Ok, você está fodido e não sabe como lidar com seus problemas. Sua namorada te traiu com um cara da academia, apesar dela sempre ter dito que “não gostava de homem muito forte”. Sei.
Não? Tá tudo bem com a namorada? O problema é o seu trabalho, onde você se sente completamente desmotivado e tem um chefe insuportável? Ou pior ainda, você tá desempregado? Seu negócio faliu? Tá faltando grana para fechar as contas no fim do mês?
Poxa, alguém da família tá com problema de saúde… Força aí, cara. É dureza mesmo.
Enfim. Você se identificou com alguma das descrições acima? Ou, sei lá, todas? Você acorda toda manhã com a cabeça já carregada de preocupações, pensando em como a vida seria bela se desse para ficar na cama o dia inteiro? Então esse texto é para você.
SUCESSO ≠ FELICIDADE
Meu pai, um grande jornalista, me contou uma vez sobre o abre de uma matéria que ele leu numa revista americana, sobre o suicídio de um artista. Não lembro a revista, o nome do artista ou o autor do texto.
Mas nunca vou esquecer aquele abre: “Ele era jovem, rico, bonito e famoso. Tudo aquilo que deveria impedir uma pessoa de se matar — e nunca impede.”
Exemplos não faltam por aí. Pessoas que são, em teoria, bem-sucedidas e ainda assim levam uma vida miserável.
O que explica isso? A resposta é simples. Fatores externos são incapazes de nos fazer felizes. Podem até trazer uma satisfação momentânea, mas a única forma verdadeira de ser feliz é buscando isso dentro de nós.
SEMPRE QUEREMOS MAIS
O ser humano tem uma fantástica capacidade de adaptação. Já li sobre isso em algum lugar. Imagine que você ganhou R$ 1 milhão na loteria.
É óbvio que, no primeiro momento, isso te deixará extremamente feliz. Mas em algum tempo, essa sensação terá passado, porque os 7 dígitos em sua conta não serão mais novidade. Isso será a normalidade.
Claro, você pode usar esse dinheiro para fazer coisas boas. Viajar, ajudar a família, filantropia, etc. Mas você imagina que todo milionário acorda pensando: “Fodam-se os problemas da vida, eu tenho R$ 1 milhão na conta”? Pode ter certeza que não.
Esse dinheiro vira rotina e, logo, você estará pensando em como ganhar o seu segundo milhão. Porque o ser humano é assim.
Sei lá, esse exemplo do R$ 1 milhão talvez seja muito distante da nossa realidade. Então vamos aproximar a ideia. Você ganhou aquele celular que era louco para ter. Comprou o carro do ano. Que alegria! Pena que daqui a pouco você estará obcecado pela versão nova do celular ou pelo modelo atualizado do carro.
O QUE ESTÁ OU NÃO EM NOSSO CONTROLE
Além dessa questão que abordei acima, os fatores externos têm outro problema maior ainda: não estão em nosso controle. Você pode perder o seu emprego a qualquer hora. Ser dispensado pela sua namorada. Fraturar o joelho jogando futebol.
Tudo passa na vida — e várias escolas filosóficas cansaram de repetir isso. Nada é permanente. A começar por nós mesmos, que já nascemos destinados a morrer.
A única coisa que está em nosso domínio? Fazer o nosso melhor.
Gosto de um provérbio budismo que diz assim: “Se seu problema tem solução, então não há com o que se preocupar. Se seu problema não tem solução, toda preocupação será em vão.”
ATENÇÃO PLENA
E então peço licença ao Oriente, mais uma vez, para citar um de seus ensinamentos: o chamado “mindfullness”, que em português é chamado de “atenção plena”.
Este conceito diz que devemos fazer cada atividade com 100% de foco nela. Não adianta ficar pensando nos problemas do trabalho enquanto você está no cinema com a sua namorada. Isso não vai ajudar em nada. Pelo contrário, só vai deixar a sua mente pesada e te trazer infelicidade.
Por isso a importância de (i) aceitar que existe um problema, (ii) identificar a sua causa e (iii) fazer o possível para resolvê-lo. A partir disso, o resultado não está mais no seu controle — e você deve aceitar isso.
Quando você vai resolver um problema, se foque completamente nele. Esqueça todo o resto. Pronto, fez o que estava em seu alcance naquele momento? Agora se desligue, até chegar a hora de dar o próximo passo.
ACEITANDO QUE O MUNDO É O QUE É
Claro que, na teoria, isso é bem mais simples do que na prática. Afinal, nascemos e fomos criados numa sociedade ocidental em que as conquistas externas são sinônimo de sucesso e felicidade.
Mas elas não valem nada se não conseguirmos equilibrar a nossa mente. A verdadeira conquista que devemos perseguir é a interna, de aceitar que a vida é o que é — não aquilo que gostaríamos que fosse.
Se devemos fazer o nosso máximo para atingir os nossos objetivos e sonhos? É claro. Mas a aceitação de que eles talvez não ocorram é essencial, para você não virar um escravo da frustração depois, como acontece com tantas pessoas por aí.
No final das contas, você não pode controlar o mundo. Mas você pode controlar a sua maneira de enxergá-lo.
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