Você já teve aquela sensação de desânimo na hora de ir para academia? Ou então de levantar cedo para mais um dia de trabalho ou de faculdade? Isso ocorre pois o cérebro sempre busca pela gratificação instantânea, sendo difícil pensar nos benefícios a longo prazo.
Por volta de 1960, na Universidade de Stanford, Walter Mischel realizou um experimento que ficou famoso neste tema, chamado “Teste do Marshmallow”.
No teste, um grupo de crianças recebia um prato com um delicioso marshmallow, com a seguinte explicação: “Você pode comer o doce a hora que quiser, mas se conseguir resistir por 15 minutos e não comê-lo agora, ganhará dois doces”. Veja o experimento aqui.
Realizaram o acompanhamento dessas crianças durante seu crescimento e foi concluído que aquelas que conseguiram se controlar para ganhar dois doces geralmente na adolescência tiraram melhores notas, tinham menos problemas com uso de entorpecentes, possuíam menos stress e tinham melhores relacionamentos pessoais.
Tudo isso por terem foco, disciplina e controle contra a gratificação instantânea.
Para explicar um pouco melhor sobre o assunto, iremos utilizar a Matriz de Eisenhower, ferramenta criada e usada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Dwight D. Eisenhower, que ficou famosa depois de ser utilizada no livro “7 hábitos das pessoas altamente eficazes”.
A matriz separa cada ação que fazemos na vida em quatro quadrantes, divididos pelo grau de urgência e importância de uma atividade.
Antes de analisar a matriz, vamos entender os conceitos de urgência e importância:
Assim, podemos classificar todas as atividades diárias em algum dos quatro quadrantes.
Quadrante I – Atividades Urgentes e Importantes
São todas as coisas que você tem que fazer na hora e trazem valor para sua vida. Muitas vezes, são tarefas importantes que foram mal planejadas e precisam ser realizadas sem atrasos. Um exemplo disso são reuniões de urgência com clientes grandes de uma empresa.
Quadrante II – Atividades não Urgentes e Importantes
São atividades que você receberá a recompensa apenas a longo prazo. Geralmente são esquecidas pelas pessoas por não ser algo urgente. Exemplo disso é o controle das crianças de aguardar alguns minutos pelos dois marshmallows.
Quadrante III – Atividades Urgentes e não Importantes
Todas tarefas que não trazem valor para sua vida, mas devem ser feitas. Por exemplo, um telefone tocando, que por muitas vezes são apenas ligações de novas promoções.
Quadrante IV – Atividades não Urgentes e não Importantes
Tudo aquilo que deve ser eliminado da sua vida, pois não precisa ser feito na hora e nem trará nenhum resultado pessoal ou profissional. Exemplo disso são reuniões improdutivas que algumas empresas fazem periodicamente ou também atividades de lazer feitas excessivamente, como passar o dia vendo TV.
Diante disso, podemos dividir a vida de algumas pessoas basicamente como elas investem suas atividades em cada quadrante.
São aqueles que possuem muitas atividades no quadrante IV. Pessoas que vivem suas vidas apenas fazendo coisas que não geram valor para seus objetivos e não possuem atividades com prazos.
Geralmente, quando essas pessoas possuem prazos, não entregam nada e não ligam para as consequências. É ter uma vida perdida sem saber para onde ir e não reagir para péssimos resultados.
É o pior dos casos.
Se você possui atividades nesse quadrante, elimine ao máximo todas elas. É o quadrante da procrastinação que nunca gerará resultados.
É viver no quadrante III. São aquelas pessoas que passam o dia com uma vida super corrida, porém não possuem eficiência e não geram resultados. São aqueles que sempre estão ocupados no telefone, respondendo e-mails ou fazendo reuniões desnecessárias no trabalho.
Muitas pessoas vivem nesse quadrante. Geralmente são pessoas reativas, que se deixam levar pelo meio em que estão, não parando para pensar em suas ações, e se essas estão trazendo valor para sua vida.
Geralmente essas atividades não são importantes para você, mas sim para outras pessoas. Por isso, para sair desse quadrante, primeiramente é preciso saber dizer “Não”.
Outra saída é delegar essas tarefas para terceiros. Encoraje as pessoas para que elas próprias resolvam o problema.
É estar no quadrante I. Como já dito, é deixar atividades importantes para último minuto. É viver comendo apenas um marshmallow, fazer atividades que estão ligadas apenas à gratificação instantânea. É madrugar estudando para aquela prova… pois não teve tempo antes.
Aqui, geralmente, as pessoas têm boas realizações, porém é um sucesso momentâneo. Essas pessoas não investem em ações a longo prazo, que serão projetos complexos e grandes conquistas.
Cuidado para não ficar “cego”. Achar que está tendo bons resultados, mas não está se planejando para atingir os grandes sonhos. Até porque grandes sonhos não se resolvem em um dia, né?
Aqui está o segredo de várias pessoas de sucesso.
Geralmente, as pessoas vivem no quadrante I pensando que estão entregando bons resultados, mas como já falado antes, estão apenas “apagando fogo”, fazendo entregas pontuais.
Os maiores projetos, que realmente vão fazer a diferença, levam muito tempo e dedicação. Grandes feitos são construídos aos poucos, todos os dias. O problema é que não há gratificação instantânea e sim só depois de algum tempo.
É como fazer investimentos para aposentadoria desde jovem. O retorno não será momentâneo, pelo contrário, apenas após muitos anos de investimentos, o benefício poderá ser desfrutado.
Geralmente essas são ações de grandes projetos, como por exemplo fazer um curso superior ou até mesmo abrir um novo negócio.
É utópico dizer que se deve fazer apenas as coisas importantes.
A vida não é assim.
Diariamente surgem atividades imprevistas, responsabilidades que devem ser feitas de qualquer jeito, que podem ou não ser importantes para você. Porém, o mais é relevante é saber a importância do quadrante II. É ter a consciência que grande projetos devem ser feitos aos poucos, como já dito antes, com disciplina e dedicação.
O conselho final que daria é:
Esse texto foi inspirado e baseado em estudos presentes no livro “7 hábitos da pessoas altamente eficazes”, e também traz algumas ideias apresentadas por Tim Urbam, autor do blog “Wait But Why”. Há muito conteúdo dentro deste assunto, porém tentei trazer aqui um breve resumo com a essência do tema. Espero que vocês tenham gostado!
E aí, em qual quadrante você está?
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