A tradição italiana de produzir carros esporte sensacionais vem de longa data. Não há quem não conheça as histórias antológicas da Ferrari e da Lamborghini, sendo entusiasta das quatro rodas ou não.
No entanto, poucos conheciam a história de Ettore Bugatti quando a empresa que leva seu nome ressurgiu do ostracismo pós-falência trazendo para o mundo um dos automóveis mais incríveis e exclusivos do planeta: o Bugatti Veyron.
Desde a adolescência, a paixão de Ettore pela velocidade e pela tecnologia marcou sua vida. E em todos os projetos que saíram de sua cabeça para as ruas sempre ficou muito clara a devoção que ele tinha pela perfeição. Sua meta sempre foi a de criar não apenas um carro que fosse o mais rápido do mundo, mas também o mais luxuoso.
Em 1998 a Bugatti foi adquirida pela Volkswagen na intenção de revitalizar a marca. E em 1999 surgia no Tokio Motor Show o primeiro protótipo da obra prima concebida pelos engenheiros alemães destinada a mudar definitivamente a história do automóvel e também a encher de orgulho o senhor Bugatti, estivesse ele onde estivesse.
Em 2005 o Veyron chegou definitivamente trazendo em seu DNA exatamente todas as características com as quais Ettore sonhava. É dele o título de automóvel de série mais rápido do mundo – e também o mais caro.
A versão conversível do Veyron, a Vitesse, detém o título de conversível mais rápido do planeta. E a quantidade de luxo embarcada no Veyron é de uma opulência tão superlativa que grande parte de suas 450 unidades produzidas foram parar nas garagens dos endinheirados Sheiks árabes.
Em fevereiro deste ano a última unidade produzida, a absurdamente linda peça chamada de “La Finale”, foi exposta no salão de Genebra ao lado do primeiro Veyron fabricado.
Detalhe singelo da história: a “La Finale” já havia sido vendida quando foi para o salão e até hoje não se sabe o tamanho da quantia desembolsada pelo feliz proprietário, um anônimo colecionador americano do meio-oeste. Mas estima-se que o carro tenha custado mais de US$ 3 milhões.
Contudo, o tempo passa e, com ele, chegam as novidades. A todo instante novos pretendentes ao trono foram se perfilando à porta do Veyron ansiosos por tomar posse de sua coroa.
Foi por este motivo que a Bugatti optou por finalizar o projeto do Veyron e começar a trabalhar em um substituto que fizesse jus aos títulos de seu antecessor, honrando a posição que lhe cabia.
E agora o que era apenas rumor se confirmou: o novo bólido chama-se mesmo Chiron. E parece que o que vem por aí é algo ainda mais avassalador do que o Veyron.
Sem nenhuma modéstia, a Bugatti espera com o Chiron não apenas dar continuidade à uma tradição, mas sim redefinir os parâmetros da categoria supercarros.
Assim como a LaFerrari e o Porsche 918 Spyder, é muito provável que a marca opte por um modelo híbrido. E se essa suposição se tornar real, o Chiron será o híbrido mais estupidamente potente do planeta.
O propulsor terá 1500 cavalos de potência, sobrealimentado por quatro turbocompressores capazes de levar o carro da imobilidade total até os 100 km/h em míseros 2,3 segundos e atingir a inimaginável velocidade máxima de 480 km/h (haverá um grande mostrador central no painel com um velocímetro capaz de medir até os 500 km/h).
Na transmissão, um sistema de 7 velocidades com dupla embreagem responsável por distribuir igualmente todo esse universo de potência através de um sistema de tração integral.
O preço ainda não foi anunciado, mas espera-se que seja algo em torno de US$ 2,5 milhões – o que daria R$ 9,5 mi. A produção será limitada a 500 unidades (dizem que 100 já foram reservadas) e a máquina será apresentada no Salão de Genebra do ano em março do ano que vem.
Sobre o desenho final da fera, por enquanto existem apenas especulações, apesar de o carro já estar sendo testado nas ruas em segredo (a foto acima, ao que tudo indica, é um flagra disso). Algumas publicações como a revista Car Magazine arriscou um palpite baseando-se no desenho do Veyron (conceito da foto de entrada). Mas, particularmente, acredito que o Chiron trará algo mais moderno, temperado com leves pitadas saudosistas do seu irmão mais velho.
Assim como seu antecessor que fora batizado de Veyron em homenagem ao co-piloto de corridas da Bugatti Pierre Veyron, que venceu as 24 horas de Le Mans em 1939 (conduzindo um Bugatti, diga-se de passagem), o Chiron também presta reverências a um piloto, nesse caso, Louis Chiron (fimagem abaixo, de 1948), vencedor das 24 horas de Spa Francorchamps e, curiosamente, detentor do título de piloto mais velho a entrar em um GP de Fórmula 1 (tinha 58 anos quando correu o grande prêmio de Mônaco de 1958).
Agora só nos resta aguardar e esperar que a Bugatti confirme esse sonho para nós entusiastas e volte a ser o pior pesadelo da concorrência.
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