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Como X-Men revolucionou os filmes de super-herói

O mundo do cinema ainda era carente de super-heróis quando, em 2000, X-Men foi lançado. Batman vivia em profunda decadência (apesar da bilheteria) e as novas gerações conheciam o Super-Homem mais pela série de televisão protagonizada por Dean Cain e Teri Hatcher. Após 2000, houve um boom de adaptações cinematográficas, com mais de 20 filmes de super-heróis famosos.

A ideia de fazer um filme em live-action sobre os mutantes de Stan Lee era antiga. Desde 1989, mesmo ano do lançamento do primeiro Batman de Tim Burton, tentava-se levá-los para as telonas. A proposta ganhou ainda mais força após o sucesso da série animada que estreou na televisão em 1992. Mas foi apenas em 1996 que a produção ganhou seu primeiro nome: o diretor Bryan Singer que, no ano anterior, havia feito sucesso com o thriller Os Suspeitos (The Usual Suspects).

Com um forte elenco encabeçado pelo quase desconhecido Hugh Jackman; um figurino muito menos colorido do que nos desenhos; efeitos visuais convincentes; e um roteiro que soube aproveitar as qualidades do material, o filme conseguiu muitos elogios da crítica e uma bilheteria grande o suficiente para iniciar um projeto jamais visto no cinema, uma espécie de multi-franquia.

Por enquanto, houve a trilogia inicial, composta por X-Men, X-Men 2 (X2: X-Men United, 2003) e X-Men 3: O Confronto Final (X-Men 3: The Last Stand, 2006); os filmes solo de Wolverine, X-Men Origens: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine, 2009) e Wolverine – Imortal (The Wolverine, 2013); e X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, 2011). Em 2014, chega X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past), que pode ser considerada uma continuação, ao mesmo tempo, de O Confronto Final, Primeira Classe e Wolverine – Imortal. E há, ainda, projetos para filmes de Deadpool e do X-Force.

Ou seja, um fã do Wolverine pode querer acompanhar apenas sua trajetória, deixando Primeira Classe de lado. Ou então, um fã da série pode querer acompanhar apenas a trajetória dos X-Men como um grupo, pulando os filmes solo do personagem de Hugh Jackman. São várias franquias numa só. Um caso de sucesso incontestável. Nenhum dos filmes, até o momento, arrecadou menos de 290 milhões de dólares nas bilheterias mundiais. Pelo menos três filmes foram muito bem recebidos pela crítica.

Um sucesso que abriu caminho para outro projeto audacioso de mesma origem. A franquia Avengers já é a de segunda maior bilheteria estadunidense da história, perdendo apenas para Harry Potter. Já arrecadou mais de 5 bilhões de dólares no mundo, com sete filmes. E já são mais 5 programados até o final de 2015.

Particularmente, eu ainda sou mais X-Men. A variedade de poderes, o vilão mais humanizado, as relações entre personagens e as questões como o preconceito fazem filmes, em minha opinião, mais interessantes. Mas seja qual for sua preferência, o fato é que os X-Men ajudaram a mudar a forma como o mundo do cinema enxerga os super-heróis, enquanto tentavam mudar a forma como o mundo enxerga os mutantes.

CD Vallada
CD Vallada
Formado em cinema pela FAAP, o paulistano CD Vallada foi colunista do Portal Higi e hoje traz suas análises da indústria cinematográfica ao El Hombre.