Nos dias de hoje, não é incomum cruzarmos com pessoas que sofrem de depressão. Seja na turma de amigos, no trabalho, na família — ou, quem sabe, você mesmo? No entanto, a despeito de sua prevalência devastadora — a doença afeta cerca de 22% da população mundial — a depressão masculina continua a ser um tabu. Da mesma maneira, a maioria de seus sintomas é tão imperceptível que é de fato difícil saber quem sofre da condição.
Muitas das pessoas que encontram-se nesse período de suas vidas evitam procurar ajuda porque temem ser vistas como problemáticas. Um fator agravante da depressão é que ela “deleta”, digamos assim, a convicção elementar de que um outro estado de espírito é de fato possível. Mas é justamente essa confiança, de que as coisas podem melhorar, que não pode ser perdida.
Se você estiver passando por um momento difícil, saiba que ele pode ser ultrapassado. O auxílio de um profissional adequado, assim como uma mudança em seu estilo de vida, poderão ajudá-lo a curto e a longo prazo. Atente-se a essas dicas que reunimos e dê o primeiro passo.
É comum relutarmos em procurar ajuda profissional por vergonha, ou porque temos receio de dependermos de medicações. Mas, às vezes, o uso de antidepressivos ajuda bastante a lidar com a questão. Portanto, procure um psiquiatra e/ou um terapeuta. Isso o ajudará a identificar o melhor instrumento para lidar com a sua depressão. E jamais se automedique, porque isso só vai piorar as coisas.
◆ PSIQUIATRA: Trabalha com medicação, para lidar com os sintomas. Quando você está numa crise aguda de depressão, tomar remédio pode ser necessário, para te estabilizar no curto/médio prazo.
◆ PSICÓLOGO: Trabalha com terapia, para lidar com as causas. Para ter uma melhora sólida no médio/longo prazo, é fundamental passar por este processo de autoconhecimento.
Hoje em dia, há muitos profissionais que fazem consultas online, o que ajuda bastante neste período de pandemia. Eis alguns serviços que funcionam como o “Uber”, mas com foco na saúde mental:
Para que as nossas mentes funcionem da melhor maneira possível, é necessário que nós a organizemos com alguma frequência. Se carregarmos conosco uma quantidade grande demais de bagagem emocional, de confusão e de frustração, seremos impedidos de viver vidas excitantes.
Escreva regularmente a respeito de seus próprios sentimentos e de sua vida em geral. Essa é a melhor maneira de organizar e priorizar os seus pensamentos e emoções. Isso também dará a você a oportunidade de se afastar emocionalmente e de analisar suas experiências, pensamentos e sentimentos com mais lucidez.
Uma pessoa deprimida tende a dormir muito pouco, a dormir demais ou a alternar entre esses dois estados. (Isso sem contar a temida insônia.) Em ambos os casos, os resultados são negativos. O ideal é ter equilíbrio, dormindo de 7 a 9 horas por noite. Esse expediente terá um impacto bastante positivo para a sua saúde mental e física. Mas como regular o sono com depressão?
◆ ROTINA: Vá para a cama todo dia no mesmo horário, para habituar seu cérebro a dormir naquele horário. Esse processo de adaptação pode levar um tempo, mas é importante.
◆ EXERCÍCIOS FÍSICOS: A prática regular de esportes ajuda a regular o nosso organismo como um todo. Uma das consequências é um sono melhor à noite.
◆ EVITE TELAS: Nada de celular, TV ou computador antes de dormir. Isso agita o nosso cérebro. Uma alternativa melhor é ler um livro; ou ouvir podcasts; ou escrever reflexões num caderno para acalmar a mente.
A ausência de atividade física é um dos fatores que agravam a depressão masculina, mesmo porque o esporte faz maravilhas pelo nosso bem-estar e pela nossa autoestima. São muitas as pesquisas que indicam a importância do exercício físico, destacando a sua eficácia em suavizar os sintomas da depressão, reduzir o estresse e a ansiedade e lapidar a memória e a autodisciplina.
Naturalmente, não é necessário que você se torne um atleta: 30 minutos diários tendem a ser o bastante para melhorar o seu humor e o seu bem-estar. Para aqueles que sofrem de depressão, é recomendável se exercitar ao ar livre. Caminhar em meio às árvores e à luz do sol tende a ser algo bastante agradável.
