Moda masculina

Como era a moda masculina no Século 19?

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A moda masculina no Século 19 foi marcada por uma série de transformações significativas que refletiram as mudanças sociais, econômicas e culturais da época. Este período, que abrange a era da Regência, a era Vitoriana e parte da era Eduardiana, viu a moda masculina evoluir de estilos ornamentados para uma abordagem mais sóbria e funcional, estabelecendo as bases para o vestuário contemporâneo.

A era da Regência (c. 1811-1820)

O início do século foi dominado pela era da Regência, caracterizada por uma certa liberdade estilística e influenciada pelo dândi icônico Beau Brummell, cuja elegância e atenção ao detalhe definiram o ideal masculino da época. Os homens adotaram ternos sob medida que enfatizavam uma silhueta natural, com casacos justos, calças de corte estreito e coletes. A simplicidade e a sofisticação substituíram a extravagância dos períodos anteriores, com cores sóbrias e tecidos de alta qualidade predominando.

A era Vitoriana (c. 1837-1901)

Formalização do vestuário masculino

A ascensão da rainha Vitória ao trono britânico marcou o início de uma era que viu a formalização do vestuário masculino. O traje de três peças tornou-se a norma para a indumentária diária, consistindo em um casaco, colete e calças feitos do mesmo tecido. A cartola, junto com a bengala, eram acessórios indispensáveis, simbolizando status e respeitabilidade.

Inovações e diversificação

O século 19 testemunhou inovações significativas na produção de tecidos e na confecção de roupas, graças à Revolução Industrial. A introdução da máquina de costura na década de 1850 revolucionou a moda masculina, tornando as roupas mais acessíveis e variadas. As silhuetas tornaram-se mais estruturadas, com o uso de enchimentos e acolchoados para definir os ombros e o peito, refletindo a idealização da forma masculina como forte e imponente.

O smoking

A década de 1860 viu a criação do smoking por Henry Poole & Co para o futuro rei Eduardo VII, então Príncipe de Gales. Este traje noturno informal representou uma mudança significativa na moda masculina, oferecendo uma alternativa menos formal à casaca para ocasiões sociais.

Influências culturais e sociais

O dândi

A figura do dândi, epitomizada por Beau Brummell no início do século, continuou a influenciar a moda masculina, promovendo uma imagem de refinamento, elegância e autocontrole. O dândi era tanto um ícone de estilo quanto um comentarista social, usando sua aparência para expressar individualidade dentro dos limites da etiqueta masculina.

Expansão do Império Britânico

A expansão do Império Britânico e o aumento das viagens internacionais introduziram novos tecidos, cores e estilos na moda masculina europeia. Elementos de vestuário de outras culturas foram incorporados, como o casaco Nehru e o pijama, refletindo um crescente intercâmbio cultural.

Legado e impacto duradouro

A moda masculina do século 19 estabeleceu muitos dos princípios do vestuário masculino moderno, incluindo a importância da alfaiataria, a preferência por cores neutras e a distinção entre vestuário formal e casual. As inovações da época, tanto em termos de design quanto de produção, pavimentaram o caminho para a moda masculina do século 20 e além.

O século 19 foi um período de transformação fundamental na moda masculina, marcado por uma transição do ornamental para o funcional, do excessivamente decorativo para o elegantemente sobrio. Essas mudanças refletiram não apenas as inovações técnicas e materiais disponíveis, mas também as mudanças na estrutura social, nos valores e nas atitudes em relação à masculinidade. A evolução da moda masculina durante este século deixou um legado duradouro que continua a influenciar o design e a percepção do vestuário masculino contemporâneo.

Felipe D'Anconia

Navegando entre livros e terras desconhecidas.

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