InícioLifestyleSaúdeComo a gordura (e outros fatores) estão sabotando sua fertilidade

Como a gordura (e outros fatores) estão sabotando sua fertilidade

Um em cada seis casais tem dificuldades em ter filhos. Em 40% dos casos, o problema está na mulher. Nos outros 40%, no homem. E, por fim, 20% têm um problema conjugal, ou seja, os dois têm alguma dificuldade. Não bastasse isso, países europeus enfrentam uma importante crise: as pessoas têm filhos quando mais velhas, têm menos filhos por casal e a expectativa de vida está aumentando. A população europeia (e a japonesa também) está envelhecendo e não está sendo reabastecida.

Mas a culpa não é só cultural. Novas evidências vêm surgindo de que, talvez, coisas que nem esperávamos estão sabotando a fertilidade da população.

O principal exemplo é, acredite ou não, a gordura que o seu avô consumiu antes mesmo de conceber o seu pai. Segundo o Daily Mail, diversos estudos recentes afirmam que o consumo excessivo de gordura compromete a qualidade do esperma e, o pior, altera o DNA, comprometendo, também, o esperma do seu filho, que não tinha nada a ver com a história.

Alguns estudos associam, inclusive, a qualidade do esperma à expectativa de vida. A hipótese é que, como o esperma está diretamente relacionado à testosterona e a testosterona está relacionada à prevenção de determinadas doenças, esperma ruim se relaciona com menor expectativa de vida. Outras causas possíveis também estão relacionadas, por exemplo, à alimentação inadequada, ao sedentarismo e à más noites de sono.

Ok, falamos muito sobre esperma, mas nada sobre a definição do que, afinal de contas, significa um esperma ruim.

Muito bem. O esperma é composto basicamente de um líquido produzido pela próstata, uma glândula masculina extremamente importante. Este líquido é o que servirá de alimento para os espermatozoides que os homens produzem aos milhões. A cada ejaculação são expelidos 100, 200 ou até mesmo 500 milhões de espermatozoides. Só que o importante, para a fertilidade, não é o número, mas a qualidade. Uma pessoa considerada infértil por ter menos de 20 milhões de espermatozoides por ejaculação pode ainda assim conceber – contanto que estes poucos soldados se movam bem e sejam bem formados.

E é aí que a nossa vida moderna, o álcool, o tabagismo e, agora, a gordura, estão influenciando. Há, inclusive, teorias de que o bisfenol A, substância presente em embalagens plásticas e latas de alimentos, pode estar comprometendo o esperma. Falta de vitamina D e restos de pílulas anticoncepcionais presentes na água são fatores que também podem contribuir para o dado infeliz.

Mas, talvez, o fator mais pujante e o mais óbvio para a infertilidade seja uma coisa que nem percebemos: estamos tendo filhos cada vez mais tarde. E ninguém mais hoje em dia é Abraão: todos temos um limite de tempo. Isso explicaria o porquê de determinadas populações – como árabes, judeus, e até mesmo moradores da periferia, que iniciam o ciclo reprodutivo mais cedo – têm tantos filhos sem dificuldades.

Porém, enquanto não encontramos uma solução definitiva para este problema de diversas causas, talvez seja melhor você ficar longe daquele fast food do fim de semana. E planejar um filho para mais cedo.

David Nordon
David Nordon
David Nordon é médico e escritor.