Um jogador de tantos triunfos, Messi teve neste domingo num fracasso um dos momentos mais gloriosos de sua maravilhosa carreira.
O desespero irreprimível que tomou conta dele depois que errou sua cobrança na disputa de pênaltis contra o Chile será eternamento lembrado como prova definitiva de caráter e grandeza de alma de um dos maiores gênios da história do futebol.
Consumada a derrota argentina, Messi sentou-se sozinho no banco de reservas. Depois, expressou em palavras o que seu semblante dizia: afirmou que nunca mais vai jogar pela seleção argentina.
Disse que não era para ele, que ganhar um título com a seleção era o que mais queria, mas desistia depois de sucessivos reveses. Parecia um tango, não uma entrevista.
Messi provou, aí, uma coisa que muitos entre seus compatriotas duvidavam: o quanto lhe é cara a seleção. Como ele foi garoto para a glória no Barcelona, os argentinos nunca criaram um vínculo íntimo com ele.
Reservado, discreto, homem de poucas palavras, Messi jamais deixou claro seu amor pela Argentina. No imaginário popular, era como se ele não ligasse para a seleção. Era um contraste muito grande com a paixão patriótica vulcânica de Maradona, que jogava pela Argentina como se estivesse numa guerra e não num campo de futebol.
Messi foi Maradona na derrota para o Chile.
Se ele vai manter a promessa de encerrar a carreira na seleção é uma incógnita. Mas que ele se agigantou como homem até ficar na mesma estatura do jogador espetacular que é, isso é inegável.
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