Depois de um longo jejum, desde o bronze em 1968 de Servílio de Oliveira, o boxe brasileiro conquistou três medalhas na última Olimpíada, em Londres.
Foram duas com os irmãos Falcão — Yamaguchi (bronze) e Esquiva (prata) — e a outra com Adriana Araújo (bronze).
É a prova de que o boxe olímpico deu um salto de qualidade grande no país, trazendo boas perspectivas de medalhas para os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.
Uma das maiores esperanças nacionais hoje é Michel Borges, 23 anos, da categoria meio-pesado (81 kg).
“Ele é um garoto que tem muito talento”, diz o técnico da seleção brasileira de boxe, João Carlos Barros. “Pode trazer, sim, uma medalha.”
NOSSA CONVERSA
O El Hombre se encontrou com Michel para saber mais sobre a sua vida.
“Tenho batalhado todo dia para, quem sabe, conseguir agora um ouro para o Brasil”, afirmou ele, que é atual campeão sul-americano e luta na mesma categoria de Yamaguchi Falcão, atualmente no boxe profissional dos EUA.
“Acho que as três medalhas na última Olimpíada abriram uma porta muito grande para estes novos boxeadores que vão lutar no Rio”, diz.
“Não sou apenas eu que tenho chances de medalha. Temos um time com lutadores muito bons e com certeza iremos bem.”
COMO ELE COMEÇOU
A nova aposta do Brasil começou sua carreira aos 10 anos, por conta da paixão pelo boxe de seu pai, um ex-lutador que não teve sucesso.
O início não foi fácil. Michel treinava na comunidade do Vidigal, onde também despontou o seu amigo Esquiva Falcão. “Foi um começo complicado, mas sempre soube que conseguiria passar por isso. Sou muito determinado no que faço.”
Defendendo o Brasil desde o início de 2012, Michel tem outro sonho gigantesco: dar uma casa de presente para os pais, em retribuição a tudo que fizeram em sua vida.
“É um desejo que me motiva todo dia”, diz. “Por isso que luto por essa medalha de ouro com muita dedicação. Então vai ser difícil alguém tirá-la de mim”.
Pode ter certeza que o El Hombre inteiro estará na torcida, Michel.