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Como o videogame está virando profissão

Com torneios que hoje oferecem premiações milionárias, os jogos eletrônicos têm tudo para virar esporte da mente, a exemplo do pôquer.

O COD Championship Series rendeu US$ 400 mil à equipe campeã

Há quem diga que videogame é coisa de criança. O que talvez essas pessoas não saibam é que existem campeonatos profissionais que distribuem milhares de dólares — ou até mesmo milhões — para os seus participantes. Um exemplo é o Call of Duty Championship Series, que ocorreu no começo deste mês no Holywood Paladium, em Los Angeles, Califórnia. O evento contou com 32 times dos 5 continentes e rendeu US$ 400 mil à equipe campeã, a Fariko Impact, formada por 4 rapazes dos EUA.

A primeira impressão que tive ao assistir os confrontos foi de que os caras não jogavam tão bem; conseguia me ver enfrentando-os sem ficar muito para trás. O único problema seria adaptar meu jogo ao Xbox, uma vez que eu costumo jogar no computador — a plataforma que ficou responsável por rodar as partidas foi o videogame da Microsoft, já que a empresa patrocinou o evento. Mas conforme o torneio ia avançando às fases finais, eu percebi que talvez ficaria meio deslocado naquela turma. Ou bem deslocado.

A partir da semifinal, algumas jogadas realmente me surpreenderam. Uma delas foi desenhada no mapa Hijacked no modo hard point: na parte de baixo do navio um jogador chamado Parasite, da equipe Envyus, matou seis adversários em menos de 20 segundos. Da maneira que a jogada foi realizada, eu precisaria de alguns meses de treino pesado para fazer algo parecido (veja o vídeo no fim do texto).

O evento, contudo, não põe os holofotes nas qualidades técnicas dos jogadores, mas sim no que realmente significa o mundo dos jogos eletrônicos hoje em dia. Há algum tempo o pôquer era visto como uma atividade clandestina — e realmente era. Mas depois de muito esforço de quem pratica o esporte (sim, o pôquer é aceito hoje como um esporte de mente, a exemplo do xadrez) sua imagem vem ganhando respeito para quem quer que seja. Acreditamos que o videogame tem potencial para seguir o mesmo caminho. E não apenas por crença pura, mas pelo que os fatos vêm mostrando. Inclusive, a atividade tem até uma denominação: eSports.

O mercado de game cresce assustadoramente e a consequência disso é um investimento brutal das empresas. Dessa forma, cada vez mais veremos eventos do porte do Call of Duty Championship acontecerem e assim os jogadores vão ganhando importância e credibilidade nesse universo. Somando um e um, fica claro que a profissionalização do eSports é iminente. Portanto, não se assuste se seu filho lhe falar que quer ser um jogador de COD quando crescer.

Pedro Cohn
Pedro Cohn
Um dos fundadores do El Hombre, hoje vive na Califórnia à beira do mar. Se você quer irritá-lo, basta falar mal da Apple. Mas prepare-se para tomar um pontapé na orelha.