Como Jennifer Lawrence virou um fenômeno de Hollywood

Uma série adolescente de livros escritos por uma mulher e que conta com uma protagonista do sexo feminino e um triângulo amoroso. Ao ser levada para os cinemas, a primeira parte da saga faz com que uma atriz já conhecida dos cinéfilos ganhe fama mundial. As semelhanças entre Crepúsculo e Jogos Vorazes param por aí. A série criada por Suzanne Collins é muito mais profunda, complexa e, principalmente, muito mais elogiada pela crítica (o que, convenhamos, não é muito difícil), tanto como livros quanto como filmes. Entre as diferenças, enquanto a protagonista de uma é totalmente dependente e devota ao seu “príncipe encantado”, por quem se apaixonou à primeira vista; na outra, ela é uma verdadeira heroína, forte e independente. Enquanto numa ela é vivida por uma talentosa, porém prejudicada, Kristen Stewart; na outra, ela é interpretada por Jennifer Lawrence,que podemos muito bem classificar como um fenômeno.

Nascida em 15 de agosto de 1990, em Louisville, Kentucky, Jennifer mudou-se, aos 14 anos, para Nova York, sonhando em ser atriz. No começo da carreira, fez participações em séries de TV, atuou em alguns filmes pouco famosos e estrelou a série The Bill Engvall Show. Com apenas 18 anos, já havia ganhado 3 prêmios por 3 trabalhos diferentes, mas sua ascensão mal havia começado.

Em 2010, protagonizou o filme Inverno da Alma (Winter’s Bone), sensação independente do ano, que conseguiu 4 indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Atriz, para Lawrence. No ano seguinte, participou de Loucamente Apaixonados (Like Crazy) e Um Novo Despertar  (The Beaver), mas foi com X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class), ainda em 2011, que Jennifer Lawrence começou a dar sinais de que seu nome não seria facilmente esquecido, em Hollywood. No elogiado prequel dos mutantes, ela conseguiu dar profundidade à Mística. E como já era quase certo à época de seu lançamento, sua interpretação ganhará continuidade em 2014, com X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past).

Já 2012 foi o ano da consagração de Jennifer. Estrelando o primeiro filme da série Jogos Vorazes (The Hunger Games) e a comédia dramática O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook), ela conseguiu, no mesmo ano, ganhar todas as atenções dos mais variados espectadores. O que culminou, no início do ano seguinte, em uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, posteriormente superando nomes de peso como Naomi Watts e Jessica Chastain, além de uma espetacular Emmanuelle Riva.

Por falar em Oscar, alguns números a fazem ainda mais um fenômeno. Ela foi a terceira pessoa mais nova a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Foi a segunda pessoa mais nova a ganhar o Oscar de Melhor Atriz. E foi a pessoa mais nova da história a ser duas vezes indicada ao Oscar de Melhor Atriz. E também levou o tombo mais famoso da premiação, que virou gif compartilhado à exaustão.

Na verdade, gif é outro assunto no qual talvez ela seja recordista. São tantas caras e bocas e atitudes inusitadamente divertidas, como invadir a foto de alguém, além de entrevistas sinceras e descontraídas, que fica difícil não gostar da atriz.

Jennifer Lawrence tornou-se uma queridinha de Hollywood e deverá se manter nesse posto ainda por um bom tempo. Entre seus próximos lançamentos estão Trapaça (American Hustle, 2013), de David O. Russell, o mesmo diretor de O Lado bom da Vida; e Dumb and Dumber To, a continuação de Débi & Loide, com Jim Carrey e Jeff Daniels; além das já citadas continuações de Jogos Vorazes e X-Men. Quando se junta pouca idade, beleza, simpatia, empenho, talento e a escolha de projetos interessantes, diversificados e de qualidade, dá nisso: um fenômeno.