jornais. Em Londres a Clarence House consegui proibir a publicação nos tabloides. A rainha abafou o caso e mandou o neto para uma instituição de caridade no dia seguinte. Esta a notícia estava em todos os jornais de Londres.

A vida de ambos não é um conto de fadas. Eu, aqui no meu canto, acho que deveria ser proibido falar para meninas pequenas que o cavaleiro de arma reluzente vai chegar e salvá-la de todos os perigos do mundo. Quem já viveu um pouco sabe que essa conversa de cavalo branco é balela. Essa coisa de amigos da floresta e carruagem parece papo de quem já bebeu demais no bar ou consome drogas.

William termina a entrevista dizendo que Harry é fearless (não tem medo de nada). Não duvido. Aos olhos de uma mulher, não é isso que faz qualquer moço ser um príncipe de verdade?