Aliada ao exercício, uma alimentação saudável poderá fazer maravilhas por você. Inclua em sua dieta mais frutas e vegetais, e passe algum tempo distante da cafeína, do álcool e de outras bebidas que podem deixá-lo agitado.
Estudos comprovam que a meditação auxilia-nos a assumir o controle de nossas emoções. Ela também nos guia em nosso processo de autoconhecimento, e faz com que nos sintamos mais confortáveis em nossa própria pele.
Além de ser benéfica para a autoestima e para a redução de estresse e ansiedade, também nos torna mais otimistas e faz com que vejamos a vida de uma maneira mais positiva.
Diversas vezes, a depressão masculina se caracteriza por um apego muito intenso ao passado ou por um medo igualmente intenso em relação ao futuro. A meditação o ensinará que momento atual é o que importa.
Nas palavras do monge budista Thich Nhat Hanh: “Nosso verdadeiro lar é o momento atual. Quando nós entramos profundamente no momento atual, nossas queixas e preocupações somem. Tal coisa nos leva a descobrir a vida com todas as suas maravilhas. Na maior parte do tempo, estamos perdidos no passado ou arrebatados pelo futuro. Quando estamos conscientes e em contato com o momento atual, aprofunda-se a compreensão do que está acontecendo e começamos a ser preenchidos por aceitação, alegria, amor e paz.”
É comum que pessoas deprimidas se afastem dos outros e se afundar na solidão. Os seus pensamentos giram em torno dos seguintes temas:
Resista ao impulso de cortar relações com aqueles que se importam com você. Mantenha a sua família e amigos ao seu lado.
Lembre-se também que os seus amigos e os seus familiares não lêem mentes, de modo que nem sempre estão conscientes do que está acontecendo com você. Então abra o jogo sobre o que está passando com você e peça ajuda. Aos poucos, você notará que a companhia de outras pessoas será uma excelente maneira de superar a situação em que se encontra.
Dizem que o estado de nossos quartos indica o estado de nossa mente e de nosso emocional. E trata-se de um ciclo vicioso: a depressão produz a desordem e a desordem intensifica a depressão. Existe uma forte relação entre um ambiente desordenado e a depressão crônica.
Agora que você já sabe disso, arrume a casa. Mantenha-a limpa. Se a sua intenção é superar a depressão de uma vez por todas, então é necessário que o ambiente em que circula seja um reflexo desse comprometimento.
Tente não pensar de maneira obsessiva no que já passou, e também não se puna pelos equívocos que cometeu no passado. Analise-os, aprenda com eles e deixe o mundo andar. Aceite que, dadas as circunstâncias em que se encontrava e os instrumentos e informação que tinha em mãos, você deu o seu melhor.
Se as coisas não funcionaram como desejava, paciência. Outras coisas boas certamente o esperam. Não seja demasiadamente perfeccionista nem exigente consigo próprio. Não coloque em si mesmo expectativas altas demais, e não se puna se for incapaz de atingi-las.
Não é novidade para ninguém que as pessoas que estão passando por um momento mais delicado costumam perder o interesse que tinham pelas coisas que faziam sentido a elas antes. É uma tendência natural, porém trata-se de algo que você deve se esforçar para superar, para combater.
Pense nas coisas que você gostava de fazer antes de começar a se sentir assim. Pense em tudo o que despertava o seu interesse, e então volte a incluir tais atividades na sua vida diária. Se você gostava de ver filmes, veja filmes. Se tocar violão o deixava alegre, toque violão. Redescubra as coisas que ama, e tire o melhor partido possível delas.
Por fim, não caia na armadilha do álcool e das drogas. Eles oferecem uma ilusão de melhora, mas o que acontece é exatamente o oposto: isso só agrava os sintomas de depressão.
Os homens, quando estão deprimidos, tendem a beber em excesso para fugir dos pensamentos negativos. Só que é um comportamento autodestrutivo, que obriga a pessoa a consumir doses cada vez mais altas e a se isolar emocionalmente. Isso sem contar o impacto brutal no corpo, que no médio prazo traz consequências terríveis à mente também.
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