Em tempos de crise, quando o otimismo atrapalha?

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Estamos vivendo uma instabilidade econômica e, para muitas empresas e profissionais, o discurso já externa uma crise. Isso faz com que o pessimismo, a angústia e a desconfiança invadam os ambientes corporativos.

No entanto, sempre existe aquele profissional otimista, com uma visão mais favorável do atual momento e que tenta, a todo o custo, trazer uma energia positiva para o ambiente.

Isso é positivo, claro! No entanto, o excesso de otimismo pode, além de mascarar a realidade da empresa ou do segmento em que atua, irritar profundamente os colegas que não estão comemorando grandes resultados.

Imagine a situação: depois de um dia de muitas notícias ruins, você convida um amigo para tomar um chope e desabafar sobre os últimos acontecimentos.

Você conta a ele tudo o que está acontecendo e ao invés de ouvi-lo, ele o inunda de citações motivacionais e histórias inspiradoras. A intenção é boa, mas não o conforta. Em alguns momentos precisamos de alguém que nos faça olhar a dificuldade de frente e não que nos encoraje a jogá-la para debaixo do tapete.

Ser pessimista nos traz muitos prejuízos, mas, ser otimista demais, também. Não é negando a crise que as coisas vão melhorar para você. Ser realista é bem diferente de ser negativo. O realista analisa o cenário racionalmente e usa a emoção para impulsionar as decisões e motivar-se. Já, o negativo, utiliza a emoção para se bloquear, pois não consegue enxergar a solução.

Existe uma linha tênue entre o otimismo e o romantismo. Otimismo é a capacidade de encarar as dificuldades de frente por acreditar no seu potencial. Romantismo é mascarar a realidade para tornar a vida mais fácil a curto prazo.

Se a sua empresa está vivendo uma crise e os números provam isso, utilize o otimismo da forma correta: para buscar soluções para o problema real. Nesse momento, o otimismo pode ser uma arma poderosíssima para obter resultados, pois lhe permite olhar as soluções de uma forma diferente do pessimista.

Mas o otimismo não pode lhe cegar. Seja realista para analisar os cenários e otimista para buscar as soluções.

Você não será valorizado por disseminar palavras bonitas e sim pela sua capacidade de encontrar soluções. E fingir que a crise não existe, não é uma opção.

Se você é um otimista, ótimo, isso lhe ajuda em muitos aspectos da vida. Mas, não julgue ou se coloque em posição de superioridade diante de pessoas que tem uma visão diferente do mundo. O otimismo tem as suas vantagens, mas o contraponto é fundamental.

Seja realista na estratégia e otimista na execução! Não é porque você acredita muito que vai acontecer, mas se não acreditar, existe uma grande chance de não acontecer. Sucesso!

Alexandre Prates

Especialista em desenvolvimento humano, liderança e performance organizacional, Alexandre Prates possui mais
 de 1500 horas de atuação em coaching. Aos 32 anos, completa em 2015 cinco anos de atuação no mercado de palestras e treinamentos, somando mais de 300 apresentações em todo o território nacional.

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