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Como os homens se vestiam nos anos 60?

Os anos 1960 foram uma década de mudanças radicais em vários aspectos da sociedade, incluindo a moda. As transformações culturais, sociais e políticas que ocorreram em todo o mundo tiveram um impacto profundo na forma como as pessoas se vestiam, e os homens, em particular, viram uma evolução significativa no seu vestuário.

Início da década: o legado dos anos 1950

No início dos anos 1960, a moda masculina ainda estava bastante influenciada pelos estilos conservadores dos anos 1950. Os homens geralmente usavam ternos bem cortados, camisas de manga comprida e gravatas como parte do seu vestuário diário, especialmente aqueles que trabalhavam em ambientes corporativos. O terno “slim fit”, caracterizado por um corte mais ajustado ao corpo, começou a ganhar popularidade, refletindo uma mudança gradual em direção a silhuetas mais elegantes e ajustadas.

Os sapatos Oxford, Brogues e loafers eram os tipos mais comuns de calçado, complementando o visual formal. As cores eram em grande parte conservadoras, dominadas por tons de cinza, azul-marinho e preto. Este período também viu a persistência do estilo “Ivy League”, caracterizado por blazers de botões dourados, calças chino e camisas oxford, popular entre os estudantes universitários e jovens profissionais.

A influência da música e do cinema

A ascensão da cultura jovem e a popularidade do rock ‘n’ roll tiveram um impacto significativo na moda masculina dos anos 1960. Ícones da música como os Beatles e os Rolling Stones se tornaram símbolos de estilo, inspirando homens jovens a adotar cabelos mais longos, calças mais justas e botas de cano alto com elástico lateral, conhecidas como “Chelsea Boots”. Essa influência musical não se limitou ao rock; a música soul e o R&B também contribuíram para a popularização de estilos mais ousados e coloridos.

O cinema, por sua vez, ofereceu seus próprios ícones de estilo, como Sean Connery como James Bond, cujo guarda-roupa elegante e sofisticado influenciou a moda masculina formal. Steve McQueen, conhecido como “O Rei do Cool”, também deixou sua marca com um estilo que mesclava casualidade com sofisticação, incorporando jaquetas de couro, malhas justas e jeans.

A explosão da moda psicodélica e da cultura mod

A metade da década de 1960 testemunhou a emergência do movimento mod no Reino Unido, que rapidamente se espalhou para outras partes do mundo. Este movimento valorizava a moda e a música, com os homens adotando ternos de corte fino, camisas polo, parkas militares e o uso de cores e padrões ousados. O estilo mod também era conhecido por sua preferência por scooters italianas, como as Vespas, como parte de sua identidade visual.

Paralelamente, o movimento psicodélico, influenciado pela contracultura e pela música rock psicodélica, introduziu roupas com cores vibrantes, padrões tie-dye e estampas extravagantes. Essa tendência foi um afastamento radical dos estilos mais conservadores e refletia o desejo de liberdade de expressão e uma ruptura com as convenções sociais.

A ascensão do casual chic

À medida que a década avançava, o vestuário masculino tornou-se progressivamente mais casual. A introdução do polo e da camisa de malha permitiu que os homens adotassem um visual mais descontraído, sem perder a elegância. A jaqueta Harrington, popularizada por ícones como James Dean e Elvis Presley, tornou-se um item essencial no guarda-roupa masculino, oferecendo uma alternativa casual, mas refinada, ao blazer tradicional.

Jeans, até então considerados uma peça de vestuário de trabalho físico, começaram a ser vistos como aceitáveis para uma variedade maior de ocasiões. Marcas como Levi’s se tornaram sinônimo de moda jovem, e o jeans passou a ser combinado com camisetas, criando um visual emblemático que definiria gerações futuras.

A moda masculina no final dos anos 1960

No final dos anos 1960, a moda masculina refletia uma ampla gama de influências, desde o formal até o altamente experimental. O movimento hippie, com seu ethos de paz e amor, trouxe consigo uma preferência por roupas folgadas, naturais e artesanais, como batas, coletes de franja e calças boca de sino. Esses elementos destacavam-se por seu desafio direto às normas de vestuário tradicionais, enfatizando a individualidade e a expressão pessoal.

Conclusão: um legado de transformação

Os anos 1960 foram uma época de transformação sem precedentes na moda masculina, refletindo as mudanças sociais, culturais e políticas da época. A década deixou um legado duradouro, com muitas das tendências e estilos introduzidos continuando a influenciar a moda masculina contemporânea. Ao quebrar as convenções e explorar novas formas de expressão através do vestuário, os homens dos anos 1960 abriram caminho para uma maior diversidade e liberdade na moda masculina, um eco que ainda ressoa hoje.

Felipe D'Anconia
Felipe D'Anconia
Navegando entre livros e terras desconhecidas.