O Palmeiras caminhou do começo de 2013 da posição de “fracassado” (conforme afirmou o pai de Marcelo Moreno, recusando que o filho deixasse o Grêmio para ir ao Verdão, apenas expressando o que todos pensavam do clube) para a de um clube bem gerenciado, respeitado e com um dos elencos mais fortes do Brasil, sendo credenciado pela imprensa como um dos postulantes ao título brasileiro (o que não acontecia desde 2008).
Esse é o resultado de um trabalho bem feito pela nova gestão do Palestra, comandada pelo presidente Paulo Nobre, que assumiu o cargo no começo de 2013.
O mandatário construiu uma equipe competente e trabalhadora e tem transformado a realidade em que o Palmeiras estava mergulhado nos últimos anos.
Mas não apenas isso, ele tem dado esperanças ao futebol brasileiro que tem visto catástrofes administrativas em sua história recente.
Sim, as coisas pode ser diferentes!
Então resolvemos separar algumas lições que a nova gestão do Palmeiras pode oferecer a nossas vidas – tanto no âmbito profissional, quanto no pessoal -, porque elas não se limitam ao universo futebolístico.
1# Sempre é possível sair do buraco
O Palmeiras é considerado o Campeão do Século XX. Até a década de 80 realizou feitos históricos, o que deu toda a tradição palestrina que se estende até hoje.
Depois disso entrou numa fila que durou 17 anos e só terminou com a chegada da Parmalat. Com o fim da parceria com a empresa, o Verdão voltou novamente ao buraco. E um buraco tão expressivo quanto as glórias de até então.
De 2001 até 2013, ano em que Paulo Nobre assumiu a presidência do clube, o Palmeiras conquistou apenas dois títulos (Paulista de 2008 e Copa do Brasil de 2012) e caiu duas vezes para a Série B.
Esses resultados dentro de campo foram consequências de péssimas administrações que fizeram o clube ficar devendo cerca de R$ 166 milhões e sem nenhuma perspectiva de estabelecer um trabalho organizado.
A administração de Paulo Nobre e sua equipe colocaram a gestão palmeirense nos eixos, conseguindo o feito miraculoso de sanar as dívidas palestrinas.
2# Ser apaixonado pelo que faz
O atual presidente do Palmeiras, antes de ser presidente, é um palmeirense apaixonado, daqueles torcedores fanáticos mesmo. Ele tem até um porco tatuado na perna. E com certeza isso foi importantíssimo para tirar o Palmeiras da fossa.
Paulo Nobre mexeu em seu próprio bolso para solucionar os problemas do clube. Nos dois primeiros anos de gestão, ele chegou a pedir quase R$ 150 milhões de empréstimo aos bancos em seu nome, já que o clube não tinha crédito na praça para tal. A atitude gerou polêmica e muitos questionaram se era ético ou não o que ele fez.
Independente disso, que não é o nosso ponto, não dá para discutir que é preciso ser muito apaixonado para decidir por essa opção.
Hoje o Palmeiras é um dos únicos clubes brasileiros com saúde financeira estável e está quitando sua dívida com o presidente numa boa.
3# Ter planejamento
Uma coisa é óbvia: é preciso planejar para se atingir resultados. E a atual gestão palmeirense assumiu o trabalho com um plano muito bem elaborado.
Um dos principais movimentos era em relação ao marketing do clube, que praticamente inexistia em 2013 – e hoje é um dos pontos fortes do Palmeiras.
O programa de sócio-torcedor é visto por muitos como a grande conquista da atual administração. Vejamos o que Nobre dizia sobre isso em 2013: “Não tenho dúvidas de que a coisa sendo bem feita, você alcança facilmente 100 mil torcedores porque a torcida do Palmeiras é fanática e é muito grande”.
Se você considerar que o Verdão tinha cerca de 17 mil torcedores na altura que ele soltou essa frase, certamente dirá que ele estava viajando forte.
Mas hoje, dois anos depois, o Palmeira é o segundo clube com mais sócios-torcedores do Brasil – com 130 mil associados – e assumir o topo desse ranking é só uma questão de tempo.
4# Se inspirar no que está dando certo
Se as coisas na vida não estão dando certo, é preciso parar e olhar ao redor, observando e estudando onde as coisas acontecem bem. E Paulo Nobre fez isso.
Onde a gerência de futebol estava acontecendo de forma eficiente? No Cruzeiro? Onde havia uma ótima equipe técnica? No Cruzeiro. Onde o plano de sócio-torcedor funciona? No Internacional. E por aí vai…
A gestão do Palmeiras se inspirou nos exemplos de sucesso e procurou trilhar o mesmo caminho. Em entrevista ao Globo Esporte no começo de 2013, Nobre disse: “(…) é preciso ter a humildade em reconhecer o sucesso dos adversários e, se for o caso, copiar o que eles fazem. Isso é uma estratégia normal no mercado.”
