Deparei-me com inúmeras histórias inusitadas sobre futebol, algumas tantas lidas no livro “Como o Futebol Explica o Mundo – Um Olhar Inesperado Sobre a Globalização”, de Franklin Foer, outras em jornais e revistas especializadas.
Uma delas, contudo, encantou-me por sua singularidade, exclusividade e contexto cultural.
Saiu na CNN. É realmente um caso que precisa de um grande veículo de comunicação mundial para dar credibilidade pela tamanha dificuldade de crença pela vasta série de particularidades inusitadas.
O ex-goleiro alemão Lutz Pfannenstiel é verdadeiramente o exemplo da globalização do futebol mundial. É detentor do feito de ter atuado por clubes de todos os cinco continentes da Fifa: Uefa (Europa), AFC (Ásia), Concacaf (América do Norte e Caribe), Conmebol (América do Sul) e OFC (Oceania).
Foi dado como morto por conta de uma parada cardíaca, “ressuscitou”, recusou o Bayern de Munique, esteve preso e tantas outras aventuras acumulou por ter atuado em 25 clubes por 13 países diferentes. Pfannenstiel é uma lenda do futebol.
OS CAUSOS
Durante uma partida quando atava pelo Bradford Pak Avenue, da Inglaterra, o ex-goleiro levou uma pancada no peito que paralisou seu coração e pulmão. Precisou ser reanimado três vezes pelo corpo médico.
Tal história é a mais louca das maluquices vividas pelo alemão. Não, entretanto, a única diferente.
Outra já rendera a manchete de inúmeros jornais.
O lendário futebolista ficou preso por mais de 100 dias quando estava jogando pelo Geylang United, de Cingapura, por acusações em envolvimento de manipulações de resultados.
Acredita ter sido bode expiatório de brigas políticas internacionais. Ficou na cadeia, de acordo com seus relatos, em condições desumanas e chegou até ser ameaçado de morte.
Foi inocentado depois pela Corte Internacional.
O começo da carreira de Pfannenstiel foi no mínimo curioso, também. Quando tinha 19 anos, em 1991, e atuava pelo minúsculo clube alemão FC Bad Kotzting, recebeu uma proposta do poderoso Bayern de Munique, da Alemanha.
Mas o que ele fez? Como nada é normal para ele, rejeitou o convite. Dois anos depois aceitou uma proposta para atuar no então desconhecidíssmo futebol da Malásia.
PASSOU ATÉ PELO BRASIL
Inicialmente recebeu convite do América (RJ), mas, por problemas financeiros no tradicional clube carioca, o alemão teve seu destino traçado no Brasil alterado para Santa Catarina.
Foi jogar pelo Atlético Ibirama, time de uma cidade de menos de 20 mil habitantes em Santa Catarina.
Não ficou nem um ano no Brasil e atuou em apenas 12 jogos pelo clube brasileiro.
O Atlético Ibiram foi o único time sul-americano do vasto currículo do ex-goleiro, que inclui países como Noruega, Albânia, Malásia, Alemanha, Inglaterra, África do Sul, Canadá, Bélgica, Finlândia, Malta, Nova Zelândia, Namibia e Armênia.
ATUALMENTE
Aposentado desde 2011, Lutz Pfannenstiel cuida a ONG Global United Football Club, fundada por ele, que busca aumentar a conscientização sobre as mudanças climáticas.
Recentemente ele lançou uma autobiografia, “The Unstoppable Keeper”, que ainda não tem edição em português.
Caro, hombre, caso tenha gostado desta inusitada história, faço o convite para ler o livro citado na abertura do texto, “Como o Futebol Explica o Mundo – Um Olhar Inesperado Sobre a Globalização”.
Tenha certeza que vai gostar, pois ele tem causos dignos de ficção. Boa leitura!
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