Outro dia um amigo me contou uma história engraçada. Ele estava no cinema com uma gata de fazer mulher corar de raiva. Depois de três meses na seca, aquilo era um sonho. Tomou banho, se perfumou, buscou a moça em sua casa, elogiou a roupa e comprou o ingresso e a pipoca clássica – como a cartilha manda. Perfeito, estava tudo perfeito.
Foi ao engolir a primeira pipoca que ele sentiu o intestino remexer de forma ameaçadora. Se endireitou na cadeira preocupado e parou de comer o petisco. Mas era tarde demais: o ronco da barriga anunciava que a sua atenção nas próximas horas não seria da beldade ao seu lado e muito menos do filme – mas dos gases malditos. Durante toda a sessão ele só se preocupou em não deixá-los escapar do único lugar que considerava seguro: o intestino.
A luta foi grande e se estendeu pelo caminho de volta. Na porta da casa da moça ele desconsiderou o convite da “subidinha” a pretexto de alimentar a cachorra. Aliviado viu a mulher deixar o carro com um ar desapontado – mas ele estava satisfeito com a decisão. Abriu as quatro janelas do carro e aliviou toda tensão sentido o vento libertador no rosto.
A situação não precisa ser necessariamente essa, mas com certeza você já passou por algo parecido. É natural a necessidade de liberação de gases e se tornou normal a repulsão por eles. Contudo, ainda que não possamos acabar de vez com esse inconveniente, podemos tentar amenizá-lo através da nossa alimentação.
Parte dos flatos (nome técnico dos gases intestinais) são originados pela fermentação dos carboidratos que não foram quebrados no estômago; outra fração advém dos próprios gases trazidos pelos alimentos; e uma pequena parcela ainda é produzida por conta do ar que engolimos. Portanto, evite falar durante as refeições e diminua o seu consumo de chiclete, pois isso já te ajudará a produzir menos gases. Comer sem pressa mastigando devagar também é um hábito útil, pois a comida será melhor triturada facilitando o trabalho de processamento.
Confira na lista abaixo alguns alimentos e bebidas que intensificam a produção dos gases intestinais.
Algumas pessoas são sensíveis a alimentos específicos, então preste atenção para ver se existe alguma comida que faça a fermentação no seu intestino acontecer de forma mais intensa.
Comidas de conteúdo fibroso ajudam na movimentação do processo de digestão e combatem a flatulência, uma vez que a permanência do quilo (nome dado ao bolo alimentar no final do processo de digestão) no intestino favorece a maior fermentação deste. Os líquidos e até o exercício de caminhar também cumprem bem com esse papel.
Para ressaltar a importância do assunto eu cito uma frase inteligente do amigo que serviu de inspiração para a história que abre o texto: “Quando estou com uma mulher passo 10% do tempo aproveitando sua companhia e 90% tentando segurar os gases”. E aí, se identifica?
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