É possível que, entre as duas alternativas, você prefira manteiga, mas pense: “Ei, se criaram uma opção menos saborosa como a margarina, é porque deve ser mais saudável”. Bem, isso não é verdade – mas já foi visto como uma.
A margarina foi criada em meados do século XIX, na França de Napoleão Bonaparte, como uma opção mais barata e mais conservável da manteiga. Acontece que, certo tempo depois, a margarina começou a ser vista também como uma opção mais saudável por conta da alta quantidade de gordura saturada e de calorias encontrada na manteiga. Mas isso durou até que fosse descoberto o potencial maléfico da gordura trans– presente na margarina e ausente na manteiga. E, então, o jogo virou novamente a favor dessa última.
Hoje em dia as opiniões dos especialistas dizem que a manteiga é mesmo a melhor opção. Mas há controvérsias, como, por exemplo, um estudo realizado no Serviço de Cardiologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. No entanto, para compreender o assunto, temos que entender qual a diferença entre uma e outra.
Manteiga
De origem animal, é criada a partir da nata do leite da vaca. É rica em gorduras saturadas (por isso promove o aumento do colesterol) e tem valor calórico considerável. Por conta disso foi tida por muito tempo como alimento não saudável. Mas hoje sabe-se que, moderadamente, não ameaça a saúde humana. A manteiga tem valores nutricionais interessantes por ser fonte de ácidos gráxicos essenciais e também de Vitamina A (em boa quantidade ), D e E (em menor quantidade). Além disso, esse alimento é facilmente digerido pelo organismo – o que é um ponto positivo.
Margarina
De origem vegetal, por muito tempo foi criada a partir da hidrogenação de óleos vegetais. Acontece que esse processo favorece o aparecimento de gordura trans, o que motivou a indústria a modificar o modo de produzir a margarina (depois que a Anvisa exigiu que os alimentos apresentassem, na tabela nutricional, a quantidade de gordura trans que carrega). Para evitar essa substância – mas manter a cremosidade da margarina – a indústria passou a usar gordura interesterificada no lugar da gordura hidrogenada. Como a criação dessa nova gordura ainda é de certa forma recente, não existe muitos estudos com ela. Mas aqueles que já foram realizados indicam que a gordura interesterificada também não é flor que se cheire. A margarina, assim como a manteiga, é fonte de Vitamina A e ácidos graxos benéficos, mas, diferentemente da outra, é estranha ao nosso organismo e não é digerida facilmente.
Por esses motivos, a opinião geral dos especialistas é a favor da manteiga. Um infográfico produzido pela empresa The Bulletproff vai ainda mais longe e apresenta o alimento como realmente benéfico à saúde. Mas eles esclarecem: “A manteiga deve ser originária de vacas alimentadas com capim”. O infográfico divulgado por eles diz, entre outras coisas, o seguinte:
- “Nunca foi provado que gordura saturada causa doenças do coração, mas gordura trans e polinsaturadas, sim.”
- “Manteiga, comparada ao óleo vegetal, protege contra o câncer.”
- “As vitaminas lipossolúveis na manteiga protegem contra doenças cardíacas, aterosclerose, osteoporose e doenças degenerativas.”
- “A Vitamina K2 na manteiga protege contra a aterosclerose a ataques do coração.”
É importante ressaltar que a gordura é necessária em nossa nutrição diária. Recomenda-se que cerca de 20 a 30% do valor calórico total da nossa dieta seja composto dessa substância. Portanto, não devemos nos assustar quando lermos na tabela nutricional de determinado alimento que ele contém gordura. Apenas temos que ter cuidado para não ultrapassar o valor recomendado – e isso não serve apenas para a gordura, mas para todos os outros nutrientes. Para entendermos melhor:
- Gordura saturada: É a gordura encontrada em alimentos de origem animal, nos chocolates e nos óleos de coco e palma. É considerada como maléfica à saúde (apesar do infográfico do Bulletproff e de outras contestações) e, portanto, deve ser evitada. Ainda assim é recomendado pela ANVISA um valor Diário de 22g de gordura saturada.
- Gorduras insaturadas: São divididas em poliinsaturadas e monoinsaturadas.
- Polinsaturadas: São consideradas benéficas e as mais famosas são o Ômega-3 e o Ômega-6. Podem ser encontradas em peixes de água fria e nos óleos de milho, canola, soja e girassol. Elas têm o poder de baixar o nível do colesterol total – por isso reduzem tanto a quantidade de LDL no organismo (o que é bom) como de HDL (o que é ruim).
- Monoinsaturadas: Também são consideradas benéficas. Diferentemente das gorduras poliinsaturadas, essas diminuem apenas o nível do LDL. Podem ser obtida, entre outras fontes, pelo azeite de oliva, canola, amendoim e abacate.
Para entender mais sobre gordura trans clique aqui e sobre colesterol aqui.
