InícioEntretenimentoLeituras Obrigatórias: 9 Tesouros Literários dos Últimos Anos

Leituras Obrigatórias: 9 Tesouros Literários dos Últimos Anos

A cada ano, os entusiastas da literatura são agraciados com uma infinidade de novas histórias que nos transportam para diferentes mundos, emoções e reflexões. Seja você um leitor voraz em busca de novidades ou alguém tentando encontrar aquele livro perfeito para se reconectar com o hábito de ler, esta lista é para você: confira nove tesouros literários contemporâneos que certamente vão capturar sua imaginação.

A magia oculta em bibliotecas esquecidas: “A Biblioteca da Meia-Noite“, de Matt Haig (2021)

Em “A Biblioteca da Meia-Noite”, Matt Haig nos transporta por corredores escuros e silenciosos de uma biblioteca na qual o tempo não obedece às leis que conhecemos e histórias não contadas ganham vida magicamente.

Matt Haig, reconhecido por suas narrativas profundas e envolventes, desta vez explora o poder da literatura de moldar vidas, destinos e até mesmo realidades. A protagonista, Nora Seed, encontra-se em um limiar entre a vida e a morte e é levada a uma biblioteca misteriosa. Lá, cada livro é uma janela para uma vida que ela poderia ter vivido, oferecendo a ela infinitas possibilidades e escolhas.

Mais do que uma história sobre arrependimentos e segundas chances, “A Biblioteca da Meia-Noite” é uma celebração do poder transformador das leituras. Em tempos onde a literatura muitas vezes é relegada a segundo plano, Haig traz à tona a relevância dos livros como espelhos da alma e chaves para universos inexplorados.

Um pacto eterno com a obscuridade: “A Vida Invisível de Addie LaRue“, de V.E. Schwab (2020)

“A Vida Invisível de Addie LaRue” é uma obra literária cativante que entrelaça o passado e o presente, a maldição e a bênção, em uma tapeçaria narrativa inesquecível. Desde seu lançamento, tem sido saudado como um triunfo da ficção contemporânea, ecoando nas mentes de seus leitores muito depois de suas páginas terem sido lidas.

Addie LaRue, uma jovem francesa do século XVIII, deseja algo que muitos anseiam: a liberdade. Mas seu desejo tem um preço. Amaldiçoada a viver eternamente e ser esquecida por todos que conhece, sua existência se transforma em uma série de encontros efêmeros e despedidas dolorosas. Por séculos, ela caminha pelas eras, sendo a espectadora silenciosa da marcha do tempo, até que, em uma livraria de Nova York, tudo muda.

Schwab habilmente desenha um retrato emocional e profundo da humanidade, explorando questões como a natureza da arte, os caprichos da memória e a essência da existência. Através de Addie, somos convidados a refletir sobre o significado da imortalidade e os rastros que deixamos para trás.

A arte de se perder nas angústias alheias: “Gente Ansiosa“, de Fredrik Backman (2020)

Fredrik Backman, em “Gente Ansiosa”, mergulha na complexidade da psique humana, tecendo uma narrativa tão hilariante quanto perspicaz.

A história centra-se em um apartamento aberto à visitação, onde oito estranhos se encontram e, subitamente, tornam-se reféns de um assaltante fracassado. Essa situação, embora carregada de tensão, revela-se uma comédia de erros e de equívocos.

No entanto, Backman não se limita ao riso. Ele destila com habilidade os temores, as esperanças e as neuroses de seus personagens, retratando uma sociedade marcada pela ansiedade – como é a nossa. Backman explora, com um olhar de fato aguçado, como cada pessoa lida com suas inseguranças e como a vulnerabilidade pode ser uma força unificadora.

E, por esse motivo, “Gente Ansiosa” não é apenas uma comédia sobre um dia estranho, mas um comentário perspicaz sobre o que significa ser humano na sociedade moderna.

Contra ventos e marés da história: “Os Quatro Ventos“, de Kristin Hannah (2021)

“Os Quatro Ventos”, de Kristin Hannah, é antes de mais nada uma ode comovente à força e à determinação do espírito humano.

Ambientado durante a Grande Depressão e a Dust Bowl (um fenômeno climático de tempestade de areia que durou por quase dez anos) dos anos 1930, o romance nos apresenta a Elsa Martinelli, que enfrenta adversidades inimagináveis no intuito de proteger sua família. A paisagem árida e empoeirada serve como pano de fundo para uma história de amor, perda e sacrifício.

Hannah, com sua escrita evocativa, captura magistralmente o desespero da época, enquanto destaca a resiliência daqueles que enfrentaram tempestades de areia e pobreza. Esse livro é uma daquelas leituras que não apenas servem para documentar  um período histórico desafiador, mas também para ressaltar temas universais sobre a esperança, a comunidade e a inquebrantável capacidade de superação.

Em busca de refúgio na natureza selvagem: “Um Lugar bem Longe Daqui”, de Delia Owens (2018)

“Um Lugar bem Longe Daqui”, de Delia Owens, nos conduz a uma viagem inesquecível pelo coração selvagem da natureza e da alma humana.

