O atacante Alexandro Créu, do Penapolense, conta a sua história de superação ao El Hombre.
O atacante Alexandro Créu, do Penapolense, precisou driblar adversários mais duros do que qualquer grande zagueiro para conseguir marcar o verdadeiro golaço de sua vida: abandonar o vício em droga e álcool. A batalha foi dura e a marcação acirrada, mas ele conseguiu e hoje desfruta de seu momento com cinco gols no Paulistão.
Tudo começou em 2008 quando saiu do modesto Resende para o grande Botafogo no Rio de Janeiro. O que parecia bom foi o início de uma vida louca e de um problema quase sem saída – nada diferente do que acontece em muitos casos no futebol brasileiro.
“No Botafogo comecei a ganhar dinheiro, ter fama e passei a viver com os falsos amigos. Depois desses dias comecei a me envolver com drogas, com mulheres e aí só fui me afundando”, desabafou o agora sorridente Alexandro, em um bate-papo franco com a reportagem na concentração do Penapolense.
“Quando eu estava na farra, usando droga e bebida, esquecia tudo. Eu bebia e não lembrava e nem dava valor para nada. Eu não tinha compromisso com nada nem com ninguém.”
Ele realmente não tinha compromisso e estava no fundo do poço. E isso não podia dar em outra coisa. “Eu capotava o carro, dava perda total, e no outro mês já comprava outro. Aí batia ele de novo. Dei perda total em três carros saindo da balada. O dinheiro nem era problema.”
Mas até este momento, pelo seu talento, tinha portas abertas em clubes do futebol brasileiro. O baixinho Romário, ex-presidente do América do Rio de Janeiro, foi um dos que lhe ajudou.
“Quando sai do Paulista, o Romário me ligou para eu jogar no América. Aceitei. Lá eu estava ruim. Não tinha concentração, então cheguei a jogar até doidão de droga e bêbado.”
Foi aí que começaram os problemas. O futebol ficou de lado. “Ninguém me respeitava mais. Chegavam para o meu pai e falavam que eu era o Alexdroga. Era triste para o meu pai ouvir isso”, contou Alexandro, que percebeu quando chegou ao pior momento da vida. “Vi que ninguém mais me queria. Fiquei quatro meses desempregado.”
Com ajuda da religião, virou evangélico, conseguiu dar a volta por cima, superou o vício e atualmente está em evidência com boas atuações pelo Penapolense. “Dei a volta por cima. E agora vou dar alegrias para a minha família”, prometeu. “Pela campanha do Penapolense, acho que podemos ir longe e eu conseguir algo melhor para mim. Vou deixar para trás de vez esta minha vida ruim”, finalizou.