Posso ver Nadal numa quadra. Ou Sharapova em outra. Ou Ana Ivanovic. Ou Federer. Tudo isso no site do Aberto do Austrália, o primeiro grande torneio de tênis do ano.
A internet, como em tantas coisas, está revolucionando a maneira como você vê tênis. Quem perde com isso é a tevê, que monopolizou por décadas a transmissão de grandes eventos esportivos ao vivo.
A única coisa que o espectador tem que enfrentar antes de ver a partida, pelo site do Aberto da Austrália, é um anúncio do Rolex. Não há como fugir dele, ao contrário dos anúncios do YouTube, mas é um preço irrisório diante das vantagens que você tem.
Você pode ver os jogos onde estiver. Basta haver conexão. No clube, na padaria, numa praça. E escolhe os jogos que desejar. No Brasil, as transmissões do torneio estão sendo feitas pela ESPN. É um jogo, ou no máximo dois, caso exista algum interesse especial. (Na sexta-feira, fora a partida principal, a ESPN num segundo canal passou o jogo de duplas em que havia um brasileiro.)
Como a tevê pode competir?
Não dá.
Cada vez mais grandes eventos tendem a separar em dois nos contratos de transmissão. Os organizadores negociam com emissoras o direito de passarem pela tevê, e num site deles mesmos buscam anunciantes para que os internautas possam acompanhar por lá mesmo.
Num determinado momento, é provável que a receita publicitária conseguida na internet seja maior – com o crescimento exponencial dos internautas no mundo.
Uma pesquisa recente mostrou que 43% dos americanos já possuem tablets. Pela portabilidade, eles são a melhor escolha para você ver esporte ao vivo pela internet, onde esteja.
É a minha, para ficar num caso.
A internet é uma mídia disruptora, ao contrário das demais. As outras mídias que surgiram, no correr dos tempos, acabavam se acomodando com as que já existiam.
A tevê não acabou com o rádio, por exemplo, e nem com o cinema. As revistas de informação acabaram convivendo com os jornais.
Mas a internet chega, observa e mata.
Tornou obsoletos jornais e revistas. É difícil encontrar hoje quem, fora por questões de hábito de muitos anos, ainda se informe pelas páginas de um jornal ou de uma revista, e não pela internet.
Repare, nos espaços públicos, a idade média de quem está com um jornal ou uma revista nas mãos.
O mesmo agora começa a se dar com as transmissões esportivas de televisão, o que vai ser uma catástrofe para as emissoras, dadas as cifras que o negócio gera.
Mas não há como fugir disso. Não é escolha, é destino.
E agora desculpe que vou ver Nadal no tablet ao vivo. Ou Sharapova. Ou Ana Ivanovic. Ou Federer.
A quadra que quiser, onde quiser, como quiser.
Mais uma vez: como competir?