A história gira em torno de Kya Clark, conhecida como “a Menina do Pântano”, que cresce isolada e abandonada nos pântanos da Carolina do Norte. A trama entrelaça mistério, romance e uma profunda conexão com o mundo natural. Owens, com sua narrativa lírica, constrói um retrato vívido do ambiente pantanoso, tornando-o tão central quanto os personagens humanos. O romance explora temas de solidão, preconceito e a busca pela verdade, enquanto Kya navega por um mundo que frequentemente não a compreende.

A obra de Delia Owens é um lembrete poderoso da beleza e crueldade da natureza, bem como da resiliente capacidade humana de encontrar seu lugar no mundo, mesmo contra todas as adversidades.

Dualidade, identidade e o que ficou para trás: “A Metade Perdida“, de Britt Bennett (2020)

Brit Bennett nos deslumbrou três anos atrás com a publicação de “A Metade Perdida”, uma das melhores leituras que fiz nos últimos anos e uma narrativa intensa e provocativa que mergulha nas complexidades de identidade racial, amor e decisões que reverberam por gerações.

Situado na comunidade negra da cidade fictícia de Mallard, Louisiana, o livro segue as irmãs gêmeas Stella e Desiree, cujos caminhos divergentes lançam luz sobre os extremos da experiência afro-americana. Enquanto uma irmã abraça sua herança negra, a outra decide viver como branca, ocultando sua verdadeira identidade.

Bennett, com sua escrita perspicaz, explora os espaços cinzentos da racialidade e as intricadas consequências de viver entre dois mundos. Além de seu comentário profundo sobre raça, o romance também toca no poder do amor familiar e no legado inescapável do passado. “A Metade Perdida” é uma obra reflexiva que desafia e enriquece nossa compreensão sobre as escolhas que fazemos e as vidas que decidimos viver.

Um refúgio de cor e fantasia: “A Casa no Mar Cerúleo“, de T.J. Klune (2020)

T.J. Klune apresenta uma obra encantadora com “A Casa no Mar Cerúleo”. O livro, imerso em um mundo de fantasia repleto de magia e mistério, narra a história de Linus Baker, funcionário de uma agência governamental encarregado de avaliar orfanatos para crianças mágicas.

Quando ele é enviado para uma ilha distante para inspecionar um orfanato atípico, sua vida toma um rumo inesperado. Klune habilmente tece um conto que é tanto uma celebração da diversidade e do amor incondicional quanto uma crítica sutil às burocracias desalmadas.

Com personagens memoráveis e um coração genuinamente caloroso, “A Casa no Mar Cerúleo” é um lembrete luminoso da capacidade da bondade de transformar mundos e vidas.

Mistérios, máscaras e verdades ocultas: “A Lista de Convidados“, de Lucy Foley (2020)

Em “A Lista de Convidados”, Lucy Foley tece uma trama intrigante que combina o glamour de um casamento opulento com o suspense de um thriller psicológico.

Situado em uma ilha remota e inóspita, um casamento aparentemente perfeito se desdobra, mas conforme a festa avança, segredos são desvendados e tensões vêm à tona. Foley habilmente intercala as perspectivas de diferentes personagens, cada um trazendo uma peça do quebra-cabeça, culminando em revelações surpreendentes.

Semelhante ao estilo de Agatha Christie (e Foley já escreveu uma homenagem à escritora britânica), o livro não só captura a atmosfera tensa de um crime iminente, mas também explora as complexidades das relações humanas, traições e as máscaras que as pessoas usam para esconder seus verdadeiros eu. Com uma escrita envolvente e um enredo repleto de reviravoltas, “A Lista de Convidados” é um convite irresistível para os amantes de mistério, mantendo os leitores presos até a última página.

Desejos, impulsos e a fina linha entre o certo e o errado: “O Impulso“, de Ashley Audrain (2021)

“O Impulso”, da estreante Ashley Audrain, é um thriller psicológico intenso que desafia as convenções da maternidade e os limites da sanidade.

A trama gira em torno de Blythe Connor, determinada a ser a mãe calorosa e cuidadosa que nunca teve. No entanto, ao enfrentar dificuldades com sua própria filha, Violet, Blythe começa a questionar a natureza da menina e seus próprios instintos maternais.

A narrativa de Audrain, contada através de entradas de diário, é uma montanha-russa de emoções, e revela aos pucos as profundezas dos traumas e heranças familiares. O romance se destaca por sua exploração corajosa e perturbadora das pressões e expectativas da maternidade, bem como os segredos obscuros que as famílias podem esconder. Com uma escrita afiada e um enredo imprevisível, “O Impulso” é uma leitura cativante que ressoa longamente, convidando reflexões sobre a complexidade da mente humana.

E agora, quais serão suas próximas leituras?

Agora que você tem em mãos uma lista cuidadosamente curada dos tesouros literários recentes, a verdadeira questão é: por onde começar? Cada livro aqui apresentado oferece uma experiência única e transformadora. A escolha é sua. Feliz leitura!

Camila Nogueira Nardelli
Camila Nogueira Nardelli
Leitora ávida, aficcionada por chai latte e por gatos, a socióloga Camila escreve sobre desenvolvimento pessoal aqui no El Hombre.