Felizmente, nós vivemos em uma sociedade civilizada – ao menos na teoria. E, naturalmente, a civilização exige uma certa dose de simpatia e educação. Mesmo que você não queira se comunicar com alguém, por vezes é necessário que o faça. E, muitas vezes, o contrário é verdadeiro: desejamos desesperadamente iniciar ou manter uma conversa, mas simplesmente não sabemos como fazê-lo.
Com esse pequeno guia, que engloba sete dicas bastante preciosas, nós iremos ensiná-lo a alimentar uma conversa e a mantê-la em um clima agradável.
Saiba identificar o melhor momento de tomar iniciativa em uma conversa. Por vezes, não é conveniente fazê-lo — em geral quando a outra pessoa parece aborrecida, irritada ou se encontra muito concentrada, digamos, em um aparelho eletrônico ou em um livro.
Mas, em outros casos, não hesite em dar início a uma conversa. É perfeitamente possível que a pessoa a quem se dirige também deseje se comunicar com você, e só não saiba qual a melhor maneira de se expressar.
Se não for esse o caso, e você perceber que seu avanço não foi bem-vindo, apenas encerre a conversa e se dedique a outra coisa – ou a outra pessoa.
A especialista em etiqueta Florence Hartley escreveu o seguinte em um de seus livros: “A arte da conversação consiste no exercício de duas qualidades muito preciosas: a simpatia e a originalidade. O essencial é ser capaz tanto de se comunicar quanto de ouvir com atenção”.
Aborde assuntos voltados para interesses em comum e demonstre uma curiosidade sutil pelas coisas que interessam seu interlocutor. Ouça atenciosamente as opiniões dele, sem menosprezá-las, e exponha as suas com suavidade.
Mantenha também um certo equilíbrio na conversa. Não procure concentrar toda a atenção em você, recusando ao seu interlocutor a chance de se expressar. Ao mesmo tempo, evite o extremo oposto, que consiste no silêncio total e nas resposta monossilábicas.
Tome cuidado com os assuntos que irá abordar. Nunca ofenda um amigo ausente. Não questione nunca a veracidade de qualquer declaração, a menos que saiba que trata-se de uma afirmação injuriosa a alguém, caso em que deve informar ao seu interlocutor, de maneira delicada e cortês, que ele está enganado.
Não mencione assuntos e incidentes que possam ofender a seus ouvintes. Evite pronunciar frases maliciosas ou de duplo sentido.
Nunca repita a uma pessoa qualquer discurso cruel que possa ter ouvido a respeito dela. “Se for capaz de agradá-la ao repetir um elogio”, diz Florence Hartley, “faça-o. Mas não tente magoá-la nem envolvê-la em uma briga através da repetição de observações maldosas”.
Fale pausadamente, a fim de oferecer ao seu interlocutor tempo o bastante para absorver todas as suas palavras. Aprenda a usar verbalmente a vírgula e o ponto final.
“Utilize um tom de voz claro a distinto”, sugere Florence Hartley. “Ao mesmo tempo, evite falar alto. Existe um meio termo entre o murmúrio e o grito. Com esforço, é possível encontrá-lo”.
Samuel Robert Wells, também especialista em etiqueta, acrescenta: “Cultive a linguagem e a voz. Aprenda a se expressar de maneira correta, com suavidade e elegância. Faça tudo o que estiver ao seu alcance para atingir a perfeição nesse sentido”.
Continuamos com Florence Hartley: “Se o seu interlocutor relatar algum acontecimento, não o interrompa com questões. Se não compreendê-lo, espere até que termine de falar, e então faça as perguntas que quiser”.
Igualmente, nunca antecipe o final de uma piada ou anedota contada em sua presença, e nem antecipe o que será dito por alguém.
Há dois tipos de silêncio.
O primeiro deles é o mais comum, e consiste naquele silêncio em meio ao qual você acaba por se sentir na necessidade de dizer ou fazer alguma coisa, como se não estivesse sendo capaz de cumprir adequadamente o seu dever.
O segundo é aquele um silêncio recheado de conforto e companheirismo.
Saiba identificá-los, e não os tema. O silêncio desconfortável pode ser dissipado, ao passo que o silêncio agradável aumenta o grau de intimidade entre as pessoas envolvidas.
Ao expressar sua opinião, evite dizer com firmeza: “Trata-se disso e ponto final”. Em vez disso, diga: “Suponho que”, “acho que”, “imagino que”, “penso que”, e assim por diante…
Não se trata de ocultar as suas opiniões, e sim de apresentá-las no momento conveniente e como o que de fato são: opiniões.
Em resumo, a escritora Clarice Lispector – a verdadeira Clarice Lispector, que se revira no túmulo toda vez que frases de segunda categoria são atribuídas a ela na internet – resumiu, com base em uma de suas amigas mais populares, a melhor maneira de tornar-se um sucesso social:
Útil, não é mesmo?
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