Demitir Gareca seria cometer o mesmo erro de 2002 e 2012

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Desilusão. Chamou-me a atenção o descaso dos palmeirenses com o atual momento do clube, que corre o sério risco de, mais uma vez, cair para a segunda divisão nacional – seria a terceira vez nos últimos doze anos. Nem mais força os torcedores têm para protestar ou tentar se defender das gozações rivais. Um ano de centenário broxante.

Entre um gole e outro de cerveja em um bar, local propício para as mais aprofundadas discussões sobre futebol, amigos alviverdes me confessaram que não têm mais, no momento, tesão em torcer, preferem fazer outra coisa a ver o jogo. Mesmo assim, tiraram forças para fazer uma análise sensata. Uma mudança com relação a pensamentos passados.

“O Gareca não deve sair, precisa ficar nesse barco até o fim, porque faz um bom trabalho. A diretoria não pode sucumbir à pressão de diretores, demitir o argentino e tentar dar novo ânimo ao grupo com um técnico emergencial.”

Faço deste pensamento de alguns torcedores que convivo o meu também. Essa troca rápida de treinadores é algo que sobretudo os palmeirenses viram que não surte muito efeito. O problema não é no comando técnico. Nos outros dois rebaixamentos (2002 e 2012) houve trocas de treinadores sem o resultado esperado no fim do campeonato.

Desta vez, a diretoria optou pelo técnico argentino já com o torneio em andamento e sabia que seria necessário um tempo para adaptação, além de formação do time, pois reforços chegaram somente há pouco no Verdão. O time ainda está sendo montado.

Por tal, o clube paga com atuações fracas e dez jogos seguidos sem vencer pela primeira divisão – é a sequência mais vexatória da história do clube em toda a competição.

Mas há de ter calma para a turbulência passar. Não adianta mais culpar o treinador. Além disso, mudar agora não surtirá efeito nenhum, além de atrapalhar um projeto futuro, uma vez que foram feitas contratações solicitadas por Gareca.

O que resta no momento ao torcedor é esquecer o Brasileirão e celebrar, com recordações do passado, a data do centenário (26/08, próxima terça-feira) deste clube dono de uma riquíssima história no futebol brasileiro. E quem sabe com, ao menos, a fuga da zona da degola até esta importante data.

*Para isso acontecer, é necessário uma combinação de resultados. O Palmeiras, atual lanterna do torneio, precisa vencer o Coritiba, sábado, e torcer por derrotas de Botafogo, Bahia e Vitória.  

Felipe Piccoli

Felipe Piccoli é especializado em jornalismo esportivo desde 2008. Com passagens pela Rádio Bandeirantes e pelo jornal Marca Brasil, hoje ele é coordenador de reportagem da Band.

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