É mais fácil não começar do que terminar algumas relações amorosas

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Tolstoi disse que as famílias felizes se parecem, mas as famílias infelizes são infelizes cada qual a sua maneira.

É uma frase célebre e que abre Anna Karenina, um dos maiores romances jamais escritos. Anna é, ao lado de Capitu, de Machado de Assis, a adúltera mais fascinante da literatura.

As duas se entregaram: Anna, ao ficar em estado de choque quando seu amante nobre, Vronsky, caiu do cavalo numa corrida. Capitu, ao mostrar dor maior que a da viúva no velório do amante, Escobar, melhor amigo de seu marido.

Anna terminou sob as rodas de um trem, num suicídio. Capitu, de olhos oblíquos e dissimulados, foi repudiada pelo marido e morreu solitária no abandono europeu.

Nem Tolstoi nem Machado trataram bem sua formidáveis adúlteras. Para as duas, teria sido definitivamente mais fácil não começar uma história fora do casamento, pois assim escapariam do fim que tiveram.

O ponto: é mais fácil não começar do que terminar algumas relações amorosas.

Fabio Hernandez

Fabio Hernandez, o Homem Sincero, escreve sobre relacionamento há quase uma década para revistas como VIP e Criativa. A Editora Camarinha lançou uma coletânea de suas melhores crônicas.

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