Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, estima-se que existam mais de 1,3 bilhões de fumantes no mundo, sendo o tabagismo responsável por aproximadamente 5 milhões de mortes anuais. No Brasil, este número corresponde a 552 mortes diárias.
Com números tão assustadores e sendo seus cruéis efeitos conhecidos por todos nós, o que será que ocorre que, mesmo assim, o cigarro é, atualmente, uma das drogas mais consumidas no mundo?
Um dos motivos está na presença da nicotina, responsável pela dependência fisiológica do tabagismo. Quando tornamos nosso organismo dependente desta substância, perdemos o controle quanto ao consumo do tabaco, mesmo conhecendo os riscos envolvidos no hábito. Os efeitos neuroquímicos da nicotina no cérebro são reforçadores para o comportamento de fumar, já que resultam em sensações de bem estar e prazer.
Porém, a adicção não se configura apenas no campo fisiológico, caros hombres. Caso contrário, após a crise de abstinência, deveriam ser bem sucedidas as inúmeras tentativas de um fumante parar com seu vício. Não é apenas nosso corpo que se torna dependente do cigarro. Mas também nossa mente.
Há o que chamo de dependência psicológica e, aliada a ela, o comportamento do fumar. A primeira é responsável pela sensação de ter no cigarro um apoio a ser utilizado para o alívio do estresse nos momentos de tensão, de ameaça, um amigo na solidão, entre outras situações; e com ela vem o condicionamento, atribuído às frequentes associações do ato de fumar, como, por exemplo, fumar/beber uma cerveja; fumar/pausa do trabalho; fumar/dirigir; fumar/após as refeições, transar/fumar.
Pode-se pensar que o prazer do cigarro não está apenas na ingestão da nicotina – está no alívio em dar uma pausa no trabalho, em sair para tomar um ar fresco, em conhecer novas pessoas ao pedir um isqueiro emprestado, na deliciosa e gelada cerveja com os amigos, no prazer após transar.
Parar de fumar não é assim tão fácil como mostram os comerciais de adesivos de nicotina. Mas alguns pontos são essenciais nessa luta e aqui vão algumas dicas:
1# Decida-se por parar de fumar
Como qualquer importante fase em nossas vidas, esta escolha merece ser marcada. Não há como parar de fumar se “uma tragadinha” for liberada toda vez que seu chefe lhe irritar.
2# Adesivos de nicotina ajudam? Sim!
Apesar de parecer uma promessa perdida, os adesivos auxiliam no combate à crise de abstinência. Tirar toda a nicotina de seu corpo o deixará irritado, agitado e fissurado. As doses diminuídas da substância presentes no adesivo tornarão essa transição menos abrupta, aumentando em muito o sucesso de sua decisão de parar com o cigarro.
3# Procure por algo que lhe dê prazer
O hábito de fumar está fortemente relacionado ao prazer e relaxamento, sendo a válvula de escape para o estresse de muitos homens. Atividades físicas e a procura por um psicoterapeuta podem substituir este momento em que é necessário “colocar para fora toda irritação”.
4# Reeduque sua boca
Por mais estranho que isso possa parecer, muitos fumantes relatam a saudade de colocar o cigarro na boca como fator importante para recaídas. Seu cérebro está acostumado a colocar algo entre os lábios quando se está estressado ou procurando distração e prazer. Uma boa troca é cortar tiras de cenoura ou pepino para comer quando bate a fissura. Muitos também tornam-se viciados em chicletes.
5# E talvez a mais difícil e importante dica: Tenha paciência e força de vontade
Pode ser que não seja em sua primeira tentativa que o hábito de fumar cessará, afinal, são anos bebendo no bar com os amigos, acompanhado pelo maior deles: o cigarro. Mas não jogue seu esforço fora após uma tragada que escapou. Reeducar nosso cérebro e organismo requer força, uma importante atenção e tempo.