Todo ano a Apple abre as portas do Moscone Center, em São Francisco (Califórnia), para anunciar as suas novidades. As de ontem eram muito esperadas. A razão? Desde o lançamento do primeiro iPhone, em 2007, que o iOS não sofria mudanças tão significativas na sua interface. Com a saída de Scott Forstall, que comandava a equipe por trás do sistema operacional móvel dos iGadgets, quem tomou conta foi Sir Jonathan Ive, o designer dos iPods, iPads, iPhones e Macs. Todos esperavam uma grande evolução — e foi o que aconteceu. O iOS simplesmente foi refeito do zero. Vamos falar dele mais pra frente, mas antes quero dar uma passada breve por outros dois lançamentos importantes do evento.
Macintosh
O Mac Pro, que por anos foi deixado de lado pela Apple, recebeu um belo update, principalmente na questão visual. Ele mais parece uma máscara do Daft Punk do que um computador. É sem dúvida o desktop mais bonito que eu já vi. E obviamente, a máquina ficou tão potente quanto bonita, com 12 núcleos de processamento. Até o final de 2013 o Mac Pro estará à venda nas lojas, ainda sem preço definido.
Mac OS X
Acabou a lista de felinos. Quando o Mac OS X nasceu, ele recebeu o nome Puma. Todos os updates também ganharam denominações de gatos: Cheetah, Jaguar e Lion foram alguns deles. Agora a coisa mudou: os próximos sistemas ganharão codinomes de lugares famosos da Califórnia. O primeiro é o Mavericks, ponto de surf de ondas gigantes. Além de ficar ainda mais rápido, ele é econômico com a bateria do laptop. Já existe uma versão beta e ele deverá ser lançado até o Natal.
iOS 7
Quando começou a apresentação do iOS 7, duas frases tiveram muito impacto para mim. Primeiro veio o vice-presidente da Apple, Craig Federighi, que afirmou: “Instalar este novo sistema no seu iPhone é como ter um celular completamente novo.” Depois foi a vez de Tim Cook, o CEO da empresa: “Essa é a maior novidade do iPhone desde o lançamento dele.” Concordo 100% com eles. O iOS 7 mudou completamente — e para melhor. Além de lindo, ele está mais intuitivo e fácil de usar. Vou comentar apenas as principais novidades do sistema, já que há centenas (literalmente) de novos recursos.
Centro de Controle
Essa função já existia no Android há algum tempo e agora o iPhone a implementou com muita categoria. Com um simples arrastar de dedo de baixo para cima na tela, várias opções surgem — como ligar e desligar WiFi, Bluetooth e Modo Avião. Lá encontramos também a música que está tocando e atalhos para o timer, câmera, calculadora e até uma lanterna.
Central de Notificações
Todos que usam iPhone já estão acostumados a puxar lá de cima todas as notificações como chamadas perdidas, comentários no Facebook, e-mail’s e mensagens do What’s App. Agora ele está mais completo. Seus próximos compromissos também aparecem por lá. Cotações da bolsa e dados meteorológicos são, igualmente, mostrados de forma elegante.
iTunes Radio
Muito tem se falado dessa funcionalidade; rumores falavam de contratos fechados entre a Apple e gravadoras. Eles estavam certos. Ele funciona como uma rádio personalizada. Você pode criar infinitas estações, cada uma com um tipo música diferente. A Apple faz o trabalho difícil de selecionar canções que se encaixam. Para dar um exemplo, fiz uma procura por Beatles, logo encontrei o The Beatles Radio. Começou a tocar The Who (Pinball Wizard) e em seguida veio Pink Floyd (Another Brick in the Wall). Se quisermos, podemos passar de faixa até achar algo que nos agrade. Para quem já usou o Pandora, não será uma grande novidade, pois eles são bem parecidos. O lado ruim é que, segundo a Apple, isso só funciona nos Estados Unidos (não me pergunte como eu consegui fazer funcionar aqui, nem eu mesmo sei).
AirDrop
Foi a maneira que a Maçã encontrou para podermos compartilhar todo o tipo de informação entre iPhones. O iOS tem, em várias partes dele, um botão de compartilhamento. Quando pressionado, algumas opções são mostradas, entre elas o AirDrop. Todos os dispositivos que tiverem na mesma rede aparecerão e a partir daí é só escolher para quem mandar seja lá o que for.
Interface
Tudo mudou, parece ser outro sistema. Ele é completamente diferente e lindo. Parece que os ícones e letras foram atropeladas por um rolo compressor; está tudo chapado. Ele está com cores mais vivas e vibrantes. Todos os apps nativos sofreram as mesmas alterações. Até a tela de destravar o iPhone está mais clean e com fontes de bordas finas. Só para se ter uma ideia, as barras do sinal de celular não são mais retângulos e sim bolinhas no canto superior esquerdo. Muito complicado explicar mudanças visuais apenas com palavras; vale a pena ver fotos e vídeos para entender melhor.
Essa versão é somente um beta, note-se. A final chegará junto com o novo iPhone, que é tradicionalmente lançado no outono do hemisfério norte (primavera aqui). Talvez até lá, outras novidades possam aparecer. Para mim, esse evento foi prova de que a Apple ainda consegue inovar e fazer produtos sensacionais sem Steve Jobs. Espero que continue assim.