5# Não fazer loucuras
No futebol brasileiro é muito normal ver clubes fazendo loucuras. Na verdade, essa é a regra! Contratar jogadores sem ter a menor condições para isso; oferecer salários milionários estando com dívidas exorbitantes; e coisas do gênero.
Paulo Nobre desde o começo adotou uma postura consciente e – por conta dessa cultura de loucura – suspeita.
Seu primeiro foco era sanar os problemas financeiros do Palestra. Por isso não realizou contratações malucas, como a de Riquelme, que já estava sendo realizada pelo antigo presidente, Arnaldo Tirone. Isso gerou muita desconfiança por parte da torcida, mas dois anos depois percebe-se que foi uma atitude sensata.
6# Não esmorecer
O começo da gestão de Nobre foi turbulenta. Apesar de oferecer esperança ao torcedor com seu discurso realista (de que as coisas estavam ruins, mas com trabalho sério tudo se encaixaria), algumas atitudes iniciais fizeram com que mídia e principalmente torcedores investissem contra o presidente.
Tudo começou ao barrar a negociação com Riquelme, que era visto pelos torcedores como a pílula milagrosa para as doenças palestrinas. Depois veio a negociação do maior jogador do elenco na altura: Barcos. Depois a eliminação da Libertadores. E por aí foi…
Paulo Nobre sobreviveu a essa turbulência inicial realizando o trabalho planejado e não se deixando abalar com as críticas.
7# Resultados a médio-longo prazo
Nos negócios e na vida é preciso ter sabedoria. As coisas não mudam de uma hora para outra. E se mudam, a mudança não foi consistente o suficiente para se estabelecer – e logo a bagunça volta.
Os resultados do trabalho de Nobre e sua equipe estão começando a aparecer agora, depois de dois anos – o que, sabemos, ainda é pouco!
O Palmeiras não ganhou título nesse tempo, mas já é observável um clima diferente na equipe (julgando pelas declarações do dia a dia), a saúde financeira estável, o estado de ânimo da torcida e o bom futebol dentro de campo…
Títulos é questão de tempo.
8# Quebrar paradigmas
É um paradigma no futebol brasileiro os clubes apoiarem financeiramente as torcidas organizadas. Eles pagam viagens e oferecem regalias para que os torcedores estejam sempre presente nos jogos.
Mas em 2013 Paulo Nobre tomou uma atitude corajosa e sensata: cortou relações com a Mancha Verde. Depois de reações violentas por parte de integrantes da organizada na oportunidade da desclassificação da Libertadores, o presidente achou por bem não mais apoiar a Mancha.
Ou melhor, fez mais do que isso: denunciou à polícia os agressores. Foi a primeira vez que um clube tomou tal atitude contra torcedores organizados.
Perfeito!
O que falta para a maioria dos dirigentes sobrou para Nobre: coragem.
9# Ter o Zeitgeist
Zeitgeist é um termo alemão que significa “Espírito do Tempo”. Assim que tomou controle do clube alvi-verde, Paulo Nobre disse: “O campeão do século 20 não entrou no século 21”.
Leitura perfeita!
O cara trouxe o Espírito do Tempo à academia palestrina ao tocar o fortíssimo projeto de marketing. Hoje, em todos os universos, as coisas funcionam por redes de relacionamento e comunicação, e o programa Avanti do Verdão fidelizou os torcedores.
Isso sem falar na turma que gerencia o futebol, que tem uma maneira atual de enxergar o esporte. A maioria dos 24 jogadores que chegaram ao Palmeiras esse ano destacaram que o planejamento apresentado foi um dos fatores para os convencerem a jogar pelo clube.
Espírito do Tempo.
10# Assumir a liderança
Paulo Nobre entrou no Palmeiras dizendo que o clube era um barco à deriva, que não havia comando. Pura verdade! E assim que ele assumiu a cadeira da presidência tomou controle da situação – tanto é que tirou dinheiro do próprio bolso. Claro que ele não fez tudo sozinho, mas atuou como líder.
Para que as coisas funcionem é preciso que haja comando. Esperar que tudo aconteça pelo sopro do vento é garantia de fracasso. Isso tanto na vida profissional, quanto na vida pessoal.
Você tem deveres no trabalho e é preciso assumir a responsabilidade e realizá-los. Se você quer conquistar uma mulher, é preciso assumir esse desejo e tomar atitudes, comandar a ação.
11# Utilizar a capacidade criativa
Quando você assume a liderança, se torna responsável pelos resultados do que gerencia – seja seu trabalho, seja sua vida. Então, se as coisas não estão caminhando como deveria, é preciso colocar a cabeça para funcionar e encontrar as soluções para os problemas – caso contrário tudo permanecerá igual.
Paulo Nobre pegou um Palmeiras depressivo. Ele poderia ter feito como as outras administrações: manter a roda girando burocraticamente da mesma maneira e alcançar os mesmos resultados deploráveis.
Mas o presidente utilizou sua capacidade criativa e encontrou soluções para que as consequências do trabalho passassem a ser diferentes.
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