O esporte traz, a cada dia, um exemplo. Nem sempre dentro de campo, quadra ou piscina. Os bastidores mostram peculiaridades e casos que podem servir de inspiração. Tive o prazer de conhecer dois personagens do futebol que me fizeram ter ainda mais orgulho de poder contar, por meio da minha profissão, casos espetaculares. Edmilton Pedreira (o Tuca) e Edmar Antônio da Silva (mais conhecido como Tita) são verdadeiros hombres do nosso futebol pentacampeão.
Tuca é massagista do Vitória há 26 anos e exemplo de superação para todos os jogadores do rubro-negro baiano. Tudo diferente do que ele pensou quando tinha 16 anos de idade. Foi com esta idade que ele ficou deficiente visual por conta de um erro médico. A priori, imaginou que seu futuro estava acabado. Drama por isto? Que nada! Ele deu a volta por cima, é exemplo de dedicação e todos no clube baiano conseguem enxergar sua importante função.
“Tinha 16 anos quando o médico disse que eu estava com a vista cansada e me deu uma injeção”, disse ele ao El Hombre. “Foi aí que fiquei totalmente cego. Na hora, pensei que era o fim do mundo. Voltei a estudar e fiz um curso de massoterapia. Hoje sou o cara mais feliz do mundo”. O caminho de Tuca pelos arredores do Vitória é claro. Ele conhece tudo no clube e anda sem dificuldades para exercer seu trabalho. Está sempre rodeado de jogadores passando conselhos. Porém, quando a bola rola em jogos do Vitória, ele prefere ficar sozinho. “Fico com meu radinho e espero os jogadores chegarem para dar um abraço neles, seja na vitória ou na derrota”.
A profissão de massagista parece reservar boas histórias de superação. Tita, do Cruzeiro, já é campeão. E nem precisa o Brasileirão acabar para o mineiro celebrar o feito. Com 55 anos de idade, 32 são dedicados ao futebol, e 13 como massagista do time mineiro, Tita traz consigo uma história maravilhosa. Foi, quando menor, morador de rua, passou fome, dificuldades, e, com muita dedicação, chegou ao ápice: ele acabou de ser convocado para a Seleção Brasileira pelo técnico Luiz Felipe Scolari para fazer parte da comissão técnica do time que vai disputar os amistosos contra a Coreia do Sul e Zâmbia, nos dias 12 e 15 de outubro. Uma coroação por tudo que passou.
“No andar da carruagem, há tempos, eu passei necessidade”, diz. “Fui criado na rua e passei muitas dificuldades. Morei em caixa de papelão, pegava resto de comida pra comer. Mas nunca desviei uma agulha de ninguém, nunca enganei ninguém. Deus é maior, e ele está me recompensando por isso agora”, comemorou. Tita e Tuca, vocês dois são os motivos pelos quais me fazem apreciar cada dia mais o esporte mais apaixonante do mundo e trabalhar há 8 anos como jornalista esportivo. Obrigado!
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