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Lições de vida com Martin Luther King

Em momentos desafiadores, é essencial que nos voltemos cuidadosamente para as histórias das vidas e das trajetórias dos grandes homens e mulheres que mudaram, ou que buscaram mudar, o curso da humanidade.

São estas as vozes que nos motivam e que nos inspiram. Uma dessas pessoas consiste em Martin Luther King, o mais célebre nome do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, nos anos 1960, um homem cuja determinação e inteligência o transformaram em um dos maiores líderes e oradores de todos os tempos.

Os esforços de King foram fundamentais para garantir os direitos civis dos negros americanos, e a sua resolução de promover a igualdade entre os cidadãos americanos, independentemente de suas crenças e de suas raças, é uma verdadeira fonte de inspiração.

Vejamos, portanto, o que podemos aprender com essa personalidade notável.

1# A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NÃO DEVE SER SUBESTIMADA

Com King, podemos aprender o valor e a importância de uma boa educação em nossas vidas.

A instrução que recebemos em casa e nos locais nos quais estudamos consiste nos pilares sobre os quais edificamos nossos principais valores. Sem que sejamos educados de modo apropriado, é difícil que consigamos pensar criticamente.

Para o ativista americano, a função da educação é nos ensinar a pensar de maneira intensa e crítica, despertando a nossa inteligência e formando o nosso caráter.

O pensamento crítico permite que analisemos assuntos através de múltiplos pontos de vista, o que estimula a nossa racionalidade e a nossa imparcialidade. Com isso, podemos usar a nossa inteligência para propósitos que atendam aos nossos valores.

2# ATÉ MESMO OS GRANDES HOMENS SE SENTEM INSEGUROS ÀS VEZES

Na superfície, as pessoas notáveis sempre parecem extremamente confiantes. Mas, no fundo, elas sentem tantos medos e dúvidas quanto qualquer um de nós. O segredo é que elas sabem administrar isso de forma diferente.

Quando encaramos a dúvida e a insegurança como oportunidades de tirar conclusões desalentadoras sobre nós mesmos, acreditando que estamos fadados aos fracassos e às decepções, então estaremos nos condenando a tais coisas.

A maneira saudável de encarar essa questão é dizendo a si mesmo: “Quando as coisas são difíceis, é normal que uma pessoa se sinta insegura. O importante é a ação, a intenção e os resultados”.

O jornalista Robert Ellis Smith revelou que Luther King com frequência se sentia preocupado antes de seus discursos. Referindo-se a isso, disse que “quando não sentimos ansiedade, é porque não estamos de fato comprometidos”.

3# A VIOLÊNCIA NÃO É A RESPOSTA

Devido tanto às suas raízes religiosas quanto à sua admiração por Mahatma Gandhi, o principal nome da independência da Índia, Luther King acreditava que, na luta contra a opressão, os protestos e a resistência não-violentos eram mais úteis do que a violência.

Para ele, a não-violência não pode ser confundida com a passividade ou a inação; ela é um ato de coragem, não de covardia. Este não é um método de estagnação e inércia, porque, embora o resistente não-violento seja passivo no sentido de que não é fisicamente agressivo no que se refere ao seu oponente, a sua mente e as suas ações — como, por exemplo, através de boicotes e de protestos pacíficos — estão constantemente procurando persuadir tal oponente de que ele está errado. Ou, como diria Luther King, “este método é fisicamente passivo, mas fortemente ativo em termos espirituais”.

Para ele, a violência resulta invariavelmente nas mais amargas tragédias, enquanto a sua alternativa não-violenta busca um final de reconciliação e cooperação.

4# DEMONSTRE AUTORIDADE MORAL

Durante toda a sua carreira, Luther King fez mais do que desafiar a consciência coletiva americana: ele implantou na mesma a sua autoridade moral, sendo esta fortalecida pela eminência de suas convicções pessoais.

Um exemplo? Em abril de 1967, apenas um ano antes de ser assassinato, King denunciou a Guerra do Vietnã durante um sermão em Manhattan. Em suas palavras, “é inevitável que falemos a respeito das prioridades do governo. Estamos gastando uma fortuna em morte e em destruição — e não na vida, e não no desenvolvimento construtivo. Quando as armas da guerra se tornam uma obsessão nacional, isso ocorre em detrimento das necessidades sociais”.

Muitos dos companheiros de King se preocuparam. As suas declarações poderiam prejudicar o movimento pelos direitos civis ao conquistar a inimizade dos líderes da nação, tais como o então presidente Lyndon Johnson. Mas ele persistiu, recusando-se a abaixar a cabeça. E por quê?

Simplesmente porque o que dizia não era feito para agradar a quem quer que fosse. King era fiel às suas convicções. E, segundo Clarence B. Jones, seu principal conselheiro e amigo íntimo, ele jamais teria comprometido a sua autoridade moral apenas para “se adequar ao contexto”. E isso porque, para ele, “não se julga o valor de um homem analisando as suas ações em momentos de conforto e de conveniência, mas as atitudes que ele toma em tempos de desafio e de controvérsia”.

5# PREOCUPE-SE COM O MUNDO E COM AS OUTRAS PESSOAS

Uma das questões mais persistentes e urgentes em nossas vidas é a seguinte: “O que estamos fazendo pelos outros”?

É necessário que pensemos também nos outros. Isso não significa que devemos sacrificar nem colocar em risco a nossa felicidade por eles, mas que devemos sempre ter em mente o bem-estar das demais pessoas.

Procure sempre dividir com os demais, apoiá-los e alegrá-los quando estão passando por um momento difícil, e demonstrar altruísmo. Isso tornará a sua própria vida mais brilhante.

“Só começamos a viver no momento em que somos capazes de nos elevar sobre as fronteiras estreitas de nossas preocupações individualistas e nos concentrarmos nas preocupações mais abrangentes de toda a humanidade”, dizia Luther King.

E é isso que nos cabe fazer.

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Camila Nogueira Nardelli
Camila Nogueira Nardelli
Leitora ávida, aficcionada por chai latte e por gatos, a socióloga Camila escreve sobre desenvolvimento pessoal aqui no El Hombre.